31 de outubro de 2006

Os eixos da Vida

Há dias obriguei-me a olhar para a minha vida como se de uma roda com 5 eixos se tratasse.

Dividi-a em Amor, Saúde, Família, Amigos e Carreira.

Depois de olhar para as diferentes fatias, agradeci a Deus a saúde, os Amigos e os Pais que tenho.
Já quanto às fracções relativas à carreira e ao amor...

Nunca fui daquelas crianças que sabiam: "Quando for grande quero ser..."
E ainda hoje a minha vocação é escusa, dúbia, secreta, (inexistente?).
Não tenho uma carreira aliciante, plena de desafios, enriquecedora e preenchida.
Não antevejo grandes possibilidades de progressão e, nos últimos tempos, sinto mesmo um crescente desânimo e falta de confiança nas minhas capacidades.

E o Amor... esse grande monstro alado e prodigioso.
É ser cujo sopro brando e morno nunca senti.
É abrigo que nunca me serviu de protecção.
É eixo desalinhado no meu coração.

3 em 5 não é um mau resultado, pois não?
60% é positivo, não é? ;)
Quem dera a muitos, right? :D

30 de outubro de 2006

O Clássico...

... fim de semana no Porto.

Um calor abrasador, inusitado.
A roupa desapropriada, a companhia certa.

Recebes-nos sempre assim.
Doce, mãe, meiga, Amiga.
Não porque o mereçamos.
Não porque sejamos especiais ou diferentes mas apenas porque tu o és.

Desta vez, transcendeste-te.
Sem esperar, sem prever, sem contar, sem querer... vi-me no Dragão, Sábado à noite, lugar cativo de um sócio azul e branco que não pôde comparecer.
Estádio cheio, vislumbro (lá ao longe) apenas um cachecol vermelho e branco.
1º golo do Porto, 50000 pessoas em pé, ao rubro... e eu bem sentadinha no 'meu' lugar cativo.
2º golo do Porto, 50000 pessoas em pé, em êxtase... e eu a pensar "ai que vergonha! O meu 1º clássico no dragão e vamos ser trucidados"
Olho cem mil vezes para o relógio... mas o intervalo não há meio de chegar??
2ª parte
1º Gooooooolo do Benficaaaaaaaaaa!!!! (tão caladinho cá dentro)
2º GOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLOOOOOOOOOOOOOOO do BEEEEEEEEEENNNNFFIIIIIIIIIIIICAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!! (que sufoco! Ai como custa não saltar, como é duro não gritar... pisco o olho ao Dragãozinho que me acompanhava... e sorrio por trás das mãos com que tapo a cara)
3º golo do Porto, 50000 pessoas em pé gritam a plenos pulmões, apenas os meus ouvidos vibram (a culpa foi minha, eu sei! Devia ter gritado, mostrado a minha alma encarnada... dei azar, só pode! Não mostrei o orgulho que me enchia o peito)

E agora que tudo acabou...

Estou de volta, feliz.
Já com saudades.

Até breve...
... e Muito, Muito Obrigada!! :)

27 de outubro de 2006

Nada como...

... uma meia dúzia de aftas para perder o apetite.

É, sem dúvida, das soluções mais eficazes para perder peso.

Só há um senão...
Quem é que disse que eu queria emagrecer??


Bom fim de semana! :)

26 de outubro de 2006

Paixão

Poucas coisas nesta vida me apaixonam como o meu Clube.
Poucas coisas no meu dia a dia vivo com o mesmo entusiasmo.

Afino quando me picam, inflamo-me quando o defendo, transcendo-me quando o apoio.
'Equipo-me' em dias de jogo, faço todas as mezinhas supersticiosas.
Vou ao estádio sempre que posso... grito e barafusto, canto e aplaudo... mesmo quando vejo em casa... sozinha ou acompanhada, tanto faz.
E, em algumas ocasiões, prefiro mesmo não ver e forçar desinteresse por achar que azaro quando assisto.

Mas também sou a primeira a criticar o que não aprovo, a primeira a condenar aquilo com que não concordo.
E nunca fui apologista da desculpa "fomos roubados" ou "o árbitro estava comprado".

As disputas devem resolver-se exclusivamento dentro das 4 linhas.
É aí que temos de provar a nossa superioridade, contra ventos e marés.
E é aí que temos a obrigação de calar o adversário.

No Sábado vou estar no Porto.
Feliz ou infelizmente (nem sei) não estarei no Dragão.

Mas quero acreditar que a 'falta de adeptos no estádio', a 'corrupção instalada no futebol' ou a 'ausência de uma peça-chave como o Miccoli' não vão ser usadas como desculpas para uma má exibição ou um mau resultado.

Independentemente das circunstâncias ou do ambiente, o meu Clube tem a obrigação intemporal e eterna de ganhar!
E é apenas com isso que conto... sempre!

25 de outubro de 2006

Gostava...

... de guardar no peito estes momentos.

Os momentos em que me apercebo que serei sempre sozinha e em que não o sinto como um problema ou uma tragédia.

Os momentos em que antevejo um futuro a um e não o acho ensombrado.

Gostava de assumir essa responsabilidade.
E guardar a paz desses momentos.

A paz que nos dá aceitar uma verdade inegável.
A sabedoria de reconhecer uma realidade cada vez mais incontornável.

24 de outubro de 2006

Recado 5


Tu és paz, retiro, confidente.

Para ti vou quando me perco.

De ti sou quando me desvendas.

Saberás que falo de ti?

23 de outubro de 2006

Recado 4

Quero ralhar-te, chorar-te.

Cobarde, perito em fugas, esconderijos.

Não vives para não sofrer.

Recuso-me a morrer contigo.

20 de outubro de 2006

Recado 3

A ti pouco mais que desprezo.

Tanto medo já enjoa.
Tanta desconfiança já enoja.

Lerás aqui as certezas que duvidavas.
Confirmarás assim o que desconfiavas.

Ledo engano...

19 de outubro de 2006

Recado 2

Tu és loucura...
... livre, descomplicada.

O antes não existe.
O depois não importa.

És amigo, irmão, amante.
Ternura, paixão, imprudência.

Não és meu.
Mesmo não sendo de mais ninguém.

18 de outubro de 2006

Recado 1

Quero dizer-te que não me podes prender.
Não se tem o direito de exigir quando nada se dá, nada se promete, nada se sonha.

Não sou tua.
Mesmo não sendo de mais ninguém.

17 de outubro de 2006

Noto...

... que já não estás só.
Vejo-o no sorriso, na roupa, na boa disposição.

Coisa estranha esta frustração.
A ideia de que não fomos o que podíamos.

E até acredito que não eras para mim.
Mas falta-me a certeza, a convicção.

Queria perder o gosto com que te olho.
Gostava de ter podido cansar-me das tuas mãos.
E lamento não ter tido a chance de me enjoar de ti.

Em vez disso, ficou...
... a saudade do teu carinho.
... a nostalgia do teu toque.
... a ausência do teu beijo.
... a lembrança da tua paixão.

E a ilusão incomodativa de que podia ter havido um 'nós'.

16 de outubro de 2006

Encruzilhada

Ontem parecia-me tão certa a decisão...

Cortar, desta forma, com uma atitude, um comportamento, uma maneira rebelde (foi assim que me chamaste?) de encarar a vida.

Tracei o plano, desenhei a acção, calculei todos os passos.
Deixaria para trás o passado que não me dava futuro.

Não sei porque é que hoje a decisão me parece tão dúbia.

O que pensei deixar para trás é uma parte de mim.
Uma de que não me orgulho mas que, ainda assim, faz de mim quem sou.

Será que dizer a mim própria que vou mudar é suficiente?

Afirmar que vou esquecer uma faceta minha acabará com ela?
Ignorar um apelo será o bastante para o calar?

E depois...
... serei mais feliz por o ter feito?

13 de outubro de 2006

Ocorreu-me que...

... se fosse homem, teria muita dificuldade em escolher uma mulher apenas.

Todos os dias me cruzo com mulheres deslumbrantes.
Todas elas com o seu 'quê' especial.

A mulher aprendeu a valorizar o que tem de bonito.
Desfilam pelas ruas usando bonitos decotes, saias e tops curtos mostrando barrigas bronzeadas e pernas bem torneadas, calças justas delineando rabos firmes.

Se uma mulher tem um cabelo magnífico, a do lado pode ofuscar com o seu sorriso.
Se uma tem razões para se orgulhar do seu decote, outra veste-se absolutamente para matar.

Como consegue um homem limitar-se a desejar apenas uma mulher??
Como consegue um homem ser fiel a uma 'mulher' quando lhe entram 'mulherões' pelos olhos adentro em cada esquina?

Como resiste um homem à sedução latente nos olhares?

E porque acha a mulher de hoje que tem de seduzir todo o homem que lhe surge no caminho?

12 de outubro de 2006

"Não há coincidências!"

(já há dias o dizia a um colega)

Isto porque o comentário do Fausto me levou directamente ao post que tinha começado a escrever na véspera.
E rezava assim...

«Às vezes não gosto do meu blog.
Culpo-o por mal-entendidos, pequenos desentendimentos e alguns 'mal-estares'.

Por vezes, acredito que transmite uma ideia algo errada de mim.
E estou convencida que provocou o teu afastamento.
E o teu...

Mas o diário é terapêutico.
A palavra é catártica.

Posso ser feia e má.
E sou, com certeza, mesquinha e ressabiada.

Posso ser livro aberto, desprezado, riscado, amarrotado.
E sou, sem dúvida, pobre, banal.

Mas não me coibo na sinceridade do meu egoísmo.
E gosto de ser livre quando escrevo.»

Engraçado ter escrito isto um dia antes de ler o referido comentário.

É que aqui escrevo o que bem entendo.
E também não me importo que outros o façam neste meu espaço.
(É, aliás, das coisas que mais aprecio nesta coisa dos blogs... a falta de censura)

Choro baba e ranho, rio, piso, tripudio, brinco, sonho, engano...
Para mal dos meus pecados, raramente páro para pesar o efeito que isso terá em quem me vai ler.
Não obrigo ninguém a tal e sei que já perdi 'amizades' à custa deste meu mau feitio.

Mas querer que me compreendam quando escrevo não é essencial para mim (desde que leiam ;)).
E não sinto a necessidade de ser aceite como igual ao resto do mundo.

Sei que, mais uma vez, o presente post vai ser mal-entendido.
Vai ser encarado como um texto ofendido de resposta a um comentário pouco abonatório, quando é apenas a constatação de uma coincidência engraçada... o facto de ter escrito sobre mim exactamente o mesmo de que fui 'acusada' um dia depois.

Também tenho a consciência de que quem não gosta do que lê, não volta.
E por isso, desconfio que o Fausto nem sequer vai tomar conhecimento desta coincidência e do quanto concordamos na nossa opinião sobre a minha pessoa.

But I couldn't care less. ;)

P.S.
Já agora, Fausto, por acaso não fazes parte de uma tuna? :)
A isso é que eu chamaria de uma senhora coincidência!!!!

11 de outubro de 2006

Se há frase...

... que me custe a acreditar é "Só sou assim contigo" ou qualquer outra com o mesmo significado.

Sempre que a ouço tocam sirenes de alarme na minha cabeça.

E que barulheira que vai aqui dentro agora...

10 de outubro de 2006

Adoro...

... a adrenalina de um projecto que corre bem.


Claro que não estou a falar de trabalho...

9 de outubro de 2006

Estado de Choque

Juro que me desiludi comigo própria.

Fiquei mais chocada por saber que o meu ex-namorado vai casar com a actual namorada do que ficaria se soubesse que ela esperava um filho dele.

O que se passa, afinal, com o meu conceito de Amor?!?!


4 de outubro de 2006

Já o ouvi...

... vezes demais para ser uma mera coincidência.

Ele é o meu telefone que não pára... os meus contactos no Messenger que são inúmeros... a minha vida social que é agitada... a certeza de que tenho mais do que um namorado em simultâneo...

Começo a convencer-me que é esta a imagem que os homens têm de mim.
A de uma 'teaser', devoradora de homens.
A de alguém que não se deve levar a sério porque ela própria não leva nada nem ninguém da mesma forma.

Gero insegurança, atraio inconsequência.
Ofereço sinceridade, mas recebo superficialidade.
Porque será tão difícil acreditar em mim?

Acredito que perco carinho quando escolho a indiferença sobre a opinião alheia.
Que deito fora amizade quando deixo que pensem o que bem entenderem.
Que consinto quando calo.

Mas quem não se esforça por saber a verdade, não a merece.

3 de outubro de 2006

Deixem-me...

... contar-vos uma pequena história.

Era uma vez, há algum (não muito) tempo atrás, num reino perto de nós, 5 casais muito amigos entre si.

O A era casado com a B.
A C namorava com o D.
A E vivia com o F.
O G namorava com a H.

E a I tinha uma relação conturbada com o J.

Já o L e a M iam tendo, despreocupadamente, algumas relações inconsequentes.

Hoje, tudo mudou!
Mas mantém-se a amizade.

O A namora agora com a M.
O F está apaixonado pela B.
O D, depois de ter namorado com a M (e comigo) vive agora com a H.
A E namora com o L.
A I e o G vão ser papás.
O J vive com uma 'desconhecida'.
A C casou com um 'desconhecido'.

E foram todos felizes para sempre... eu, inclusivé!
Pelo menos, são estes os meus votos.

Ocorre-me apenas perguntar...
... não existiria mais ninguém naquele reino???

2 de outubro de 2006

'amizade'

Fi-lo uma só vez na minha vida.
A dor foi insuportável, o convívio completamente inadmissível.

Afastei-me de tudo o que me fizesse recordar.
Ainda hoje evito sítios e pessoas.

Fi-lo para o meu próprio bem.
Acredito que me ajudou a esquecer e superar.

Fi-lo porque sofria porque amava.
Fi-lo porque vê-lo magoava.

Não aceito, no entanto, que o faças.
Não o entendo quando não há amor, nem paixão.
Não o compreendo quando não há sofrimento, nem dor.

Assim, a amizade devia ser possível.
Desta forma, a afeição devia ser permitida.

Porque, então, não podemos ser amigos??