7 de dezembro de 2007

Apanhaste-me...

... num mau dia, talvez.
Num mau mês, num mau ano... numa vida toda de mau feitio.

Mas talvez eu reagisse sempre da mesma forma... ainda que pudesse ser um bocadinho mais hábil em escondê-lo.

O que é facto é que o teu discurso me impacientou.

Desde quando a vida é justa?
A vida é apenas vida.

E quem merece a solidão, os desencontros, os amores não correspondidos, a esterilidade, a traição, a morte de entes queridos, a saudade de quem está longe ou a ausência de quem está perto?
Ninguém!
Isso apenas acontece... porque é a vida.

E eu que, em outras alturas, já dei o ombro a lágrimas de quem viveu tudo isto, impacientei-me.

De que te queixas tu, afinal??
De um amor profundo e intenso que tem um desafio a superar?
De uma perfeição quase absoluta que tem de mostrar resistência a uma adversidade?

Isso não é desespero, é bênção!
E não devia suscitar lágrimas mas gratidão.

Desculpa... mas apanhaste-me num mau dia.