13 de janeiro de 2006

Mulher da Net

Alguns amigos usam depreciativamente, em relação a mim, termos como 'mulher da net' ou 'fã do mundo virtual'.
Não me dou ao trabalho de negar... até porque estas expressões têm um bom fundo de verdade.

Às vezes, penso que tudo seria mais fácil se, na 'vida real', se agisse como na net.
Meter conversa só porque se gostou de um nick ou de uma cara.
Apagar alguém da nossa vida porque não se gostou do que se leu ou porque ela nos aborrece de morte.
Poder bloquear um endereço porque não se quer voltar a ver, nem dar conta da existência de outra pessoa ou simplesmente manter o silêncio, simulando ausência ou problemas com a rede ou o computador.
Conhecer gente nova todos os dias.
Revelar o máximo da sinceridade no manto de protecção do anonimato.
Expôr facetas desconhecidas e ouvir confissões de sonhos e fantasias apenas porque do outro lado está um estranho que não julga, nem ajuíza.

Somos tão livres, fala-se tanto em liberdade...
Porque continuamos, então, na 'vida real', tão presos a preconceitos e estereótipos, tão limitados de movimentos e vontades, tão prisioneiros da imagem própria e da opinião alheia?