15 de julho de 2005

Se eu pudesse...

... partia!

Deixava tudo para trás, ia embora.
Abandonava o emprego, a segurança.
Despedia-me da família, dos amigos.

Se eu pudesse (ou soubesse como) copiava-te o M.O..
Saltava alegremente de galho em galho, como símio brincalhão e despreocupado.
Não aqueceria nenhum lugar, não perderia tempo com quem não me conquistasse.

Se eu conseguisse, esquecia.
Não guardaria fotos, nem filmes.
Não conservaria elos comuns, começaria tudo de novo.

Se eu tivesse destino, fugia!
Vendia a casa e o carro.
Rumava a África, fazia um safari.
Atravessava um deserto, fazia um cruzeiro.
Percorria o Caminho de Santiago, visitava a Índia.
Tomava banho no Vietname, conhecia a Argentina.

Se eu pudesse, não mais voltaria.
Seria um "Adeus!" e não um "Até breve!".

Como não posso, não sei, não consigo, nem tenho...
... ficarei, voltarei...
Até breve!

Gosto, sim senhor!



O Record diz...
A Bola diz...
O IOL diz...

A Teresa diz:
"Aprovado!
O vermelho fica-lhe tão bem...
E é só somar um à camisola.
Quando chega?" :)


14 de julho de 2005

Até quando?

Nuvem negra que tolda o meu Sol.
Mão de ferro que esmaga o meu Coração.
Vento frio que gela a minha Alma.
Ladrão que rouba o meu Sorriso.
Corte profundo que me faz Chorar.

Assim te guardo na memória.
Assim ficaste em mim...
Até quando?



[Nota da Autora (adorei escrever 'Nota da Autora'... eheheh)
Afinal, já tinha sentido isto antes.
Este é um texto antigo, pelo que não representa nenhuma quebra à minha promessa, nem nenhum deslize, nem retrocesso neste novo capítulo.]

13 de julho de 2005

Tabus

A Y não convida a X quando está com a Z.
A D não refere o nome do M quando fala com a W.
O P faz verdadeiros malabarismos para que a S e a N não se cruzem.
A G evita o assunto H em todas as conversas.
O B responde com monossílabos a quase todas as perguntas e diz frequentemente: "Não quero falar sobre isso".
A J aprendeu a dizer meias-verdades quando pensa que a verdade completa magoa a Q.
O A envia SMS's 'secretos' à L, nas costas do C e da M.
A E regozija-se com a felicidade do R, mas não a comenta com a U.
A I finge que os comentários do T e as alusões à O não a afectam.
O U optou pelo 'exílio' auto-imposto e a K vai casar com alguém estranho aos seus (ex-)melhores amigos.

Faltam-me letras no alfabeto para vos relatar todos os tabus que me rodeiam.
E eu até nem tenho muitos amigos... e cada vez conto com menos...

Eta vidinha complicada...



12 de julho de 2005

Criança

Dá dó ver-te assim perdida...

De mão estendida, mendigando afecto.
O pranto sentido, exigindo reparação.
O sono inquieto, repisando mágoas.
O coração dorido, reavivando memórias.
O ódio triste, corroendo entranhas.

Porque não esqueces e somes?
Porque não lutas e vences?

Vem!
Deixa-me levar-te.
Como cego a servir-te de guia.
Como surdo a traduzir-te os sons.
Como mudo a embalar-te, cantando.

Vai!
Ergue-te, caminha, afasta-te.
E perdoa(-te)...

11 de julho de 2005

Inícios

Não há nada como...

... a Primavera!
... os primeiros raios do amanhecer numa praia deserta!
... o virar da primeira página de um novo livro!
... a pré-época e as primeiras vitórias do Glorioso!
... a antecipação e o planeamento das férias!
... o começo de uma relação, a troca dos primeiros olhares, os toques subtis, o véu do mistério e a esperança a inundar o coração!
... a mudança para uma nova 'casa'!
... o início de uma longa viagem de carro, o Sol a brilhar, os óculos escuros a proteger da luz forte e a música alta a marcar o compasso de cada quilómetro ganho ao horizonte!
... o irromper de uma nova Vida!

... um início!


8 de julho de 2005

O Medo

Lembram-se da medida?

Devido a ela, ando de metro, diariamente, há mais de um ano.
Viajo, geralmente, absorta numa leitura que me impede de ver quem se senta à minha frente, ao meu lado, de me aperceber de quem permanece em pé.
O 'mal' parece ser geral... ninguém se olha nos olhos.

Mas ontem...
Evitei a alienação do livro.
Olhei o rosto de várias pessoas, perscrutei a expressão de outras tantas, reparei nas suas roupas, nas suas mãos.
Vi-me a mim própria daqui a 20 anos... envelhecida pela rotina e pelo stress... cansada de suportar o cheiro de suor dos outros, os encontrões, os empurrões, a fossanguice e a falta de educação... indiferente aos alcoólicos e aos mendigos.

Ontem, triste e desiludida com a espécie humana, voltei a pensar nos riscos a que nos expomos diariamente.
Quando saio da estação de metro, no fim de cada dia de trabalho, invejo estupidamente a segurança de quem tem alguém à sua espera.
Entre os iminentes assaltos, violações e doenças (e a gripe das aves ali tão perto) o terrorismo parece 'apenas' uma ameaça vaga e longínqua.

O medo que me acomete não é o da morte num atentado.
Para esse nunca se estará preparado... irá sempre acontecer quando e onde menos se esperar... e qualquer um de nós lhe estará igualmente sujeito, ande de metro, de automóvel ou a pé.

O medo que experimento é o instintivo olhar por cima do ombro, o passo apressado até ao refúgio 'seguro' e tem origem na crescente falta de segurança, fruto da miséria, da ignorância, da perda de valores (ou do seu excesso) e da nossa própria humanidade.

O meu pesar fica com as vítimas de Londres... e com todas as vítimas de todas as violências desumanas que ocorrem diariamente no Mundo.
O medo, esse, fica comigo.
Na certeza, porém, de que o enfrento em cada dia e de que o tenho conseguido derrotar... até à data.

Bom fim de semana.

7 de julho de 2005

Sou mesmo fã...

... da Ally McBeal!

Dizia ela ontem:


"Preciso de ajuda profissional! Não estou preparada para o que estou a sentir... Estou feliz!"



Porque sou!

Actualmente, não me identifico com os blogs que leio.
Não me interpretem mal.
Continuo a lê-los, a admirar a forma como estão escritos, a apreciar a graça dos seus textos, a assimilar a profundidade das suas mensagens.
Mas não me têm falado ao coração.

Porque sou arrogante, prepotente e intransigente... mas nem sempre me revejo nos blogs desbragados, impudentes e feministas.
Porque sou anti-social e introspectiva... mas não me reflicto nos blogs intelectuais e suicidas.
Porque não gosto de novelas, nem de reality-shows... mas também não me encontro em blogs poéticos, de actualidades ou profundamente literários.
Porque sou superficial e imprudente... mas não me prendo a blogs ligeiros e triviais.
Porque actualmente me sinto muito mais "So many man, so little time" e "It's raining men!"... e, por isso, sou incapaz da compaixão que me exigem os blogs deprimidos e auto-comiserativos [estou consciente da profunda injustiça do que acabei de escrever, uma vez que sou apenas mais um destes blogs, encaixando-me perfeitamente nesta definição].

Porque sou demasiado sincera, demasiado condescendente (com os outros), demasiado exigente (comigo própria), demasiado inconstante, demasiado contraditória...
... e, portanto, todos os blogs me agradam, me repelem ou me deixam indiferente consoante o meu estado de espírito na altura em que os leio.

Porque até o meu próprio blog tem vindo cada vez mais a desagradar-me... a falta de qualidade, a superficialidade... e a ausência de comentários e visitantes a comprová-lo.
Porque escrevo sem humor, sem garra, sem sentimento.
Porque confesso que eu própria não me leria.

Porque sou, fico... estou...
Mas não deixo de me sentir perdida.
Uma verdadeira "Peixes" fora de água.

6 de julho de 2005

Insónia

20h30m
Ginásio!
Independentemente do motivo que me está a levar 3 e 4 vezes por semana ao ginásio, o que é certo é que já não me sentia nesta forma, há muito, muito tempo.
O meu corpo e a minha saúde agradecem.

22h00m
Jantar!
Em frente da televisão enquanto me empanturro de fruta e iogurtes.
No andar de cima, o meu simpático vizinho varre, batuca, lixa, arrasta os móveis e os pés...

00h00m
Insónia!
Assisto a todos os programas da SIC Mulher até às 02h00m.
O programa da Oprah é arrepiante.
Mulheres jovens que aos 28 anos já fizeram 26 operações plásticas e parecem bonecas de cera, esposas que põem em causa o casamento e hipotecam a própria casa para lipoaspirar as coxas e as ancas, adolescentes que roubam e se prostituem para conseguirem ter um nariz novo.
Chego à conclusão que a minha auto-estima é muito superior ao que eu imaginava.
O vizinho de cima continua nas suas 'andanças'.
E o bendito sono que não chega...

02h00m
Como se já não bastasse o vizinho de cima, agora começo a ouvir varrer na rua.
Levanto-me e espreito pela janela... um varredor da câmara está efectivamente a limpar o passeio às duas da manhã (!).
Pára para usar a cabine telefónica e depois retoma a sua faina.
Surreal!
Deito-me estupefacta.
E o mal fadado sono continua sem aparecer...

03h00m
Passei a última hora a escrever furiosamente.
De manhã sei que o que escrevi me vai parecer um delírio de uma mente perturbada.
Talvez seja do sono, do cansaço ou do tédio.
Penso em mudar, temporariamente, a música que toca no meu blog para "Insomnia" do Faithless (já está!).
Penso no quanto me vai custar acordar amanhã de manhã.
E o almejado sono ainda parece estar tão longe...

Já não vejo as 04h00m!
Bons sonhos...

5 de julho de 2005

De bestial...

... a besta!
Ou vice-versa!

Como acontece, vezes demais, com as figuras públicas, em geral, e com os jogadores de futebol, em particular, pequenas (grandes) coisas conseguem mudar radicalmente a sua imagem, reputação e notoriedade.

No caso do meu ex-adorado João Pinto, ainda hoje não lhe perdoo ter conseguido envergar uma camisola verde, cor que nunca favoreceu, nem favorecerá um louro. ;)
Já o Ricardo, 'grande' guarda-redes da selecção nacional, fez o percurso inverso e converteu-se em herói (para alguns) ao marcar um penalty decisivo e defender um outro sem luvas.
E para não ir buscar histórias ainda mais antigas, de 'Paulos Sousa & Cia', passemos directamente ao assunto que me fez escrever este texto... o Miguel!




Não sei porquê mas, desta vez, não consigo, com a mesma ligeireza, passar ao ataque faccioso, cego e vingativo.
Não concordo com quem o acusa de agir de má-fé.
Não vou tão longe como alguns, afirmando que o Miguel está a cuspir no prato em que comeu.
Não consigo esquecer, nem posso deixar de agradecer tudo o que este jogador ofereceu ao SLBenfica.
E a minha admiração pelo 'Obikwelu do futebol' não vai cessar com a sua eventual saída do Clube (mesmo que passe a equipar de azul e branco, como já ouvi dizer...).

Mas toda esta história desiludiu-me sobremaneira.
Teria sentido o mesmo se tivesse acontecido com o bébé Moreira, o grande Manuel Fernandes ou o enorme Petit.
Quero acreditar que um dos meus jogadores favoritos foi aliciado e está a ser manipulado.
Quero defendê-lo e rotulá-lo de 'ingénuo' e 'néscio' para não ter de o considerar 'calculista' e 'ingrato'.

Como a minha real vontade era desancar os 'representantes' do jogador, mas não tenho a veia literária demolidora do Gwaihir, faço minhas as suas palavras.
E continuarei para sempre a interrogar-me o que terá levado um jogador do Glorioso a escolher tais criaturas para defender os seus interesses...

4 de julho de 2005

'Más Companhias'

Será como dizes?
Que certas companhias conseguiram prejudicar-me?

Não será essa uma ideia antiquada?
A de que os maus costumes e a falta de alguma ética, valores ou moral em determinada(s) pessoa(s) podem reflectir-se negativamente em quem se aproxima?
A de que as atitudes tomadas em determinada(s) situação(ões) podem manchar a imagem de quem se encontra por perto?

Por outro lado, não haverá ocasiões em que é aceitável que nos esqueçamos de como devíamos agir e façamos apenas o que nos dita a nossa (in)consciência?
Será assim tão correcta a frase "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és"?
Ou será mais justa a expressão "All is fair in Love and War"?

Mas muito, muito mais importante que tudo isto...
Será que o facto das aparências terem conseguido destruir um potencial não é um sinal, mais do que evidente, de que tudo aconteceu como 'tinha de acontecer'?
Não é assumir a inevitabilidade do destino perceber que alguém não procurou mergulhar mais fundo do que a superfície espelhada que todos possuímos e onde reflectimos todos os que nos rodeiam?

E será que lamento assim tanto a história que esta(s) companhia(s), segundo insinuas, impediu que se realizasse?

1 de julho de 2005

Ego(ísta)

Agora...
Alimento-me das saudades que confessas ter de mim.
Sustento-me dos elogios cegos que nunca deixaste de me oferecer.
Perco-me na dimensão dos teus sentimentos por mim.
Encontro-me no desejo que nunca deixaste de revelar.
Reconquisto a minha alma na tua dor.
Retomo alento na tua paixão.
Crio coragem na tua devoção.
Revigoro-me na tua presença.
(Re)vivo na tua voz.
Afogo-me em ti.



O ego é perigoso.
O egoísmo sempre foi mais!

Vamos a um teste?



I am Pepe Le Pew!

"You are a lover.
Romance, flowers, and wine are all you need to enjoy yourself. You are serious about all commitments. A family person. You call your Mom every Sunday, and never forget a Birthday. Don't let your passion for romance get confused with the real thing."

E tu?
Diz-me quem és na BD!