12 de julho de 2005

Criança

Dá dó ver-te assim perdida...

De mão estendida, mendigando afecto.
O pranto sentido, exigindo reparação.
O sono inquieto, repisando mágoas.
O coração dorido, reavivando memórias.
O ódio triste, corroendo entranhas.

Porque não esqueces e somes?
Porque não lutas e vences?

Vem!
Deixa-me levar-te.
Como cego a servir-te de guia.
Como surdo a traduzir-te os sons.
Como mudo a embalar-te, cantando.

Vai!
Ergue-te, caminha, afasta-te.
E perdoa(-te)...