31 de janeiro de 2006

Acho que...

... nunca tinha sofrido tanto no Estádio da Luz.
Não desta forma, não com esta intensidade.

O ar era gélido, o vento cortante.
No meu lugar chovia quase tanto como no relvado.

E enquanto os adeptos permaneciam firmes, inabaláveis, a Gloriosa Equipa permanecia (permaneceu)... invisível.

Mas, extraordinariamente, uma vez mais, senti um orgulho desmedido em pertencer a esta imensa instituição.
E a razão é tão simples...

Porque durante o jogo virámo-nos contra os nossos jogadores... porque o Beto isto, porque o Robert aquilo, porque o Alcides blablabla...
Porque ao intervalo refilámos com o treinador... porque o Koeman não mete o Manuel Fernandes, porque o Marcel continua no banco, porque voltou a inventar na defesa...
Porque não nos justificámos com o árbitro, com o tempo ou com as condições do relvado.
E porque no fim do jogo engolimos em seco, reconhecendo a justiça de uma derrota humilhante.

Principalmente porque mais uma vez provámos que somos grandes... somos maiores... somos Benfica!!

30 de janeiro de 2006

Novo Fôlego

Acho que foi o que disseste que me fez regressar.
Sem dúvida, também soube bem ler os vossos comentários (aliás, como sempre, em qualquer tempo e lugar... obrigada a todos!).

Mas as tuas palavras tocaram-me.
Que importa que sejas só uma pessoa?
Valeste por mil naquele instante.

And so, I'm back...

24 de janeiro de 2006

Chegou a hora...

Acho que vou ter de parar.
Parar de escrever.
Parar de pensar.
Parar de sentir.

Acho que chegou a altura de parar.
Já não anseio por ler.
Já não é suficiente revelar.
Já não me sustenho na tua vida.

Chegou a hora de fechar este livro.
Recapitular o que passou.
E viver novo capítulo.


23 de janeiro de 2006

Já não...

... me interessam as mesmas coisas.
Já não as vivo da mesma maneira.

Olho-as à distância da indiferença.
Desvio o olhar em impaciência.

Nada me preenche, me satisfaz.
Ninguém me surpreende, me realiza.

Preciso de loucura e romance.
Anseio por urgência e paixão.

Cansam-me as mesmas perguntas.
Entediam-me os mesmos convites.

Aborrecem-me as mesmas conversas.
Desinteressa-me a mesma falta de interesse.

Revejo-me em ti... será bom?
Assustam-me as semelhanças...

Sei que será breve... conheço-me.
E isso permite-me ler-te o coração e descobrir-te a alma.

20 de janeiro de 2006

Folha ao vento

Como folha ao vento
Sem destino, sem vontade

Voando sem protecção
Empurrada sem cuidado

Maltratada, mal amada
Acariciada, desejada

Impelida, impingida
Arrastada, estagnada

Entregue ao acaso
Abandonada à sua sorte

Sedenta de carinho
Àvida de atenção

Injustamente desprezada
Em imerecida solidão


19 de janeiro de 2006

Loucura é...

... sentir a falta de alguém que não se conhece.
... sentir que se conhece alguém que nunca se viu.

18 de janeiro de 2006

Episódios na Vida de...

Existe, em Portugal, a ideia arraigada de que um médico não tem a obrigação de cumprir horários, nem de chegar atempadamente aos seus compromissos.
Esta noção é resignadamente aceite e silenciosamente engolida.
Nem sequer conseguimos evitar a surpresa quando nos deparamos com uma excepção a esta ‘regra’.

Não partilho da opinião generalizada de que é necessário preparar-me para uma espera prolongada quando marco uma consulta médica.
(O caso muda de figura se me dirijo às urgências de um hospital ou se me sujeito a ser atendida ‘por favor’ por qualquer médico no fim de um dia preenchido. Aí rendo-me à evidência e à necessidade e aguardo com paciência.)

Mas num consultório ou numa clínica, com consulta marcada (e, neste caso em particular, sendo a primeira do dia) sinto-me no direito de exigir ser atendida a horas. Principalmente, quando marquei a referida consulta para as 8h da manhã, sacrificando preciosas horas de sono para evitar qualquer atraso na chegada ao meu local de trabalho.
E, fundamentalmente, porque pago por um serviço e por conseguinte exijo que mo prestem nas condições acordadas.

A arrogância da médica que me consultou hoje raiou perigosamente os limites da boa educação.
Nunca pediu desculpa por um atraso injustificado, simulou má disposição quando minutos antes (antes da sua primeira consulta do dia) havia passado por mim em amena e animada cavaqueira com a colega do lado e agiu como se me prestasse um favor ao colocar ao dispôr o livro de reclamações.

Pois, deixem-me que lhes diga o que lhe disse a ela...
O 'estatuto' da sua profissão não lhe dá o direito de prejudicar a minha.
O livro de reclamações está ao meu dispôr quando e sempre que eu dele tenha necessidade e o facto de eu não ter escrito nele é um favor que lhe fiz a ela e não o contrário.
A prestadora de serviços é ela e eu a sua cliente... ninguém está a fazer um favor a ninguém... ela tem a obrigação de fazer o seu trabalho correcta e profissionalmente e eu de lhe pagar por isso. Eu fiz a minha parte... ela não!

Sim, é verdade... já perceberam que tive mais um dos meus ‘episódios’ num consultório médico.

16 de janeiro de 2006

Porque...

... magoa a Felicidade alheia quando não temos direito ao nosso quinhão?

E porque nos sentimos obrigados a fingir que isso não acontece?


Imagem daqui

13 de janeiro de 2006

Mulher da Net

Alguns amigos usam depreciativamente, em relação a mim, termos como 'mulher da net' ou 'fã do mundo virtual'.
Não me dou ao trabalho de negar... até porque estas expressões têm um bom fundo de verdade.

Às vezes, penso que tudo seria mais fácil se, na 'vida real', se agisse como na net.
Meter conversa só porque se gostou de um nick ou de uma cara.
Apagar alguém da nossa vida porque não se gostou do que se leu ou porque ela nos aborrece de morte.
Poder bloquear um endereço porque não se quer voltar a ver, nem dar conta da existência de outra pessoa ou simplesmente manter o silêncio, simulando ausência ou problemas com a rede ou o computador.
Conhecer gente nova todos os dias.
Revelar o máximo da sinceridade no manto de protecção do anonimato.
Expôr facetas desconhecidas e ouvir confissões de sonhos e fantasias apenas porque do outro lado está um estranho que não julga, nem ajuíza.

Somos tão livres, fala-se tanto em liberdade...
Porque continuamos, então, na 'vida real', tão presos a preconceitos e estereótipos, tão limitados de movimentos e vontades, tão prisioneiros da imagem própria e da opinião alheia?

12 de janeiro de 2006

O que terei feito...

... para merecer tantos elogios?

O que terá acontecido para teres voltado a procurar-me?
E tu? E tu?

Que astros se terão alinhado neste desejo conjunto e espontâneo de me fazerem sentir bem e querida?

11 de janeiro de 2006

Consta...

... que murchei.
Diz-se que perdi ilusões.
Corre como certo que vivo triste e acabrunhada.
Lê-se aqui apenas desencanto e amargura.

Consta que definho.
Diz-se que há um gemido em cada palavra que escrevo.
Corre como certo que murmuro em vez de bradar.
Lê-se aqui apenas o carpir de tantas mágoas.


E eu confesso...

O abismo é meu fiel companheiro.

Mas todos os dias toco o Sol...

10 de janeiro de 2006

Não gosto...

... da pessoa em que me tornei.
Melhor dizendo, não gosto da pessoa em que me tenho vindo a tornar.

Cada vez mais insensível e indiferente.
Cinismo e cepticismo são características cada vez mais presentes.

Não contribuo para peditórios nacionais, não compro a "Cais".
Não cedo o meu lugar no metro, não dou esmolas na rua.
Desvio-me de acrobatas e saltimbancos.
Abro caminho entre pedintes e sem-abrigo.
Assisto insensível a mais um atentado no Iraque.
Passa-me ao lado a palhaçada de mais uma campanha eleitoral.
Não acredito nos bancos alimentares.
Desconfio de quase todas as instituições de 'solidariedade'.
Não reencaminho mails com supostos pedidos de sangue e desaparecimentos de crianças.
Torço o nariz a mensagens de Boas Festas padronizadas e distribuídas em massa.
E estou farta de frases feitas supostamente inspiradoras de confiança num futuro risonho e feliz.

O mais assustador... escrevi este desabafo entre o Natal e a Passagem de Ano!

9 de janeiro de 2006

Gosto...

... dos teus olhos.
Gosto especialmente de como eles me olham.

Fico fraca, fico tonta... não sei o que digo, o que penso. Rio (de)mais, evito o silêncio.

Contigo sou menina em vez de mulher. Coro como adolescente e és tu a criança.

Confundes-me com palavras, desiludes-me com gestos. Mas os teus olhos entoam outras letras, o teu olhar promete-me outros vôos.

Não quero continuar a ler o teu olhar.
Quando irei ouvir o que os teus olhos pensam?

6 de janeiro de 2006

Perdi-me...

... não sei bem onde, nem quando.
Olho para o meu peito, concentro-me no meu umbigo, mas não me vejo, não me encontro.
Não estou cá e não sei para onde fui.

Olho à volta.
Não descubro espelhos em olhos.
Já nem me lembro como era.
O meu reflexo é confuso, vago, difuso.

Perdi tempo e espaço.
Perdi gente e vida.
Perdi-me... algures.
Recompensa-se quem me encontrar.

5 de janeiro de 2006

Mistério

Porque só tenho jeito para o que não serve absolutamente para nada??

4 de janeiro de 2006

Hmmmm...

É 'isto' então a próxima aquisição do Glorioso??
Olhem que é difícil, mas confesso que estou sem palavras!! :D

3 de janeiro de 2006

O fim

Sinto que acabou... e isso deixa-me triste.
Não sei como recuperar o que se perdeu... alguma intimidade, uma certa cumplicidade e tanto convívio.
Até mesmo a possibilidade de falarmos sobre tudo nos foi vedada.

Partidos foram tomados, atitudes foram julgadas, sentimentos foram medidos.
A espaços, trocamos apenas meia dúzia de educadas palavras de circunstância.
As palavras, essas, são agora bem pesadas... existe sempre algo a omitir e demasiados assuntos proibidos.

Sinto que acabou... e não chego a perceber se alguma vez existiu.

2 de janeiro de 2006

Curioso...

A pesquisa "Homens casados que se apaixonam por outras mulheres", no MSN Busca, apresenta na primeira página de resultados (entre muitos outros, claro!) "O Diário da Teresa"!!

À parte este estranho facto (uma vez que nunca escrevi exactamente sobre este assunto) o que me deixa realmente intrigada é porque é que alguém fez semelhante pesquisa...