21 de dezembro de 2007

Feliz...

... Comemoração do Nascimento de Jesus!!

(Obrigada pela idéia ;))

E até para o ano...

20 de dezembro de 2007

Flutuo...


... com facilidade (ainda que possa parecer o contrário).

Prendo-me à terra mas, se me fazes rir, flutuo.
Agarro-me a mim mas, se me lês nas entrelinhas, flutuo.

Calço-me de cimento e chumbo mas, se me queres, flutuo.
Fecho-me fria e sisuda mas, se me tomas, flutuo.

E se, entre passos, a distância que percorro é cada vez maior é porque entre eles...
... vôo.

19 de dezembro de 2007

Os homens...

... são uns românticos.
Cada vez mais me convenço.

Olham-nos com um filtro colorido e bonito.
Imaginam-nos perfeitas.
Tornam-se cegos a defeitos.
Ficam surdos a contrariedades.

Mesmo quando os vêem e as percebem... ignoram-nos.
Tudo em nome do sentir... sem pensar.
Tudo em nome do viver... sem parar.

Talvez os usem (filtro e romantismo) para justificar meios e fins.
Ou talvez sejam (ou tentem ser) apenas crédulos e felizes.

Mas não há meio termo para eles.

Ou nos amam ou nos querem...
... para sempre ou por instantes...
... mas sempre com a mesma intensidade.

Sempre cegos... sempre arrebatados... sempre livres.

18 de dezembro de 2007

"Desculpa!"...

... disse-me ele, em tempos.
Como se (não) gostar de mim dependesse dele ou da sua vontade.

Conceito singular.
Eu nunca senti culpa por (não) sentir.

"Saudades, saudades, saudades", diz-me agora.
Com desplante.
Sem (des)culpa.

17 de dezembro de 2007

Fizeste-me chorar...

... e a minha voz, embargada, recusou-se a sair.

Queria dizer-te que estou bem.
Que as minhas lágrimas eram de gratidão e carinho.

Mas continuavas a despir-me com o tanto que conheces de mim.
Com a ternura eterna e inabalável que sempre me dedicaste.

E dei por mim pequena e frágil.
Tamanho exacto para o colo que me oferecias.

Não há tempo, nem distância que te afaste.
E não há vida, nem saudade que consiga levar-te de mim.

Obrigada!

14 de dezembro de 2007

Tinhas razão!

O meu blog tem mau karma.

Atrai quem não devia.
Afasta quem eu queria que ficasse.

Conquista quem anda perdido.
Assusta quem sabe que se encontrou.

Perturba pela semelhança.
Conforta pela diferença.

Mas agora... deixaste-me a pensar.

Calo-me ou insisto?
Paro ou persisto?

13 de dezembro de 2007

Tive ganas...

... de lhe falar.
De me sentar à sua frente... poder olhá-lo nos olhos.

Naquele momento, percebi que tinha sentido a sua falta.

Mesmo sabendo que, assim, nunca serei verdadeiramente sua.
Que, desta forma, torna-se fácil negar-lhe mais... vedar-lhe tudo.

Assim mesmo, queria senti-lo perto, palpável.
E cedi... disse-lhe 'Sim'.

Mas, então, ele respondeu...
... 'Não'.

12 de dezembro de 2007

A Madrinha

À falta de inspiração, junta-se um cansaço pesado e maciço.

Defendo-me de ralhetes, ensaboadelas, lições de vida... declarações de (e com) boas intenções.
Perdoo-lhes... aliás, agradeço-lhes.
Desejam apenas a minha 'felicidade'.

O que não sabem é que percebi, entretanto, a razão pela qual estou neste mundo.

Eu sou "A Madrinha"!
(à terceira, tornou-se óbvio)

Eu sou a mulher que os prepara para a relação perfeita que se avizinha.
Depois de mim, tudo se encaixa... everything falls into place.

Quando acordam do pesadelo chamado Teresa, lágrimas de alegria são derramadas, momentos que já não se lembravam que existiam voltam a acontecer, amores para a vida são encontrados.

E tudo partilham comigo... extáticos.

Portanto, não me condenem.

Afinal... existo apenas para que possam dar o valor certo à Felicidade.

11 de dezembro de 2007

Dizia-me...

"Para não perderes ou saires derrotada, tu desistes antes da corrida começar.
E eu digo que não sentes porque não lutas.
Desistir é demasiado fácil.
Luta por ti!"


Então, dei-lhe o exemplo mais recente que tinha vivido...

Alguém me propôs casamento, família, filhos e, perante a minha recusa, surgiu com um novo relacionamento uma semana depois.

E perguntei-lhe...

O que é para ti não desistir? O que entendes por lutar?

Casar porque o relógio biológico nos ensurdece, porque a vida só faz sentido a dois... mesmo quando 1+1 não perfaz um par?

Iniciar rapidamente um novo relacionamento porque a vida é para ser vivida e não chorada... mesmo que tal possa revelar-se injusto para os envolvidos?

Ou não casar e não ceder, permanecermos sozinhos porque queremos mais... procuramos o Sonho... merecemos o Mundo?

E dentre estas hipóteses... qual pensas ser a mais 'fácil'?

10 de dezembro de 2007

A falta...

... de entusiasmo é desarmante.
Faz-me pensar se sequei, se me esgotei.

Pedalo sem sair do lugar mas vejo-me a muitas milhas de mim... distante dos sonhos, das promessas, das ilusões que, um dia, acarinhei... mas estanque, parada, inerte.
Pergunto-me... como consegui chegar até aqui, afinal?

Tudo é igual, agora... cinzento... escuro.
Tudo é monótono, repetitivo... monocórdico.

Sim, já sei... tu és diferente.

Tu vais mostrar-me todas as cores de que é feito o teu mundo.
Tu vais provar-me que sou igual, bastante, melhor!
Tu vais conseguir fazer-me voar...

Perdoas-me por não acreditar?

7 de dezembro de 2007

Apanhaste-me...

... num mau dia, talvez.
Num mau mês, num mau ano... numa vida toda de mau feitio.

Mas talvez eu reagisse sempre da mesma forma... ainda que pudesse ser um bocadinho mais hábil em escondê-lo.

O que é facto é que o teu discurso me impacientou.

Desde quando a vida é justa?
A vida é apenas vida.

E quem merece a solidão, os desencontros, os amores não correspondidos, a esterilidade, a traição, a morte de entes queridos, a saudade de quem está longe ou a ausência de quem está perto?
Ninguém!
Isso apenas acontece... porque é a vida.

E eu que, em outras alturas, já dei o ombro a lágrimas de quem viveu tudo isto, impacientei-me.

De que te queixas tu, afinal??
De um amor profundo e intenso que tem um desafio a superar?
De uma perfeição quase absoluta que tem de mostrar resistência a uma adversidade?

Isso não é desespero, é bênção!
E não devia suscitar lágrimas mas gratidão.

Desculpa... mas apanhaste-me num mau dia.

6 de dezembro de 2007

Bed and Breakfast

Às vezes, quase consigo perceber a traição.

É que eu gosto das minhas torradas mas nada se compara às que como fora de casa...

5 de dezembro de 2007

Nunca gostei...

... da expressão "Amo-te à minha maneira".

Sempre me deu a sensação de que é uma desculpa por não (conseguir) amar (mais)...

4 de dezembro de 2007

Respiro fundo...

... estou só.
Afastei-vos... um por um.

Olho à volta e suspiro.
Fui eu que quis assim.

A ausência entristece-me.
A distância angustia-me.

Mas não há remorso ou pesar.
Não é a vossa falta que sinto...

3 de dezembro de 2007

Este fim de semana...

... um amigo enviou-me a seguinte mensagem:

"Olá :) não sei se já dormes mas gostava de saber se tas interessada em provar a minha piza..."

Assim, literalmente.
E a minha mente 'inclinada' perdeu-se de riso.
É que o convite era mesmo (e só) para comer pizza.

Ai, Teresa, Teresa...

30 de novembro de 2007

Gótica


Já mo tinham dito em tempos.

Que sou
negra,
abissal,
depressora...
gótica, afinal.

E agora
comprovei-o.

Se algum dia me
casasse, seria,
com certeza,
uma noiva gótica!

29 de novembro de 2007

Eu tenho...

... uma Amiga extraordinária!
(aliás, tenho várias mas hoje refiro-me apenas a uma delas)

Há algum tempo atrás, partilhava com ela as minhas dúvidas (sempre tantas) e ela respondeu-me algo que nunca mais esqueci:

"Não é possível deixar de amar Pais, Irmãos, Filhos porque o verdadeiro Amor é imortal... logo, é impossível deixar de amar alguém por quem também já tivemos esse sentimento forte e verdadeiro um dia.
Se deixamos de amar é porque nunca amámos de verdade."


A sua lógica foi tão simples que a assimilei.

E ontem lembrei-me dela quando me envolvi neste diálogo:
Ele:
- Se uma mulher me quiser, ama-la-ei e ser-lhe-ei fiel o resto dos meus dias.. Se não quiser, sai da frente que atrás vem gente.
Eu:
- Quando amo é para sempre... e isso não tem absolutamente nada a ver com o facto de ser ou não correspondida.
Ele:
- Eu também, Teresa mas só procuro ser feliz. Se a pessoa que amo não me quer, sigo em frente. Isso não significa que tenha esquecido. Talvez aprenda a amar outra vez.


E eu só invejo a capacidade de quem o consegue fazer rápida e facilmente.
Para a frente, Teresa! Para a frente que atrás vem gente!!

28 de novembro de 2007

Sentia...

... que era dispensável.
Ou melhor, que poderia ser facilmente substituída.

Que a sua atenção era interesseira.
Calculista na intenção de um rumo, de um fim.

Não havia ali insensatez, loucura, desvario.
Não havia emoção ao rubro, atracção irresistível, perturbação incontrolável.

Era apenas uma vontade fria e férrea.
Um propósito racional e intransigente.

De me ter.
De ter alguém...

27 de novembro de 2007

Eu sei...

... que o amanhã será melhor.
Que talvez surjas noutra curva do meu caminho.

Eu sei que esta escuridão não é para sempre.
E que este manto não impede que entre a luz.

Mas em cada nova esperança que me ilumina,
Esconde-se um abismo maior onde me afundo.

E a cada sonho estúpido e descabido
Me perco mais em labirinto sem saída.

E em cada desilusão onde me afogo,
Quebro, fujo, definho... e morro.

26 de novembro de 2007

E quando...

... por algum motivo, tomo aquela pessoa de ponta?
(é tão engraçada esta expressão :D)

A sua boca fica ridiculamente pequena.
A sua voz estupidamente afectada.
O seu riso flagrantemente falso.
A sua atitude insuportavelmente dissimulada.

E implico com trejeitos, palavras, expressão, postura.
E embirro solenemente com o que diz, o que me pergunta, o que me pede.
E irritam-me os seus olhos, os seus modos e a sua reservada polidez.

E descubro-lhe a astúcia oportunista e matreira.
E decifro-lhe a hipocrisia indisfarçada e feia.

E percebo que apenas a minha indulgência me mantinha cega e alheia.

22 de novembro de 2007

Se me apaixonasse...

... deixaria de escrever.
Se me amassem, perderia inspiração.

Emudeceria, por certo, perplexa,
Incapaz de 'cantar' satisfação.

Calaria sorte e fortuna.
Ignorante para exprimir ventura.

Guardaria agrado e bem-estar.
Inábil para contar felicidade.

E, encantada,
Mesmo que apenas por um instante,
Partiria.

21 de novembro de 2007

Coisas simples

Às vezes, o que se pede é tão simples que parece impossível não se obter.

Um compromisso é para manter (não para esquecer, não para adiar em cima da hora, não para deixar em aberto à espera de coisa melhor).

A verdade é para ser dita (não para ser macia, não para ser camuflada, não para ter de ser arrancada).

A coerência deve predominar (não ser perdida em frases feitas, não ser forçada a promessas, não ser vendida por medos e cobardias).

E a Amizade deve ser escancarada (não ter rédeas, nem peias, ser verdade e coerência, ser vontade e natureza).

Às vezes, o que se pede são apenas coisas simples...

20 de novembro de 2007

O segredo da Felicidade

Por várias vezes, já mo tentaram ensinar.

"Não penses, sente."
"Confia, rende-te!"
"Não exijas, oferece."
"Não sofras, avança..."
"Entrega-te, vive!"

E eu concordo, é claro.
Não é a atitude que questiono.
É o sentimento...

A scarf won't ever make me fly.

19 de novembro de 2007

Por mais...

... vezes que aconteça.
Por mais homens que conheça.

Por mais rios que me atravessem.
Por mais provas que me ofereçam.
Por mais egos que me trespassem.

Por mais braços que me prendam.
Por mais bocas que me jurem.
Por mais história que acumule.

Por mais fria que me torne.
Em mais céptica que me transforme.

Sei que nunca irei entender.
Por mais vida que viver.

16 de novembro de 2007

Não é fácil...

... saber que o teu toque me arrepia.
... ter aprendido que o teu abraço me faz tremer.
... lembrar que dançar contigo tudo faz esquecer.

Não é fácil...
... querer muito mais do que me podes dar.
... resistir ao que te dispões a partilhar.
... negar o que o meu corpo grita por aceitar.

E não é fácil...
... continuar a dizer-te 'Não'...
... quando não há mais ninguém a quem queira dizer 'Sim'.

15 de novembro de 2007

A pressa...

... de que me acusas é respeito.
Respeito pelo teu tempo, pela tua vida, pelos teus sonhos.

A minha pressa é decisão.
Pegar ou largar, sem protelar.

A pressa que te apressa é amiga, protege-te.
Evita-te ilusões, preserva a tua esperança.

A velocidade com que vivo é honesta.
Não empata, não desperdiça, não (ab)usa.

A pressa com que avanço e descarto é sincera.
Não te prende, não te engana... liberta-te.

Por isso, respeita-me, protege-me...
... apressa-te!

14 de novembro de 2007

Da série...

... de boas respostas que me faltam no momento certo...
... para a afirmação "Pensas demais":

"Neste caso, sinto de menos..."


13 de novembro de 2007

A casa...

... espera-me.
Escura e fria.
Deserta, sozinha.

O silêncio segue-me.
Quieto, sossegado.
Companheiro afeiçoado.

A solidão recebe-me.
Abriga-me, aquieta-me.
Abraça-me, aceita-me.

Suspiro.
É só aqui que não me sinto só...

12 de novembro de 2007

Realmente...

... há situações em que somos primorosamente ignoradas se tentamos falar de certos assuntos.

Há algum tempo atrás, irritava-me sobremaneira com quem já vaticinava o 'desfecho inevitável' deste campeonato... ainda a procissão ia no adro.
Mas, por acaso, alguém acreditaria que o Porto não iria perder pontos no decorrer desta prova?!
Condescendentemente, olhavam-me e diziam com segurança:
"Pois, talvez... mas vai ser muito difícil".
E assunto encerrado!

Em duas jornadas, o Porto perdeu 4 pontos e o Benfica ficou a depender só de si.
E a procissão ainda mal saiu do adro...

E agora?
Que vaticinam os 'entendidos'?

9 de novembro de 2007

Da minha fome...

... não falo.
É normal.
(A fome, entenda-se.
Não o silêncio.)

Da minha fome não falo.

Grito-a, em áridos desertos.
Escrevo-a, em folhas vazias.
Esvazio-a, em almas estéreis.
Despejo-a, em corpos tão famintos como o meu.

Da minha fome não falo.

Notam-se apenas vestígios.
Adivinham-se somente os sinais.

Da minha fome, mesmo muda, sou escrava.
Da minha avidez, escondida, prisioneira.

Na minha fome, murcho e definho.

Mas nela, combato e resisto.
E por ela, renasço e vivo!

8 de novembro de 2007

Eu sou...

... a mulher que procuras.

A que se deita no teu colo em busca de carinho.
A que te diz que é feliz só porque te encontrou.

A que te mima em gestos e mil palavras.
A que te procura e sente sempre a tua falta.

A que te quer e deseja e se deixa conquistar.
A que se te molda e encaixa e nunca te vai deixar.

Eu sou a mulher que insistes em procurar...
... se tu fores o homem que anseio encontrar.

7 de novembro de 2007

Este ano...

... anseio pelo Natal que se aproxima.

Quero a Árvore de Natal de que tinha abdicado há anos.
E aguardo, com alegria, o fim de semana em que enfeitarei a casa e farei o Presépio.

Vou inventariar o que me falta e comprar fitas, bolas, neve, luzes...
Quero acender a lareira (quando virá o frio?) e, a seguir à Missa do Galo, abrir os (poucos) presentes sentada no chão.

E quero-os lá... a todos... os meus 'favoritos'.
Os Pais muito amados.
A prima quase irmã.
A vizinha quase mãe.
Os amigos quase família.

Este ano, voltei a imaginar, com esperança, o Natal que se avizinha.
Mesmo sabendo que não irá ser nada como o sonhei...

6 de novembro de 2007

Há quem...

... parta sem nunca se ter ausentado.
E quem desapareça, sem nunca ter chegado a partir.

Há quem se despeça mas para sempre fique.
E quem nos abandone, sem nunca dizer adeus.

Há quem esmoreça e se esbata, na velocidade dos dias.
E quem se entranhe e que cresça, na monotonia das horas.

Há quem se empurre e resista.
Quem se puxe e tente fugir.

Quem se ama e nunca se quis.
E quem se quer mas nunca se conseguiu amar...


5 de novembro de 2007

Sem nada...

... lhe perguntar, dizia-me...

Que estava triste, perdida.
Que o desalento a derrotava, vencia.

Que lhe custava (cada vez mais) recomeçar...
... outra vez... mais uma vez.
Que já adivinhava futuros e desenlaces.

“Já lhes conheço todas as conversas, os sinais”
“Os inícios cheios de entusiasmo”
“Os fins repletos de desânimo”

Que amarfanhara a vontade de ser Mãe porque sabia...
... que, mais cedo ou mais tarde, o viria a ser sozinha...
... e ser Mãe, só para ser Mãe, isso não queria.

Que não conhecia relações felizes... de corpo e alma.
Amores sem traições... de corpo ou de alma.

Que ansiava ‘apenas’ por companhia.
Que procurava ‘apenas’ um companheiro.
Mas que esse pouco era tanto, tanto... e tão remoto.

E dizia-mo com voz de Primavera.
Com os sonhos todos ainda presos no olhar.

E eu pensei...
... ela sou eu a falar.

31 de outubro de 2007

Para sempre...

... serei a mais feia.
A mais pobre.
A menos afortunada.

Para sempre serei a mais sozinha.
A preterida.
A menos querida.

Para sempre lamentarei.
Continuamente chorarei.

Porque sou cega e triste.
Ingrata e sombria.


E de nada adianta
Ser mulher, não mais criança.
Para sempre serei a pior.
Mesmo sabendo ser melhor...

30 de outubro de 2007

É que...

... não quero ficar, compreendes?

Não tenho essa vontade.
Não sinto essa necessidade.

E é isso que está errado.

Este torpor dos sentidos.
Esta ausência de intenção.

É que assim não vivo, reconheces?

Sinto falta do desejo.
É noutra emoção que me revejo.

E desespero e perco a fé.
E crio fossos, afundo abismos.

E mesmo não sabendo para onde vou...
... sei que assim não vou ficar.

Aceitas?

29 de outubro de 2007

E se...


... um desconhecido lhe mandar um beijo?

Isso é...

... natural?
... provocador?

... ou simplesmente inapropriado?

26 de outubro de 2007

Nunca...

... tal me tinha acontecido.
E incomodou-me de tal modo que me roubou o sono e me obrigou a repensar a minha postura e a minha conduta.

Repudiar avanços, mais ou menos despropositados, são os 'ossos do ofício' de ser mulher.
Esclarecer mal entendidos quando não há exacta reciprocidade de sentimentos já aconteceu a qualquer um(a) de nós.

Mas perceber que alguém estava plenamente convencido que era correspondido por mim e sentir-me tão mal por estar completamente a leste desse facto, faz-me parar para pensar para que mundo emigrei sem me dar conta e que raio de sinais ando eu, de lá, a enviar?!?

25 de outubro de 2007

Primeiro...

... sou contágio, promessa de sensações.
Arca de preciosidades, X em mapa do tesouro.

De início, pareço valer a pena.
Merecer a luta, o esforço, a conquista.

Defendo-me, dizendo a verdade.
Não encerro riquezas, sou apenas o que vêem,
superfície espelhada que vos reflecte e agrada.

Mas sou mesmo assim, acreditem!
Fútil e fria.
Insípida e vazia.

Não há pérola na ostra feia.
Não há prémio por alcançar.
Não há nada mais por descobrir ou desvendar.

E venço sempre, acabo a história.

Mato a urgência, destruo a pressa.
Sou falso engodo em busca de presa...

24 de outubro de 2007

Estúpido...

... desconforto!
Sensação de abandono.
Relembro e relego.
Reparo e curo.

Prefiro o silêncio.
Para quê falar?
Alguém surgiu, tomou o meu lugar.

Na verdade, até te entendo.
Também a mim se esgota a paciência.
E o que, a princípio, é intenso (parece certo!).
Depressa cansa, logo aborrece.

Nada a fazer.
Relembro... mas relego.
Reparo... mas curo.
Sigo... e esqueço.

23 de outubro de 2007

Há duas...


... noites seguidas que sonho com piolhos.
Aarghhh!

Logo eu, que nunca me lembro dos meus sonhos, quando me dá para lembrar, sai isto!

Que quererá dizer?

(e, só de pensar, fico com comichão :D)

22 de outubro de 2007

Vem...

... surpreende-me.
Chega de mansinho, instala-te.

Fica, não me desiludas.
Prefiro-te assim, longe, distante.

Vem, que te chamo.
Quero querer-te, precisar-te.

Fica, que te afasto.
Não quero parar de sonhar.

Vem, que te espero.
Faz de conta que sou tua.

Fica, que és devaneio.
Mantém-te pressa, ânsia, sorriso, arrepio.

Vem, apressa-te!
Finge que te espero, que te chamo.

Acredita que te quero.
Mas fica...

... ou vem?

19 de outubro de 2007

O tempo

Ouço conselhos, peso opiniões.
O tempo... dizem eles.

"O tempo tudo apaga"
"O tempo tudo revela"
"Com o tempo..."

Custa-me a aceitar que o tempo, por si só, me transforme.

O que não sinto à partida, surgirá "com o tempo"?
O que sinto à despedida, "com o tempo", desvanecer-se-á?

O tempo pode apaziguar, serenar.
O tempo pode aprofundar, intensificar.

Mas, onde nada existe, será o tempo capaz de algo criar?

18 de outubro de 2007

Pode...

... dar a sensação que fujo.
Pode parecer que recuso a quimera.

Por capricho, indecisão, medo, insegurança...

Descanso na certeza de que nada disso é.

Não há fuga possível do inevitável.
Não há como recusar quem já entrou.

Não há portas que detenham o mar.
Não há prisão que sustenha o ar.

Quando se parte é porque nada nos prende.
Quando se vai é porque se consegue, se pode.

E, se eu for, quando for,
Não será porque fugi
Mas apenas...
... porque pude ir.

17 de outubro de 2007

Mais um...

... homem.
Apenas isso, mais um.

Excitante enquanto não se mostrar.
Atraente até se dar, finalmente, a conhecer.

Aparentemente perfeito por recortes e post-it's.
Potencialmente adaptável a tontos esboços de planos e sonhos.

Faço render... tento prolongar.
Quero saborear, esforço-me por gozar.

Mas impaciento-me, amiúde.

Não pela cadência auto-imposta.
Mas pela certeza do desfecho.

Pela iminência de outro fim.
Pelo cansaço de mais um recomeço.

Mais um...

16 de outubro de 2007

Ele é...

... o homem de todas as mulheres.

Frontal e atrevido.
Sensual, desinibido.

Pessoa ideal para rir, deitar e depravar.
Companhia perfeita para seduzir e conquistar.

Química, pele, fantasia, tesão.
Mas, nem por um momento, vida, amor
Nem sequer paixão.

Presença não desejada, é segredo bem guardado.
Palerma perdido, infeliz e mal-amado.

Néscio orgulhoso e iludido.
Convicto que é assim que o sexo é bem vivido.

E é só pena que me invade.
Por quem vive apenas pela metade.

Por quem se recusa a aceitar
Que ele e eu não somos par.

Por quem resiste em perceber
Que nada tenho para oferecer
Ao homem...
... de qualquer mulher.

15 de outubro de 2007

Ele é...

... a pessoa com que sempre sonhei.

O homem que apresentaria com orgulho aos meus pais.
O namorado que daria a conhecer com prazer aos meus amigos.

Sensível e atencioso.
Romântico e generoso.

A pessoa certa para me abraçar à beira-mar.
A companhia perfeita para serões de inverno à lareira.
O homem ideal para vibrar pelo Glorioso ao meu lado.

Ele é a pessoa que sempre esperei.

Aberta e alegre.
Forte e carinhosa.

O homem que se entrega, que se compromete.
Que não se esconde, que não quer apenas brincar.
Que diz que me adora e que quer tentar.

E então, Teresa?
Que desculpa vais tu agora inventar?

12 de outubro de 2007

Tempos Modernos

"Nem todos temos de ser modernos..."
Retive esta frase do último episódio que vi da série "The L Word".

Realmente, há coisas na velocidade dos ditos 'tempos modernos' que abomino, que rejeito, que recuso.
Não concordo com o elogio a uma vida plena de conteúdo e ritmo como sinónimo de felicidade e realização pessoal.

Chega a parecer que um momento disponível é condenável.
Que o ócio deve ser, também ele, 'ocupado'.

Não tenho de ter uma agenda repleta para ser feliz.
Não preciso de trabalhar de sol a sol para me sentir igual.

A velocidade não me deixa falar, não me deixa pensar, não me deixa parar.
O ritmo acelerado distrai-me, consome-me, estorva-me.

Gosto do tempo que respiro.
Do tempo que ofereço.
Do tempo que (me) dou.

Gosto de tempo.

Tempo livre, tempo meu.
Que desperdiço, que gasto.
Que aproveito, que uso.
Mas que é livre... e que é meu!

"Nem todos temos de ser modernos..."
Pois não?

Como é possível...

... duas pessoas serem extremamente parecidas mas uma ser feia e a outra bonita??
(acho que já escrevi, em tempos, uma coisa igual aqui no blog mas é que este facto continua a intrigar-me...)

10 de outubro de 2007

Ando...

... em ritmo díspar do Mundo.
Caminho em passo desigual.

Se correm, abrando.
Se tenho pressa, atrasam-me.

Saltam barreiras onde me esbarro.
Vêem obstáculos que não distingo.

Falam línguas estranhas ao meu ouvido.
Pensam estratégias que não atinjo.

Se me querem conforme, rebelo-me.
Se sou diferente, anseio tornar-me igual.

Tenho preguiça de acertar este passo.

Sigo o rebanho, protelando...
... e, para trás, vou ficando.

Sigo o Mundo, demorando...
... e, de vista, vou-me perdendo.

9 de outubro de 2007

Nunca...

... deixo de me surpreender com a forma como me vêem ou com a interpretação que, por vezes, fazem das minhas palavras e/ou (re)acções.

Ou porque me imaginam como uma espécie de donzela romântica e sonhadora.
Ou porque me consideram mulher calculista, amarga e mal amada.
Ou porque supõem que sou frágil e dependente.
Ou porque presumem que anseio e procuro desesperadamente marido e filhos.

E, quando formam opinião, nada do que eu faça ou diga os convence do contrário.

A questão é...
... será que a nossa imaginação é uma aliada...
... ou uma inimiga?

8 de outubro de 2007

Espera!

Há tanto que ainda me falta (vi)ver.
Quero saltar sem páraquedas, mergulhar sem reserva de ar.

Não me empurres, não me puxes.
Não sei se desejo ir, não percebo se quero ficar.

Espera!
Não me obrigues, não me apresses.
Estou presa, estanque, cega, dormente.

Sei que pareço imóvel, indiferente.
Mas sou vortex, vulcão impaciente.

Porque tens de ser finito?
Porque tens de ter limite?

Espera!

4 de outubro de 2007

...

As suas mãos, grandes e fortes, perscrutam-me sem pudor.
Os seus olhos, atentos, esquadrinham cada centímetro da minha pele exposta.

Dor e prazer misturam-se numa amálgama de sensações.

O toque magoa, castiga.
A massagem compensa e mima.

A mais ninguém perdoo, da mesma forma, a dor que sempre me provoca.
A mais ninguém permito esta reincidência de emoções.

A mais ninguém excepto...
... à minha esteticista. :D

2 de outubro de 2007

Gosto...

... da capacidade de um homem de apreciar um pormenor.

Elogio-lhes a qualidade de descobrir beleza num vislumbre de pele.
Reconheço-lhes a aptidão de distinguir harmonia no que adivinham... e ficarem seduzidos por isso.
Louvo-lhes a atenção com que decifram olhares e (sor)risos, mãos e gesto, roupa e costumes.
Admiro-lhes o poder de nos lerem no que não dizemos, no que escondemos, no que não mostramos.

Gosto da capacidade de um homem de apreciar em pormenor... os pormenores.

1 de outubro de 2007

Sou como...


... pedrada em lago quieto e romântico.
... ruído de fundo em cinema.
... semáforo vermelho em viagem urgente.

Sou estorvo, obstáculo, incómodo, aborrecimento.

Sempre entrave em causa própria.
Digo 'não' à aparente perfeição.
Digo 'não sei' à resposta ao que sonhei.

Confusa entre não e sim...
... só sei que sou sempre princípio...
... e fim.

28 de setembro de 2007

Nada disto...

... devia ser assim tão difícil.

A busca incansável de algo intangível.
A crença simplória que existe magia.
A fé ilusória que a chama é real.
A espera do encanto em birra infantil.

Mas...
A chama exilou-se em seco deserto.
O encanto escondeu-se em ruas sombrias.
A magia morreu em sonhos passados.

E a criança,
Estúpida,
Persegue mitos.
Teimosa,
Finge descaso.
Apática,
Prossegue só.

26 de setembro de 2007

Distraída...

... assistia a mais um episódio de uma série favorita.
Enredo levezinho, romance q.b..

Numa cena, durante um jantar, o homem 'abre o jogo' e sugere abertamente uma noite escaldante (na sua perspectiva) à mulher que partilha com ele a refeição e que conhece há apenas umas horas.

Ela, entre a (aparente) surpresa e o ultraje que lhe provocou a sugestão, levanta-se ofendida e abandona o restaurante.

Pensei no que faria, no seu lugar... pensei no que já fiz, no seu lugar.

Nunca me ofendi com a sinceridade de um homem.
Aliás, acredito que, quando uma mulher o faz, fomenta a necessidade de floreados e incentiva a utilização de subterfúgios.

Porquê recusar ver o que nos é tão explicitamente delineado?
Quem deseja ser enganado, afinal??
E que direito temos, assim, de ficar surpreendidos quando isso acontece?



Nota:
Já vos disse que gosto mesmo, mesmo (mesmo!) da música que coloquei ali ao lado há já uns dias?! (Muito obrigada, A) :)

25 de setembro de 2007

Queres...

.. 'experimentar-me', eu sei.
Não te levo a mal por isso.

Queres provar a minha boca.
Saber como é um beijo meu.

Queres tocar-me, aprender-me.
Descobrir se encaixo em ti.

Queres sentir se sou abrigo.
Perceber se te dou paz.

Queres jogar ao faz de conta.
Destrinçar sonho e verdade.

Queres inventar um momento.
Desbravar um caminho.
Divisar horizontes.
E encontrar um destino.

E eu...
... não te levo a mal por isso.

24 de setembro de 2007

Agora...




... ando devagar...


... porque já aprendi que, quando me apresso, caio.

21 de setembro de 2007

"Escreves...

... como uma mulher bonita",
contou-me, como em segredo.

"Quero ver-te, conhecer-te!",
confessou, escondendo o medo.

E quando, frente a frente, me olhou...
Quando, lado a lado, me tocou...

Nos seus olhos não me vi,
Nos seus braços não fiquei,
Os seus passos não segui.
Nos meus passos me perdi.

20 de setembro de 2007

Até que ponto...

... nos mostramos como verdadeiramente somos quando começamos a conhecer alguém?

Quem conseguirá fugir à tentação de 'vestir' a sua melhor 'roupa'?
Quem resistirá a usar 'maquilhagem' e 'saltos altos'?
Quem não esconderá a sua 'barriga' num 'smoking' ou a disfarçará debaixo de alguns 'véus'?

É como a entrevista para o novo emprego.
A vontade intrínseca de impressionar do melhor modo.

É inato.
É humano.

E não deixa de ser verdadeiro...

19 de setembro de 2007

Fiquei...

... um pouco desiludida com os comentários do post anterior.
Com excepção dos que pouco sabem sobre mim, confesso que esperava mais das amigas que me conhecem há muitos anos.

A culpa será minha, acredito.
No cuidado de não expôr demasiadamente ninguém (coisa que já fiz no passado e de que não me orgulho particularmente) acabo por escrever cripticamente.

Mas, para algumas pessoas, não pensei ter de escrever:
"O X afirma, sem rodeios, nem meias palavras, que a nossa 'relação' tem um único propósito, motivo pelo qual mandei o X bugiar.
O X mandou-me uma sms a dizer 'Tenho saudades tuas'.
Para mim, o X prescindiu do seu direito de usar algumas palavras, no que à minha pessoa diz respeito.
Porque, para mim, de Amor (seja pelos amigos, família, companheiro, ...) tem-se saudade. Mas, de sexo, sente-se apenas falta."

18 de setembro de 2007

Cuidado com a língua!

"Tenho saudades tuas"
"Não tens saudades minhas?"

Saudade... o chavão estridente fere a minha sensibilidade.

Compreendo a leveza de um "que saudades do fondue de chocolate do Novo Altair" (passo a publicidade ;))
Aceito o desabafo "tenho saudades de andar de avião".

Mas não aprecio a leviandade de outras 'saudades' despejadas sem censura e sem pudor.

É que, de Amor, tenho saudade.
Mas, de sexo, sinto apenas falta.

17 de setembro de 2007

O teu comentário,...

... num post antigo, fez-me olhar para trás.
Recuei uns anos.

Não me reconheço nas palavras antigas, nas "Páginas Viradas".
Não naquelas, de 'desespero'.

Envergonham-me os textos, a cegueira, a infantilidade.

Já escrevo há mais de 3 anos, praticamente, todos os dias.
Evoluí? Mudei? Para melhor ou para pior?

Uma vez, um amigo disse-me que deixou de ler o meu blog quando ele deixou de ser "o Mundo visto pelos olhos de uma Mulher para passar a ser apenas o Mundo de uma Mulher".

Talvez, daqui a algum tempo, me envergonhe também do que escrevo hoje.
Talvez...

14 de setembro de 2007

Sempre...

... fui simpática.
Mas poucas vezes me entreguei.

Sempre fui inteligente.
Mas poucas vezes, esperta.

Sempre tive facilidade de expressão.
Mas poucas vezes me entendem.

Sempre me foi fácil viver.
Mas poucas vezes o fiz.

Sempre me senti abençoada.
Mas poucas vezes, feliz.

13 de setembro de 2007

Em ti...

... descanso e me espraio.
Contigo sonho e viajo.

Em ti mergulho e espero.
Em ti divago e aguardo.

Contigo durmo e acordo.
Em ti me espreguiço e roço.

És promessa de sentido.
És ilusão de destino.

Mas a espera é longa.
O silêncio é grito.
A vida tão breve...
... e o tempo, (in)finito.

12 de setembro de 2007

Era uma vez...


... um menino e uma menina.
Conheceram-se ainda crianças.
Gostaram um do outro.
Cresceram.
A menina, atrevida,
enfrentou pais e família,
regras e sociedade
e viveu o seu amor pelo menino.
Podia ser hoje mãe do filho que foi gerado.
Em vez disso,
é mãe de dois filhos de outro pai.
O menino, esse, foi mais tarde pai de um filho de outra mãe.
Hoje são adultos
e estão de novo sozinhos.
20 anos volvidos...
... reencontraram-se.

Um verdadeiro conto de fadas...
... não acham?

Engraçado como existem tantas formas de contar a mesma verdade...

11 de setembro de 2007

Orgulho Nacional

Isto tem sido uma emoção!
Não pensem que ando distraída.

Ele é o brilharete surpreendente da Selecção Nacional no Europeu de basket.
Ele é o fervor e a entrega dos jogadores (amadores!) da Selecção Nacional no Mundial de rugby.
Ele é o brio e o valor de um Nelson Évora, campeão mundial de triplo salto.
Ele é a ENORME, em talento e humildade, Vanessa Fernandes, campeã do mundo de triatlo. (muito obrigada, elvira e nuno! ;))

Confesso, no entanto, que o meu desporto de eleição é mesmo (e só) o futebol.
E nem o futsal (e a recente conquista da Supertaça pelo meu Glorioso) conseguiram ainda fazer dissipar a frustração que remoo desde sábado.

Estádio cheio, adeptos ao rubro, apoio incondicional.
Não deixo de pensar que, tal como acontece na Vida, por vezes, quem menos merece é quem mais é apaparicado e melhor recompensado.

10 de setembro de 2007

Corpo e Alma

“Porque é que não te entregas de corpo e alma?” perguntou-me ele, ‘inocentemente’.
Achei graça ao desafio, à provocação.

Entrego-me a quê?
A sessões aleatórias de sexo desenfreado porque ‘não tenho nada a perder’?
A uma relação insípida porque estou sozinha?
A aventuras pontuais porque realizam fantasias?
A uma mentira calculista, por interesse?
A um casamento com tudo para não dar certo porque quero ser mãe?

Entrego-me a quem?
A um homem que só me procura por luxúria?
A um rapaz que só me quer por solidão?
A situações ingratas e sem futuro que desrespeitam terceiros?
A um homem que só quero por amizade?
A um pesadelo em nome de um sonho?

Reconheces-te em algum deles?
Percebes que não sou só corpo?
Consegues ler a minha alma?

7 de setembro de 2007

???

Não consigo perceber porque é que este 'casal' mexe comigo.

Ela resiste-lhe e não compreende porque se sente atraída.
Ele ama-a selvagem e ferozmente.

Ela é pequena, delicada.
Ele é rude, desabrido.

Ela usa-o.
Ele deixa.

Ela abusa.
Ele sofre.

A sua relação é proibida.
A sua ligação, improvável.

Ok, ele é 'loiro'... ;)

6 de setembro de 2007

Em noites assim...


... cansada, sonho o teu colo.

... carente, anseio o teu corpo.

... faminta, desejo o teu toque.

... fraca, recordo o teu nome.

E, nessas noites, agradeço já não me procurares.

Porque, em noites assim, derrotada por mim, vencer-me-ias.

5 de setembro de 2007

Reconheço que...

... tenho muita dificuldade em manter amizades com um 'ex-seja o que for'.
Para não dizer que, na realidade, me tem sido, até à data, impossível.

Quando algo corre menos bem, os caminhos apartam-se invariavelmente.
E a possibilidade de pacífica convivência desaparece irremediavelmente.

Ou porque não desejamos o mesmo.
Ou porque são eles que querem algo a que fujo.
Ou porque não dou o que me pedem e partem magoados ou ofendidos.
Ou porque não é suficiente o que me oferecem e não me contento com menos.
Ou porque parei de gostar e não quero magoá-los.
Ou porque não consigo deixar de gostar, se não deixar de ver.

E assim...
... a ruptura tem sido sempre o caminho...
... e a distância, a solução.

4 de setembro de 2007

Acho...

... um piadão quando uma mulher com um decote até ao umbigo tem a lata de me mandar uma boca sobre a 'indecência' da minha "faixa de gaja".

3 de setembro de 2007

O peso das palavras

Há palavras que me pesam, que me empurram.
E silêncios que incomodam, me machucam.

E as palavras que espero não me encontram.
Magoa e inquieta o silêncio que me enviam.

E as palavras de que fujo, me perseguem.
E o silêncio a que as remeto, não me acalma.

É quando, então,
Ignoro silêncio, empurro pessoas.
Peso palavras, calo ilusão.

E fico calada.
E grito silêncio.

E escrevo palavras.
E choro poemas.

Haverá...

... coisa melhor? :)

"Não é um post para me queixar, mas para me orgulhar de me cansar a fazer o que gosto."

31 de agosto de 2007

Não dá!


E eu até me esforcei...

Ser forte e fria.
Controlar e (não) ser controlada.
Comer e calar, comer calada.
Ser gelo e fogo, muro e ponte, janela aberta e porta blindada.

Claro que sabia.

Que sou fraca e carente.
Gulosa, doente.
Sempre fogo, ponte, janela.
Sempre porta, muro e gelo.

Mas entre extremos, constante.
Em contrários, permanente.

E entre opostos, prisioneira.

30 de agosto de 2007

Escolhas

Há dias colocaram-me uma questão curiosa:
"Já te aconteceu teres mais que um gajo interessado em ti ao mesmo tempo e não saberes quem escolher?" (literalmente)
Sem precisar de pensar, respondi imediatamente:
"Não!"

É como em quase tudo na minha vida.
Mesmo quando não sei muito bem do que gosto, sou sempre perfeitamente clarividente em relação ao que não quero.

29 de agosto de 2007

Sim, ...

... sou cabra e puta.
Forte e dura.
Feia e má.

Sim, sou ego e presunção.
Infâmia e vácuo.
Orgulho e ostentação.

Já não choro, já não grito.
Sou carapaça, oca carcaça.

Escondo feridas, tapo mágoas.
Finjo que as lambo, invento que as (não) tenho.

Sim, sou feia e má!
Forte e dura!
Cabra e puta!

28 de agosto de 2007

Meme

Há mais de 3 meses que procurava algo útil que pudesse deixar como contributo positivo aos meus contemporâneos (à falta de descendentes)... parece que é nisso que constitui um Meme.

Finalmente, lembrei-me de uma coisa importantíssima!!

"Caríssimos contemporâneos,
Não adianta visitarem este blog em busca de 'sexo duro', 'mulher nua', 'sexo-carne de primeira" e outros pérolas do género.
Lamento desiludi-los mas não encontrarão aqui nada que satisfaça ou consiga preencher minimamente os vossos requisitos."

E pronto... era isto.

Enriquecidos? ;)

27 de agosto de 2007

Nos momentos...


... em que me oferecem uma alternativa palpável, real e concretizável, avalio melhor a minha vida.

Penso então se a que tenho é assim tão má.
Pondero se quero realmente que seja diferente.

A maior parte das vezes, decido que não.
Mas fico sempre na dúvida...


Será porque não é mesmo?
Ou não mudo apenas por medo de falhar no que não conheço?

24 de agosto de 2007

Amanhã...

... é o casamento do meu ex-namorado.

Não tinha pensado debruçar-me sobre o assunto, uma vez que tenho acompanhado o assunto com a distância que, felizmente, o tempo conseguiu trazer-me.

Mas percebi, entretanto, que o silêncio também não espelhava os meus verdadeiros sentimentos para com o casal (sim porque também conheço a noiva).

Em abono da verdade e em defesa da sua integridade moral, confesso que o amigo do post anterior também me disse uma vez que acredita que os maus pensamentos atraem coisas más e que um blog tão 'negro' como o meu só me pode trazer maus resultados (é a tal questão kármica que vos falava há uns tempos atrás).

Assim sendo, e como prova de que estou verdadeiramente empenhada em tentar alterar estes meus maus hábitos (starting yesterday!) queria usar este espaço não apenas para despejar o lixo que me desfeia (como tenho feito até agora) mas também para semear as flores que acho que me poderão embelezar um dia.

E, curiosamente, a primeira flor que ofereço comporá o bouquet da Teresa.
Espero (e acredito verdadeiramente) que o Carlos a fará muito feliz porque ele próprio encontrou a Felicidade ao seu lado.
E isso deixa-me, surpreendentemente, em paz.

23 de agosto de 2007

Sexo e Mentiras

Um amigo disse-me que chegou à conclusão (e está plenamente convencido!) que o que as mulheres realmente querem é bom sexo (apreciei o 'bom') e algumas mentiras simpáticas a acompanhar (sim, este é o tipo de amigos que tenho... aposto que agora já não se admiram tanto com o que aqui escrevo ;)).

Este tipo de 'confissão' tem o efeito de me colocar de sobreaviso quando ouço alguma 'mentira simpática'.
Os meus sentidos ficam imediatamente alerta e perscruto o semblante, a alma e as intenções do coitado com antenas, radares, sensores e toda e qualquer arma ao meu dispôr.
"Hmmmm... Que queres tu de mim?"

É falta de auto-estima, eu sei, esta minha incapacidade congénita de acreditar... ou esta tentação de acreditar sempre no pior.
Mas para mim, a verdade tem de ser sempre dura... senão é simplesmente mentira.

Nota da Autora (que gozo me dá escrever esta palavra :D):
A pedido de várias famílias, vou dar tréguas aos pobres homens que me rodeiam, que me lêem, que me amam, que me magoam, que me querem, que me abandonam... que me fazem viver, afinal.
Não que os afecte particularmente o que escrevo ou deixo de escrever mas, enquanto me aguentar, poupar-vos-ei destes desabafos. :)

22 de agosto de 2007

Raisparta os homens!

Porque chegam vocês aos magotes?
Porque vêm em vagas surgidos do nada?
E porque desaparecem depois tão súbita e inexplicavelmente como apareceram?

Porque me iludem a espaços com entusiasmo e energia, arrebatamento e paixão?
E porque serenam e se afastam quando isso já se me tornou vício e hábito?

Porque tentam invadir-me e conquistar-me como se de terra inimiga se tratasse?
E porque me abandonam depois derrotados ou, tão simplesmente, cansados de lutar?

Porque acreditam que sou terra fértil quando me declaro estéril?
E porque esmorecem e partem se quero que me convençam que erro?

Porque me reconheço em todos vocês?
E porque, diabos me levem, não consigo, então, ser como vós?


21 de agosto de 2007

Chato mesmo é...

... não querer o que me oferecem...
... e ter ciúmes do que me negam.

... não ter saudades de ninguém...
... mas sentir sempre a falta de alguém.