28 de dezembro de 2006

Pergunto-me...

... se morri sem disso me aperceber.

Interrogo-me se o meu corpo sabe que já nenhuma alma aqui habita.

27 de dezembro de 2006

Lá fora...

... frio intenso.
Mãos que gelam.
Lábios gretados.
Pele sem sangue.
Quilos de roupa.
Lareiras e aquecedores.

Mas cá dentro... fervilho!

Listo afazeres.
Sonho planos.
Traço metas.
Defino calendários.

Está tão perto... já ali.

O futuro começou ontem.

21 de dezembro de 2006

Fantástico é...

... um conjunto de vozes desafinadas
fazerem um coro afinado e harmonioso.

E se o conseguimos fazer num concerto
porque não transpôr essa harmonia para o Mundo
e começamos a falar a uma só Voz?

Temos apenas que aprender a cantar a mesma Música...



Feliz Natal!

20 de dezembro de 2006

Éramos 5

Jovens, alegres, ruidosos.

Vocês acabadinhos de sair da faculdade.
Eu, pouco mais velha, tentava manter a distância e impôr algum respeito.

Sempre vos disse que éramos colegas, não amigos.
Que, se um dia a Vida nos apartasse, os laços se desatariam.

A Vida fez das suas...
E os laços estão cada vez mais lassos.
Manter-se-ão?

19 de dezembro de 2006

"Fica sempre bem...

... culpar os pais" afirmou uma personagem da minha série preferida.

Sim, é uma boa desculpa... que, por vezes, até consegue ser válida.
Culpar os progenitores pelos nossos traumas, defeitos e feitios.
Justificar os nossos erros e incapacidades com a educação ou a herança genética.

Sei que fui cerceada.
Feitio rebelde e teimoso, tive de ser domada ferreamente, sem apelo, nem agravo.

Posso até responsabilizar os meus pais pela minha insegurança e falta de auto-estima.
Mas só depende de mim mudar.

E acredito que podia ser uma pessoa completamente diferente se tivesse tido pais mais permissivos, mais indulgentes, mais babados pela sua filha.
Mas, provavelmente, não seria uma pessoa melhor.

18 de dezembro de 2006

"Não sentes falta?"

Perguntaste-me, preocupada.
"Sim, claro!" respondi eu "Quem não sente?"

Um peito onde me aninhar.
Um ombro onde chorar.
Um braço onde me apoiar.
Um coração onde me entrincheirar.
Uma vida para partilhar.

Sim, claro que sinto falta.
Mas olho à volto e vejo nada.

Braços que agarram sem envolver.
Corpos que desejam sem provocar.
Bocas que procuram sem conquistar.

Sinto assim... apenas isso.
Não há fogo que me queime.
Nem outra vida que me mate... de amor.

15 de dezembro de 2006

Ainda sobre engates...

... apanhei, há dias, o fim de um programa que tentava ensinar às mulheres a forma 'correcta' de conquistar um homem e a perspectiva masculina sobre os avanços femininos.

Como conclusão, dizia-se que os homens gostam de mulheres que dêem o primeiro passo, que sejam confiantes e atrevidas.
Mas, para relações duradouras, não as escolherão, preferindo as mais discretas, boas companheiras e alguém com quem possam conversar.

Fiquei a pensar que tipo de mulher serei...

Os homens que atraio não procuram relações duradouras... isso quereria dizer que sou confiante e atrevida.
Por outro lado, nunca dou o primeiro passo e não me considero burra de todo... o que faria de mim uma excelente candidata ao 'matrimónio' (mesmo havendo quem defenda que a inteligência de uma mulher não é o melhor atributo a exibir na hora de conquistar um homem... bem pelo contrário).

Mas devo confessar que esta é, para mim, uma 'falsa questão'.
A pergunta que me devo colocar não é que tipo de mulher sou.
O que importa, na verdade, é o tipo de homem que procuro.

Porque, ao contrário do que o programa fazia crer, acredito que não são os homens que nos escolhem... são sempre as mulheres que decidem.

14 de dezembro de 2006

Este não é...

... um blog de engate!

Ou será??



Esta interrogação surgiu-me após ter visitado o blog "No Messages" dos moços simpáticos que cá deixaram um comentário :)
Adorei o clima de boa disposição, de saudável picardia.
Mas não pude deixar de me interrogar...

É que estes 'senhores' dizem exactamente o que qualquer mulher gosta de ouvir... pelo menos, esta mulher gostou ;)

Hugo
"Correndo o risco de logo no primeiro post ser acusado de ter tendências gays, eu assumo…
JÁ ME FALTOU A VONTADE DE FODER!!!!!!!!!! … várias vezes …
E não porque fosse mau, não porque ela fosse má, e acima de tudo…não porque tenha muito!!!"

(há que admirar a sinceridade e a 'candura' com que o disse)

João
"Porque há mulheres que sabem que o são, usam e abusam... mas essas, para mim, não brilham, não flutuam. São as outras, com defeitos, sem maquilhagem, cansadas, de cabelos molhados da chuva... essas que provocam o impulso de imaginar o perfume que emanam..."

(até custa a acreditar em tal verdade)

Verdade ou mentira, para engate ou apenas por diversão, uma coisa confirma-se... o meu sorriso já ganharam :)

13 de dezembro de 2006

Desafio

Um amigo propôs-me escrever um texto que contivesse seis palavras:
Ilusão, Desilusão, Mãe, Flor, Sol e Morte.

Nunca tal me tinha ocorrido... escrever por medida.
Mas resolvi tentar.

Eis o resultado...

"Não era isto que queria, Mãe.
Nunca quis ser para ti uma Desilusão.
E agora que a Morte deste tempo se aproxima,
Agora que me sinto Flor a definhar,
Tento preservar o calor do Sol no meu peito
E entrego ao vento a Ilusão dos sonhos de menina."

12 de dezembro de 2006

Não sei...

... porque te leio.
Ou a ti.

Não sei porque faço ronda por estes blogs e não por outros quaisquer.
Não sei porque fujo aos blogs famosos ou aos que têm muita afluência.

Não sei porque tenho este número mais ou menos fixo de pessoas que me lêem.
Muito menos percebo os fãs fervorosos que surgem, permanecem por uns tempos (assíduos e participativos) e depois desaparecem tão misteriosamente como apareceram.

Não sei porque prefiro comentar blogs de pequena dimensão.
Não sei porque evito deixar a minha opinião em blogs hiper movimentados.

Não sei porque há quem escreva tão bem e receba tão pouca atenção.
Não percebo porque existem blogs tão básicos repletos de comentários.

Conheço pouco da Vida.
Percebo ainda menos de blogs...

11 de dezembro de 2006

Há...

... qualquer coisa naquele ar.
Qualquer singularidade no ambiente.

Rendo-me ao silêncio, à natureza.
Descanso o olhar no mar, suspiro.

Não vejo a hora, anseio pelo momento.
De estar, finalmente, como já me sinto...
... em casa!

7 de dezembro de 2006

"Doutor, Preciso de Ajuda"

Descobri que me prefiro imperfeita.

Confrontada com a possibilidade de me expor aos olhos do público para poder alterar dentes, nariz, peito, olhos, lábios e sei lá que mais, decidi que o melhor mesmo é suportar tantos defeitos e... manter-me intacta.

Muito mais do que os dentes feios, o nariz de família, o peito pequeno ou as olheiras genéticas quereria mudar, isso sim!, esta terrível, terrível incapacidade de avançar.

Queria parar de...
... ser assaltada a meio da noite pelo que devia ter dito a alguém.
... matutar sistematicamente no que podia ter feito em determinada situação.
... arrepender-me por não ter aproveitado aquela oportunidade no trabalho.
... recriminar-me, de uma maneira geral, por ser quem sou.

Quando inventarão eles um programa à minha medida?
Fico à espera...

6 de dezembro de 2006

Se eu escrevesse...

... sobre os filmes, concertos e teatros que vejo.
Se vos falasse sobre os jantares, as borgas e as saídas com os amigos.
Se vos mostrasse a vida familiar, brindasse a casamentos e novos nascimentos.
Se me queixasse de falta de tempo e exibisse uma agenda preenchida.
Se partilhasse convosco as brincadeiras de colegas e amigos.
Se vos contasse sobre a minha nova casinha e o meu novo começo de vida...

... este deixaria de ser O Diário da Teresa...
... mesmo continuando a expôr o meu mundo.

5 de dezembro de 2006

Interessante



Um amigo uma vez disse-me que parou de ler o meu blog quando este deixou de ser
"O Mundo visto pelos olhos de uma Mulher"
para passar a ser apenas
"O mundo de uma mulher".

4 de dezembro de 2006

Mau perder

Sei que este meu post vai soar a conversa de mau perdedor (e até fico contente por poder publicá-lo a seguir a uma importante vitória).
Mas isso nunca me impediu de escrever (e dizer) aquilo que penso e, portanto, não calará o seguinte desabafo.

Ainda que não justifique tudo, o que é certo é que o Glorioso tem tido azar e atrasa-se sistematicamente pela sorte que, ainda por cima, tem bafejado os seus mais directos adversários.

Deixei de contabilizar os frangos e auto-golos dados de bandeja a Sportings e Portos.
Já nem quero saber a que minuto da primeira ou da segunda parte são marcados os golos do Porto (invariavelmente à beira do intervalo ou ao cair do pano).

Irrita-me profundamente ver equipas insossas, inofensivas, permissivas e 'oferecidas' (como o Braga contra o Sporting) para logo a seguir renascerem das cinzas, recuperando a garra e o querer contra o SLBenfica (digam-me, por exemplo, o que mais fez o Boavista nesta época, além de ganhar 3-0 ao Benfica?!)

Eu sei que este é o preço a pagar por ser adepta (e sócia) do maior Clube do Mundo.
E contra sortes alheias e azares próprios, permaneço fiel e completamente apaixonada.

Mas não consigo evitá-lo.
A verdade é que tenho este 'mau perder' sempre que o meu Benfica não ocupa o lugar que lhe pertence... o 1º!