Pareço despertar fogachos.
Labaredas pequenas e súbitas.
Mais ou menos duradouras.
Pequenos encantamentos que são, momentaneamente, promessas de grandes fogueiras.
Não os provoco, não os evito.
Observo-os sempre agradavelmente surpreendida.
Aparecem sem explicação.
Desaparecem tão misteriosamente como apareceram.
Invariavelmente, responsabilizo-me pelo seu término.
Talvez porque me recuse a alimentá-los.
Talvez porque me considere uma fraude.
Talvez porque o meu feitiço não seja suficientemente forte.
Continuo, por isso, a interrogar-me.
Quando arderei num grande incêndio?
Quando me consumirei em derradeira combustão?
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