31 de julho de 2008

Eu adio!

É o que faço.
É quase o que sou.
"Aquela que adia"

Adio obras e decisões.
Adio actos e opiniões.
Adio vida e alterações.

Se me dão espaço, adio.
Se me dão tempo, protelo.

Se não me esforço, adio.
Se não me obrigo, prorrogo.

Avanço apenas por despacho.
Decido apenas por petição.

Mas se puder, adio... sempre.
Porque adiar é quase tudo o que faço.
Porque adiar é tudo aquilo que sou.

30 de julho de 2008

Já comecei...

... por várias vezes, um texto sobre as agruras de se ser do Benfica nos dias que correm.
Depois leio outros textos em outros blogs e recuo.
Não acrescentaria nada, não conseguiria dizê-lo melhor.

Hoje ao pequeno-almoço, 'masculinamente' lia o Record (de ontem) esquecido na mesa do café, o qual me tinha atraído pelo sugestivo título "Quique faz razia".
Petit (o quê?!?!), Katso (parece que não quer ficar :(), Makukula (já vai tarde :P), Cardozo (há jogadores que não têm mesmo sorte no Benfica), Jorge Ribeiro (então mas este não o comprámos esta época?! (coisa que, aliás, não me trouxe felicidade nenhuma)), Nuno Assis (ooooohhhhh), Luís Filipe (yupiiiiiiiiiiiii!!!!!), Bynia (por Luís Garcia?)...
A lista é interminável... já nem sei quem serve de moeda de troca com quem, quem quer sair ou quem está, pura e simplesmente, a ser chutado para escanteio.

É impossível parar de torcer.
Nunca se deixa de sofrer.

Mas chega a apetecer, por uns tempos, ir enterrar-me em algum buraco e esquecer.

(bem, pelo menos, sempre tenho uma desculpa para pôr aqui uma foto do nosso novo treinador... continuo a achar que não é muito fotogénico mas gosto de o ver em movimento... eheheh)

29 de julho de 2008

Toda a Verdade

É de (bom) senso comum.
É melhor guardar alguns segredos.

Não convém revelar o que é irrelevante.
Ou, pelo menos, o que não traz nenhum benefício.

É de resistir à tentação de dizer tudo.
Vencer o impulso de descerrar todos os recessos.

É mais sensato ter um último reduto... inexpugnável.
Uma câmara de horrores protegida do mundo... para não o intimidar.

A Verdade... toda ela... é inútil, imprestável.
A Verdade... toda ela... é passado, perfeitamente olvidável.

A Verdade... toda ela... só a nós parece importar.
A Verdade... toda ela... em nós devemos calar.

28 de julho de 2008

Fico...

... deveras preocupada quando penso na teoria que defende que os cães adoptam a personalidade dos seus donos.

É que a Maria está cada vez mais desconfiada, mais teimosa, mais ansiosa, mais independente, mais atrevida, mais 'respondona', mais arisca, mais autoritária e sempre, sempre muito senhora do seu nariz...
... e eu detesto pensar que é por minha causa!!

Aliás, o que eu não gosto mesmo é de perceber que sou eu que sou assim...

25 de julho de 2008

Sem me dar conta...

... reparo que continuo a gostar do teu tipo de homem.
Moreno, franzino, gaiato.

Mesmo quando me ultrapassam em idade.
Mesmo se não me olham, nem me querem.
Mesmo se me preteriram ou abandonaram.

Os meus olhos ainda te seguem noutros corpos.
Os meus sentidos despertam em sósias teus.

Sem me dar conta, reparo que continuo a gostar do teu tipo de homem.
O tipo de homem que nunca pôde ser meu.

24 de julho de 2008

Que vontade...

... imediata de embarcar na sua onda.
"Posso ficar contigo?" e eu agito-me em antecipação.


Salvo-me pelo medo do seu ímpeto.
Protejo-me por receio do seu desejo.

Mas é o seu ímpeto que me prende.
E o seu desejo que me estimula.

Fujo por receio de punição.
Escondo-me por medo da perdição.


Mas é a sua vontade que me chama.
E o seu apelo que me dá...

23 de julho de 2008

Escrever...

... é fácil quando me limito a descrever o que sinto.


Difícil é policiar-me para não revelar o que não posso.


Impossível é escrever o que não vivo.

22 de julho de 2008

Os nervos...

... saem-me pela pele.

Emergem em calores e suores.
Rebentam em rosácea e impigens.

Expulso-os em eczemas atópicos.
Seco-os com cremes e cuidados.

Os meus nervos não se revelam na voz.
Ouvem-se na pele como que bradando.

Não se detectam na atitude.
Percebem-se na pele como que estrebuchando.

Não se lêem no olhar.
Vêem-se na pele como que transbordando.

A minha pele manifesta-se, denunciando-me.
E quando a minha pele me expõe, percebo que, por baixo dela, me quebro.

21 de julho de 2008

Falo...

... como se o que digo não importa.
Ouço-me e apresso velozmente o silêncio.

Falo na ânsia de ser ouvida.
E assim mesmo nem eu consigo escutar-me.

Falo por mim mas não para outros.
E eles fingem mas não me ouvem...

... apressando a minha pressa de silêncio.

4 de julho de 2008

2 de julho de 2008

Porque...

... não pode ser mais simples?
Porque tem de haver perturbação?

Porque não pode ser um crescendo de emoção?
Porque tem de haver desilusão?

Porque não pode ser momento eternizado?
Porque tem de haver sempre um adeus decepcionado?


Porque não posso acreditar?
Porque tenho sempre de sonhar?

1 de julho de 2008

Ela...

... está doente.
Com uma daquelas doenças que evitamos pronunciar o nome... talvez com receio de que nos venha bater à porta um dia.

Ela está doente e eu ainda não a vi desde que sei.
Falámos apenas e quis acreditar que tudo estava prestes a passar.

Ela é uma amiga querida e eu não consigo dar-lhe a mão.
Ela está doente e eu não sei lidar com esta situação.