28 de março de 2007

Naquela altura...

... chorei... muito.

Sentia o fim de mim... não do mundo, não da vida... apenas de mim.
E sofri como não pensava ser capaz.

Ontem, assistindo às suas lágrimas, pensava:
"Porque choras? Não consigo perceber...
O que te causa tanto sofrimento? Não consigo lembrar-me..."


Até tenho pesadelos...

... só de antecipar as próximas trivelas do Quaresminha na Luz.

E se deliro com golos daqueles pela Selecção (e se até me cai no goto quando equipa de vermelho e verde) tremo de pensar que os pode repetir no próximo domingo.

Vá de retro!!

27 de março de 2007

Surpresas

É muito difícil alguém conseguir surpreender-me pela positiva.

Sei porquê, naturalmente.

Sou tão estupidamente exigente que é (quase) impossível estar à altura das minhas expectativas.
Além disso, não me deixo alimentar grandes ilusões, nem criar grandes cenários em torno da maioria dos 'actores' que se vão cruzando no meu caminho.

Não sei, então, porque é que continuo a surpreender-me quando a minha experiência (e intuição) me colocam de sobreaviso (reduzindo drastica e imediatamente a esperança dessa surpresa boa) e as minhas piores previsões se confirmam.

Se já estava à espera porque é que me desiludo?

26 de março de 2007

É só...


... mais um dia.
Mais 24 horas em que me empurro, me arrasto, me obrigo a avançar.

É só mais um dia.
Mais 1440 minutos em que inspiro, expiro, suspiro, em que me vou, enfim, lembrando de respirar.


É só mais um dia.
Mais uma mão cheia de respostas pró-forma a perguntas de circunstância.
Mais uma meia dúzia de dejá-vu's, de 'Quando é que eu já vivi isto?'.

É apenas mais um dia, eu sei.
Tenho que encher o peito de coragem!
Porque amanhã...
... outro dia (igual?) chegará.

23 de março de 2007

Xôôô!!!

Coisa feia!!

Detesto a inveja mesquinha, o espírito de 'miséria que quer companhia'.

Que mania que o português tem de usar a inveja como chumbo, para tentar afundar o objecto da mesma, em vez de a usar como alavanca, para conseguir atingir o mesmo nível.

Baaaahhh!!!

22 de março de 2007

No início...

... tudo são rosas.
Somos lindas, inteligentes, companheiras, amantes, amigas.
Fontes de prazer sensual e bem estar emocional.

No início, a arte da conquista é elevada ao seu expoente máximo.
A marcação cerrada lembra um desporto em que se esmeram por brio, um ponto de honra defendido com tenacidade.

No início somos desconhecido, mistério.
Galinha da vizinha, fruto proibido (ainda) por trincar.

Tempo passado, perdemos graça e sabor.
Criamos imperfeições, passamos a estorvo e embaraço.

Tempo passado, somos rotina, geramos enfado.
Olhos e gestos avançam céleres para outras (em)presas.

Acusadas de insatisfação e insaciabilidade, convém perguntar:
"Mas quem muda ao longo desta história, afinal?"

21 de março de 2007

A sinceridade...

... gera sinceridade.

Mas nem sempre é esse o efeito esperado (ou desejado).

Portanto, respondo com cuidado (vulgo, 'piso em ovos'), embrulhando a verdade em papel de oferta.

Presente envenenado?
Talvez.

Mas, pelo menos, tento que a morte não chegue sem pré-aviso...

20 de março de 2007

Fugas

Ando em fuga.
Que ridículo!

Invento desculpas, recuso chamadas.
Digo apenas o que me convém.
Oculto a minha disponibilidade.

Não percebo a insistência.
Não lhes dei razões para isso.

Completamente iludidos quanto ao que querem de mim.
Perfeitamente enganados quanto ao que posso fazer por eles.

E assim fujo...
Que ridículo!

19 de março de 2007

No fundo...


... sabia que ele não a procuraria.
E, curioso, até nem queria que o fizesse.

Tinha a certeza de que não valia a pena.
Possuía a prova inequívoca do erro dessa ilusão.

Mas (há sempre um mas) de algum modo sentia-lhe a falta.
Pensava "E se...?".
Enganava-se a si própria com "Talvez..." e "Porque não?".

Mas, no fundo, sabia.
E deixava o silêncio dissecar-lhe os dias.

16 de março de 2007

Na Vida...

... como no trânsito,
há quem se resigne a marcar passo atrás de um obstáculo transponível.

15 de março de 2007

Tive vontade...

... de a segurar no meu colo.
Embalá-la como se criança fora.
Protegê-la, acarinhá-la.
Oferecer-lhe apoio, carinho, segurança.

Sempre fui assim.
A idade toca-me, comove-me.

Coração apertado, ternura exacerbada.
Medo do futuro, compromisso prometido.

Nunca te vou deixar.
Não caminharás sozinha.

14 de março de 2007

...

Não gosto de ter de me explicar.

A piada perde a sua graça.
O sentimento a sua intensidade.
O momento o seu timing.

Contam-me que o meu Avô dizia:
"Só falo para pessoas inteligentes"

E eu (teimosamente) calo-me para gente obtusa!

13 de março de 2007

Cada visita à Luz...

... é uma chuva de emoções.

Realmente comovente a homenagem sentida a Manuel Galrinho Bento, por excelência, 'O' guarda-redes do Glorioso.
Com a música do Orfeão do SLBenfica.
O aplauso unânime.
A gratidão implícita.
A força da alma benfiquista.
"Até sempre..."

Emocionante também o regresso de Moreira (ainda que pela infelicidade da lesão do Quim).
A ovação que o saudou.
O apoio que, com certeza, sentiu.
Welcome back, kid!

Isto para já não falar da obra de arte que foi o golo do Simão ou da bomba disparada pelo Petit a encerrar o jogo com chave de ouro.

Cada corte falhado desvanece-se.
Cada passe errado é esquecido.
Cada golo perdido é perdoado.

Cada visita à Luz vale a pena.
Porque é sempre a união de uma Família num regresso festivo à sua casa.

12 de março de 2007

"Na Natureza...

... nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"
disse Lavoisier.

"Menos as pessoas"...
digo eu.

9 de março de 2007

Filhos de Alguém

Não é que não imagine como será o sentimento da maternidade.
Não é que não lamente o facto de não dar netos aos meus Pais.
Não é que não incentive todas as pessoas que conheço a procriar (força, reproduzam-se! multipliquem-se! este país precisa de sangue novo, de preferência melhor do que as últimas safras).

Mas nunca foi meu sonho ser Mãe, tão somente.
Sempre o imaginei como uma consequência natural de uma relação bem sucedida, feliz.
Sempre afirmei:
"Não quero ser Mãe! Quero ser Mãe dos Filhos de Alguém..."

Que fazer se esse Alguém nunca chegou?

8 de março de 2007

E depois...

... de um dia quente, uma noite fria.

Não é (quase) sempre assim?

7 de março de 2007

Quero...

... o homem que escreve assim.
Com inteligência, humor, maturidade.

Quero o homem que vive assim.
Com energia, disponibilidade, alegria.

Quero o homem que é assim.
Atraente, decidido, confiante.

E esse é o motivo pelo qual estarei sempre sozinha...

6 de março de 2007

Para mim...

... a única vantagem destes dias é a estranha sensação de purificação interior.

5 de março de 2007

Ah, a família, a família...

Não pertenço a uma família nuclear disfuncional (whatever that means).
Os meus Pais são casados e felizes há mais de 35 anos.

Mas tenho uma família não nuclear 'problemática'... quem não tem?
Alcoolismo, droga, divórcios, traições, mentiras, violência doméstica, fachadas, faltas de educação e de respeito, invejas e muito egoísmo.

Em épocas festivas e outras celebrações (quase) tudo se esquece e convive-se 'pacificamente' no mesmo espaço, à mesma mesa.

Mas o desgaste provocado pelas festividades é violento.
A asma esconde-se em cada esquina, o cansaço torna-se quase doentio.

Há situações em que sou intransigível e pessoas cuja entrada na minha casa se encontra vetada.
Mas mesmo assim, fico arrasada.

É bem verdade que a diferença entre Amigo e Irmão é que o Amigo somos nós que o escolhemos.
E enquanto o Amigo é um Irmão, o inverso nem sempre é verdade...

2 de março de 2007

Desde que...

... mudei de casa, continuo em experiências para descobrir o percurso mais rápido, a distância menor, a estrada menos movimentada.
Faço, por isso, um trajecto diferente todos os dias.

Não sei porque não encaro a Vida da mesma forma.

Sem receios de percorrer caminhos desconhecidos.
Sem medo de me perder.
Sem grandes preocupações sobre a certeza do destino.

Apenas na expectativa de encontrar a melhor solução.
Simplesmente na esperança de descobrir "o pote no fim do arco-íris"...

1 de março de 2007

A viagem

Todos os dias demoro (agora) cerca de 3h em viagem.

1h30m de manhã.
1h30m ao fim do dia.

1h30m de carro.
1h30m de metro e a pé.

Há dias quase tive de parar porque uma coruja (ou seria um mocho?) estava pousada bem no meio da estrada e de lá não parecia querer sair.
Ontem à noite, o nevoeiro cobria a estrada como um cobertor branco e felpudo, obrigando-me a reduzir a velocidade e a pressa de regressar... o coelho pequenito que atravessou a estrada deve ter-lhe ficado agradecido.
Hoje, o sol passava entre os pinheiros naquela aldeia... simplesmente lindo.

Sim, estou a apreciar a viagem...