... lhe perguntar, dizia-me...
Que estava triste, perdida.
Que o desalento a derrotava, vencia.
Que lhe custava (cada vez mais) recomeçar...
... outra vez... mais uma vez.
Que já adivinhava futuros e desenlaces.
“Já lhes conheço todas as conversas, os sinais”
“Os inícios cheios de entusiasmo”
“Os fins repletos de desânimo”
Que amarfanhara a vontade de ser Mãe porque sabia...
... que, mais cedo ou mais tarde, o viria a ser sozinha...
... e ser Mãe, só para ser Mãe, isso não queria.
Que não conhecia relações felizes... de corpo e alma.
Amores sem traições... de corpo ou de alma.
Que ansiava ‘apenas’ por companhia.
Que procurava ‘apenas’ um companheiro.
Mas que esse pouco era tanto, tanto... e tão remoto.
E dizia-mo com voz de Primavera.
Com os sonhos todos ainda presos no olhar.
E eu pensei...
... ela sou eu a falar.
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