18 de dezembro de 2006

"Não sentes falta?"

Perguntaste-me, preocupada.
"Sim, claro!" respondi eu "Quem não sente?"

Um peito onde me aninhar.
Um ombro onde chorar.
Um braço onde me apoiar.
Um coração onde me entrincheirar.
Uma vida para partilhar.

Sim, claro que sinto falta.
Mas olho à volto e vejo nada.

Braços que agarram sem envolver.
Corpos que desejam sem provocar.
Bocas que procuram sem conquistar.

Sinto assim... apenas isso.
Não há fogo que me queime.
Nem outra vida que me mate... de amor.