10 de janeiro de 2006

Não gosto...

... da pessoa em que me tornei.
Melhor dizendo, não gosto da pessoa em que me tenho vindo a tornar.

Cada vez mais insensível e indiferente.
Cinismo e cepticismo são características cada vez mais presentes.

Não contribuo para peditórios nacionais, não compro a "Cais".
Não cedo o meu lugar no metro, não dou esmolas na rua.
Desvio-me de acrobatas e saltimbancos.
Abro caminho entre pedintes e sem-abrigo.
Assisto insensível a mais um atentado no Iraque.
Passa-me ao lado a palhaçada de mais uma campanha eleitoral.
Não acredito nos bancos alimentares.
Desconfio de quase todas as instituições de 'solidariedade'.
Não reencaminho mails com supostos pedidos de sangue e desaparecimentos de crianças.
Torço o nariz a mensagens de Boas Festas padronizadas e distribuídas em massa.
E estou farta de frases feitas supostamente inspiradoras de confiança num futuro risonho e feliz.

O mais assustador... escrevi este desabafo entre o Natal e a Passagem de Ano!