30 de novembro de 2005

Memórias

Guardo religiosamente algumas mensagens.
Tenho esse hábito desde que me lembro... muito antes de existirem sequer telemóveis.
As minhas gavetas servem de guarda-jóias a papelinhos amarelecidos pelo tempo, repletos de corações, 'conversas', confissões e declarações de amor.

São momentos inesquecíveis.
Retalhos da minha vida.
Pedaços da minha história.

Guardo-os com carinho.
Leio-os com saudade.
Preservo-os com amor.

Álbuns vivos de recordações, relembram-me situações que não quero esquecer.
O nascimento de um 'sobrinho', a paixão de um amante, o ciúme de um namorado, a promessa de um amigo...

Hoje, a memória de um dos meus telemóveis perdeu-se irreversivelmente.
Sinto que perdi anos de vida...

29 de novembro de 2005

...

Queria saber o que esperas de mim.
O que aguardas da minha parte?

Queria perceber o que sentes.
Adivinhar os teus pensamentos.

Qual Pai dos velhos tempos, gostava de indagar as tuas intenções.
Esquadrinhar os teus intuitos.
Perscrutar os teus desejos.

Sinto-me acrobata em corda bamba.
Hesito, refreio, recuo, escondo...

Já disse "Adeus"...
... porque insistes em dizer "Olá"?

28 de novembro de 2005

Dizem...

... que brinco com as palavras como algumas pessoas brincam com sentimentos...

25 de novembro de 2005

Resumo da Semana

Domingo
Borga e brutal ataque de asma.
Adormeci perto das três da manhã.

Segunda-feira
Decido deitar-me cedo mas a asma impede-me de adormecer antes da uma da manhã.

Terça-feira
Jogo do SLBenfica com amigos e conversa 'agradável' que me manteve acordada até às quatro da manhã.

Quarta-feira
Jantar 'romântico' e conversa muito interessante até à uma da manhã (juro que estava no limite da minha resistência física!).

Quinta-feira
Reunião de trabalho até às três (3!) da manhã.
Às cinco da manhã ainda não dormia.

'Tá decidido!
Hoje vou deitar-me cedo...
"Queres ir ao cinema?"

Prazeres

Coloco-o na minha boca com cuidado... mas só quando sinto o seu líquido cerro os olhos de prazer.
Sugo com desvelo... não desperdiço uma gota!
Mordo levemente, trinco suavemente... saboreando-o.
Prolongo o momento, adio o fim.

Não tenho dúvidas...
... não há bombom como o Raffaello!!

Fogachos

Pareço despertar fogachos.
Labaredas pequenas e súbitas.
Mais ou menos duradouras.
Pequenos encantamentos que são, momentaneamente, promessas de grandes fogueiras.

Não os provoco, não os evito.
Observo-os sempre agradavelmente surpreendida.

Aparecem sem explicação.
Desaparecem tão misteriosamente como apareceram.

Invariavelmente, responsabilizo-me pelo seu término.
Talvez porque me recuse a alimentá-los.
Talvez porque me considere uma fraude.
Talvez porque o meu feitiço não seja suficientemente forte.

Continuo, por isso, a interrogar-me.
Quando arderei num grande incêndio?
Quando me consumirei em derradeira combustão?


24 de novembro de 2005

Sócia!

É verdade.
Voltei a tornar-me sócia dessa enorme instituição que é o SLBenfica.

Não mudarei os meus hábitos.
Não devo, por isto, acorrer muitas mais vezes ao Estádio do que já o fazia no passado.
Mas não quis ficar de fora nesta nova vaga vermelha.
Quis dar o meu contributo para atingirmos novos records, novos números que continuem a traduzir a inequívoca grandeza d'O Clube.
Quis tornar-me parte integrante e activa desta vontade renovada de voltar ao lugar que sempre lhe pertenceu e que nunca perdeu nos corações e nas almas Benfiquistas.

Sei que a imagem não é recente, mas a mensagem é eterna!


Viva o SLBenfica!!
SEMPRE!


23 de novembro de 2005

É bom!

É bom saber que já não me faz chorar.
É bom sentir que já não me rouba o sono.
Conforta perceber que já não me impede de falar.
Agrada-me verificar que a indiferença se sobrepôs, finalmente, à mágoa.

Já não escrevo recados.
Deixei de me interrogar sobre quem me lê.
Parei de escolher canções pelo seu significado.
Confundo-vos com mensagens dúbias que deixaram de lhe ser dirigidas.

Sem perceber, dediquei pensamentos a outro alguém.
Sem querer, reservei-lhe atenções, ofereci-lhe sentimentos.

Voltei a sentir vontade de arriscar.
Mesmo que se adivinhe nova desilusão...
Tudo porque é tão bom sentir-me viva de novo!
Só porque é tão bom permitir-me sonhar outra vez!

22 de novembro de 2005

Dias cinzentos

É sempre assim, no Outono.
Dias cinzentos, disposição enfadonha, pensamentos melancólicos.
Falta de iniciativa, inércia importuna, vontade de hibernar.
Ausência de inspiração, saudade de sol, luz e calor.
Sensação de tédio aliada a muita, muita falta de paciência.

Aos poucos, distancio-me do mundo, ganho-lhe mesmo alguma aversão.
Noto que agora todos somos 'sexy', todos temos vidas preenchidas, todos somos 'felizes e realizados', todos contemos 'mistérios fascinantes'.
A 'alegria' reina em todas as vidas, todos sorrimos intimamente satisfeitos com elogios, recordações felizes e perspectivas risonhas.
O 'amor' infiltra-se em todos os poros, ninguém está sozinho.
Fala-se de sexo em todo o lado, a toda a hora, tudo serve como desculpa para exibir mais um corpo desnudado.

Neste mundo de beleza e brilho observo...
... não há vergonha no corpo, apenas complexos na alma.

21 de novembro de 2005

E de repente...

... cai a noite sem luar onde há instantes brilhava o sol em céu sem nuvens.

18 de novembro de 2005

Room Number

"Room Number?"
E eu, em bom português:
"Novecentos e dez"
"Ah... é portuguesa!"
Sorri, assentindo.

Já há muito que ninguém me tomava por estrangeira.
Soube bem! :)

16 de novembro de 2005

Nas tuas costas...

... leio as minhas.

Era assim, então, que te sentias.
Com saudade de outra vida... perseguindo outro tempo.

E agora sou eu que te faço falta?
O som da minha voz, o calor da minha pele, o sabor do meu beijo?

O que te assombra agora?
A lembrança da felicidade?
Ou o medo de não a voltares a sentir?

15 de novembro de 2005

Todos diferentes!

Sei que, no fundo, somos todos iguais... se não iguais, pelo menos muito, muito parecidos.
É fácil rirmo-nos das mesmas coincidências, comovermo-nos com os mesmos dramas.
Reconhecemo-nos em vivências e sentimentos alheios porque, afinal, são muitas vezes também os nossos.

Mas nem sempre é fácil aceitar esta verdade.
Por vezes, sou alien em planeta distante.
Existem alturas em que me sinto estrangeira em país muçulmano.

Já percebi que sempre que estás feliz, 'desapareces e esqueces'.
Pelo contrário, quando estou feliz, transbordo de generosidade.
Estendo a mão, quero falar, distribuo sorrisos, espalho boa disposição.
É quando o Sol se esconde dentro de mim que necessito também de desaparecer.
Aí fecho-me, calo-me, escrevo e não procuro ninguém.

Também te vejo a 'pegar o touro pelos cornos'... a enfrentar situações confrangedoras como se de um passeio no parque se tratasse.
Assisto ao reatar de ligações que pareciam perdidas por agravos cometidos.
Já eu soterro bem fundo tudo o que me magoa.
Evito lugares e pessoas, esqueço caras e momentos.
Se pudesse, recortaria pedaços de vida e memória, (e)migraria para algum lugar distante, (re)começaria do zero.

Qual intérprete de gabarito, tu segues em frente, sorridente e feliz.
Nunca te deixas afectar, rodeias-te de alegria e 'ruído'.
Eu sempre gostei de silêncio, música intimista e conversas profundas.

Não... não somos todos iguais!
Somos mesmo muito, muito diferentes...

14 de novembro de 2005

Coragem ou Cobardia?

Sou forte?
Ou tão fraca, afinal?
Romântica em demasia?
Ou exacerbadamente racional?

Claro que sou forte!!
Não corro atrás, não me humilho... engulo lágrimas e mantenho o meu orgulho!
A mentira, o desprezo e a indiferença travam emoções, calam reacções.

Mas sou tão fraca...
Não luto pelo que quero.
Calo a dor e ignoro o desespero.
Cobardemente, afasto-me e resigno-me.

Não deixo, no entanto, de ser romântica!
Continuo à procura de quem me ame tanto como o amarei a ele.
Anseio encontrá-lo na próxima esquina, na próxima encruzilhada, no próximo rosto, no próximo olhar.

Mas nunca esqueço a razão...
A razão permite-me ser forte: "Não queiras quem não te quer!"
A razão deixa-me ser fraca: "É melhor assim... não tinha que acontecer..."
A razão aniquila-me o romantismo: "Não voes, mantém os pés bem assentes na terra... não te deixes enganar outra vez!"

A razão grita e ensurdece-me:
"Sê forte, esquece e recomeça!"
Quando ouvirá o meu coração?

9 de novembro de 2005

Uma vez

Basta uma vez!
Uma única vez é suficiente.

Um único olhar.
Um único toque.

Apenas um descuido, um desleixo.
Uma temerária «distracção».

Um momento imprudente.
Um acto de rebeldia.

Basta uma vez para amar.
Basta uma vez... para morrer!

7 de novembro de 2005

Incoerências

Oferece-me carinho e ternura, se me quiseres perder.
Presenteia-me com atenção e serei de outro.
Venera-me e virar-te-ei costas.
Ama-me e abandonar-te-ei.

Mas oferece-me mistério e serei tua.
Seduz-me com enigmas e ficarei contigo.
Envolve-me em segredos e não te deixarei.
Rejeita-me e conquistar-me-ás para sempre!

4 de novembro de 2005

Good News!

Até estou com medo de 'falar'...
Mas continuo na senda de acontecimentos felizes!

O início de Novembro está cada vez mais fértil em aniversários de amigos e familiares.

Parabéns, J!
Ninguém tem 21 anos...
Parabéns, M!
Um dia atrasado, mas sei que ainda cheguei a tempo.
Parabéns, E!
Como tenho saudades tuas, Amiga!
Parabéns, P!
Este ano arranjaste maneira de receber Parabéns em duplicado, né?
Parabéns, Pai e Mãe!
37 anos de casamento... é obra, não?
(já para não me adiantar aos aniversários de 5 e 7 de Novembro, já à porta mas já se sabe o que se diz dos votos antes de tempo)

E hoje, muito particularmente, foi um dia rico em novidades ansiosamente esperadas.

Parabéns, A e C!
Dá gosto ver a vossa Felicidade.
E Muitos, Muitos Parabéns, P e R!
Deus sabe o quanto merecem este momento.

Só boas notícias nesta linda sexta-feira a que nem o Sol quis faltar!
Salvé o dia 4 de Novembro de 2005!!

3 de novembro de 2005

Eu já sabia...

... que aquele meu fim de dia não augurava nada de bom ao meu SLBenfica!

Vestida 'à Benfica' desde a roupa exterior à interior (nem o piercing escapou!) nada foi suficiente para travar o mau olhado da onda amarela.
Como a minha própria onda também estava meio descorada, o resultado, infelizmente, não me surpreendeu.
Tenho a veleidade de acreditar em sinais e sintonias entre mim e o Glorioso... call me crazy.

Mais uma desilusão, mais uma mentira, mais uma derrota...
Que fique claro que, nesta última frase, não estou a falar de futebol!

2 de novembro de 2005

Os dois irmãos

Ela vem assim de mansinho... sem avisar.
Toma conta de mim, dona e senhora.

Já ele é mais contido, menos invasivo.
Possui sem violar.

Mas ambos perturbam, incomodam.
Permanecem em mim, contra a minha vontade.

Surgem convidados por estranhos.
E só partem quando saciados.

Derrubam-me, vencem-me pelo cansaço.
Abomino-os, odeio-os!

Mas admito...
Já fazem parte de mim.