Sei que, no fundo, somos todos iguais... se não iguais, pelo menos muito, muito parecidos.
É fácil rirmo-nos das mesmas coincidências, comovermo-nos com os mesmos dramas.
Reconhecemo-nos em vivências e sentimentos alheios porque, afinal, são muitas vezes também os nossos.
Mas nem sempre é fácil aceitar esta verdade.
Por vezes, sou alien em planeta distante.
Existem alturas em que me sinto estrangeira em país muçulmano.
Já percebi que sempre que estás feliz, 'desapareces e esqueces'.
Pelo contrário, quando estou feliz, transbordo de generosidade.
Estendo a mão, quero falar, distribuo sorrisos, espalho boa disposição.
É quando o Sol se esconde dentro de mim que necessito também de desaparecer.
Aí fecho-me, calo-me, escrevo e não procuro ninguém.
Também te vejo a 'pegar o touro pelos cornos'... a enfrentar situações confrangedoras como se de um passeio no parque se tratasse.
Assisto ao reatar de ligações que pareciam perdidas por agravos cometidos.
Já eu soterro bem fundo tudo o que me magoa.
Evito lugares e pessoas, esqueço caras e momentos.
Se pudesse, recortaria pedaços de vida e memória, (e)migraria para algum lugar distante, (re)começaria do zero.
Qual intérprete de gabarito, tu segues em frente, sorridente e feliz.
Nunca te deixas afectar, rodeias-te de alegria e 'ruído'.
Eu sempre gostei de silêncio, música intimista e conversas profundas.
Não... não somos todos iguais!
Somos mesmo muito, muito diferentes...
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