28 de dezembro de 2006

Pergunto-me...

... se morri sem disso me aperceber.

Interrogo-me se o meu corpo sabe que já nenhuma alma aqui habita.

27 de dezembro de 2006

Lá fora...

... frio intenso.
Mãos que gelam.
Lábios gretados.
Pele sem sangue.
Quilos de roupa.
Lareiras e aquecedores.

Mas cá dentro... fervilho!

Listo afazeres.
Sonho planos.
Traço metas.
Defino calendários.

Está tão perto... já ali.

O futuro começou ontem.

21 de dezembro de 2006

Fantástico é...

... um conjunto de vozes desafinadas
fazerem um coro afinado e harmonioso.

E se o conseguimos fazer num concerto
porque não transpôr essa harmonia para o Mundo
e começamos a falar a uma só Voz?

Temos apenas que aprender a cantar a mesma Música...



Feliz Natal!

20 de dezembro de 2006

Éramos 5

Jovens, alegres, ruidosos.

Vocês acabadinhos de sair da faculdade.
Eu, pouco mais velha, tentava manter a distância e impôr algum respeito.

Sempre vos disse que éramos colegas, não amigos.
Que, se um dia a Vida nos apartasse, os laços se desatariam.

A Vida fez das suas...
E os laços estão cada vez mais lassos.
Manter-se-ão?

19 de dezembro de 2006

"Fica sempre bem...

... culpar os pais" afirmou uma personagem da minha série preferida.

Sim, é uma boa desculpa... que, por vezes, até consegue ser válida.
Culpar os progenitores pelos nossos traumas, defeitos e feitios.
Justificar os nossos erros e incapacidades com a educação ou a herança genética.

Sei que fui cerceada.
Feitio rebelde e teimoso, tive de ser domada ferreamente, sem apelo, nem agravo.

Posso até responsabilizar os meus pais pela minha insegurança e falta de auto-estima.
Mas só depende de mim mudar.

E acredito que podia ser uma pessoa completamente diferente se tivesse tido pais mais permissivos, mais indulgentes, mais babados pela sua filha.
Mas, provavelmente, não seria uma pessoa melhor.

18 de dezembro de 2006

"Não sentes falta?"

Perguntaste-me, preocupada.
"Sim, claro!" respondi eu "Quem não sente?"

Um peito onde me aninhar.
Um ombro onde chorar.
Um braço onde me apoiar.
Um coração onde me entrincheirar.
Uma vida para partilhar.

Sim, claro que sinto falta.
Mas olho à volto e vejo nada.

Braços que agarram sem envolver.
Corpos que desejam sem provocar.
Bocas que procuram sem conquistar.

Sinto assim... apenas isso.
Não há fogo que me queime.
Nem outra vida que me mate... de amor.

15 de dezembro de 2006

Ainda sobre engates...

... apanhei, há dias, o fim de um programa que tentava ensinar às mulheres a forma 'correcta' de conquistar um homem e a perspectiva masculina sobre os avanços femininos.

Como conclusão, dizia-se que os homens gostam de mulheres que dêem o primeiro passo, que sejam confiantes e atrevidas.
Mas, para relações duradouras, não as escolherão, preferindo as mais discretas, boas companheiras e alguém com quem possam conversar.

Fiquei a pensar que tipo de mulher serei...

Os homens que atraio não procuram relações duradouras... isso quereria dizer que sou confiante e atrevida.
Por outro lado, nunca dou o primeiro passo e não me considero burra de todo... o que faria de mim uma excelente candidata ao 'matrimónio' (mesmo havendo quem defenda que a inteligência de uma mulher não é o melhor atributo a exibir na hora de conquistar um homem... bem pelo contrário).

Mas devo confessar que esta é, para mim, uma 'falsa questão'.
A pergunta que me devo colocar não é que tipo de mulher sou.
O que importa, na verdade, é o tipo de homem que procuro.

Porque, ao contrário do que o programa fazia crer, acredito que não são os homens que nos escolhem... são sempre as mulheres que decidem.

14 de dezembro de 2006

Este não é...

... um blog de engate!

Ou será??



Esta interrogação surgiu-me após ter visitado o blog "No Messages" dos moços simpáticos que cá deixaram um comentário :)
Adorei o clima de boa disposição, de saudável picardia.
Mas não pude deixar de me interrogar...

É que estes 'senhores' dizem exactamente o que qualquer mulher gosta de ouvir... pelo menos, esta mulher gostou ;)

Hugo
"Correndo o risco de logo no primeiro post ser acusado de ter tendências gays, eu assumo…
JÁ ME FALTOU A VONTADE DE FODER!!!!!!!!!! … várias vezes …
E não porque fosse mau, não porque ela fosse má, e acima de tudo…não porque tenha muito!!!"

(há que admirar a sinceridade e a 'candura' com que o disse)

João
"Porque há mulheres que sabem que o são, usam e abusam... mas essas, para mim, não brilham, não flutuam. São as outras, com defeitos, sem maquilhagem, cansadas, de cabelos molhados da chuva... essas que provocam o impulso de imaginar o perfume que emanam..."

(até custa a acreditar em tal verdade)

Verdade ou mentira, para engate ou apenas por diversão, uma coisa confirma-se... o meu sorriso já ganharam :)

13 de dezembro de 2006

Desafio

Um amigo propôs-me escrever um texto que contivesse seis palavras:
Ilusão, Desilusão, Mãe, Flor, Sol e Morte.

Nunca tal me tinha ocorrido... escrever por medida.
Mas resolvi tentar.

Eis o resultado...

"Não era isto que queria, Mãe.
Nunca quis ser para ti uma Desilusão.
E agora que a Morte deste tempo se aproxima,
Agora que me sinto Flor a definhar,
Tento preservar o calor do Sol no meu peito
E entrego ao vento a Ilusão dos sonhos de menina."

12 de dezembro de 2006

Não sei...

... porque te leio.
Ou a ti.

Não sei porque faço ronda por estes blogs e não por outros quaisquer.
Não sei porque fujo aos blogs famosos ou aos que têm muita afluência.

Não sei porque tenho este número mais ou menos fixo de pessoas que me lêem.
Muito menos percebo os fãs fervorosos que surgem, permanecem por uns tempos (assíduos e participativos) e depois desaparecem tão misteriosamente como apareceram.

Não sei porque prefiro comentar blogs de pequena dimensão.
Não sei porque evito deixar a minha opinião em blogs hiper movimentados.

Não sei porque há quem escreva tão bem e receba tão pouca atenção.
Não percebo porque existem blogs tão básicos repletos de comentários.

Conheço pouco da Vida.
Percebo ainda menos de blogs...

11 de dezembro de 2006

Há...

... qualquer coisa naquele ar.
Qualquer singularidade no ambiente.

Rendo-me ao silêncio, à natureza.
Descanso o olhar no mar, suspiro.

Não vejo a hora, anseio pelo momento.
De estar, finalmente, como já me sinto...
... em casa!

7 de dezembro de 2006

"Doutor, Preciso de Ajuda"

Descobri que me prefiro imperfeita.

Confrontada com a possibilidade de me expor aos olhos do público para poder alterar dentes, nariz, peito, olhos, lábios e sei lá que mais, decidi que o melhor mesmo é suportar tantos defeitos e... manter-me intacta.

Muito mais do que os dentes feios, o nariz de família, o peito pequeno ou as olheiras genéticas quereria mudar, isso sim!, esta terrível, terrível incapacidade de avançar.

Queria parar de...
... ser assaltada a meio da noite pelo que devia ter dito a alguém.
... matutar sistematicamente no que podia ter feito em determinada situação.
... arrepender-me por não ter aproveitado aquela oportunidade no trabalho.
... recriminar-me, de uma maneira geral, por ser quem sou.

Quando inventarão eles um programa à minha medida?
Fico à espera...

6 de dezembro de 2006

Se eu escrevesse...

... sobre os filmes, concertos e teatros que vejo.
Se vos falasse sobre os jantares, as borgas e as saídas com os amigos.
Se vos mostrasse a vida familiar, brindasse a casamentos e novos nascimentos.
Se me queixasse de falta de tempo e exibisse uma agenda preenchida.
Se partilhasse convosco as brincadeiras de colegas e amigos.
Se vos contasse sobre a minha nova casinha e o meu novo começo de vida...

... este deixaria de ser O Diário da Teresa...
... mesmo continuando a expôr o meu mundo.

5 de dezembro de 2006

Interessante



Um amigo uma vez disse-me que parou de ler o meu blog quando este deixou de ser
"O Mundo visto pelos olhos de uma Mulher"
para passar a ser apenas
"O mundo de uma mulher".

4 de dezembro de 2006

Mau perder

Sei que este meu post vai soar a conversa de mau perdedor (e até fico contente por poder publicá-lo a seguir a uma importante vitória).
Mas isso nunca me impediu de escrever (e dizer) aquilo que penso e, portanto, não calará o seguinte desabafo.

Ainda que não justifique tudo, o que é certo é que o Glorioso tem tido azar e atrasa-se sistematicamente pela sorte que, ainda por cima, tem bafejado os seus mais directos adversários.

Deixei de contabilizar os frangos e auto-golos dados de bandeja a Sportings e Portos.
Já nem quero saber a que minuto da primeira ou da segunda parte são marcados os golos do Porto (invariavelmente à beira do intervalo ou ao cair do pano).

Irrita-me profundamente ver equipas insossas, inofensivas, permissivas e 'oferecidas' (como o Braga contra o Sporting) para logo a seguir renascerem das cinzas, recuperando a garra e o querer contra o SLBenfica (digam-me, por exemplo, o que mais fez o Boavista nesta época, além de ganhar 3-0 ao Benfica?!)

Eu sei que este é o preço a pagar por ser adepta (e sócia) do maior Clube do Mundo.
E contra sortes alheias e azares próprios, permaneço fiel e completamente apaixonada.

Mas não consigo evitá-lo.
A verdade é que tenho este 'mau perder' sempre que o meu Benfica não ocupa o lugar que lhe pertence... o 1º!

30 de novembro de 2006

Sim...

... sinto-me cansada como te disse.

Sinto-o na pele, no cabelo, nos olhos, no sorriso.
Sinto-o nas noites sem sonhos.
Sinto-o no peso que me invade o corpo ao acordar.
Sinto-o no desânimo que me preenche os dias e me sufoca as horas.

Quero a leveza da Primavera.
As insónias dos dias felizes.

Preciso acordar os sonhos que adormeci.
E reconquistar a ilusão de que tudo vai acabar bem.

29 de novembro de 2006

Gosto de...

... conversas.

Não 'conversas de vizinhas', coscuvilhando vidas.
Não 'conversas importantes', socialmente correctas, politicamente pretensiosas.
Não 'conversas de bar', supérfluas, de circunstância.

Gosto de falar de sentimentos.
Ouvir desabafos, escutar momentos.
Comparar situações, apreciar emoções.

Apraz-me a intensidade de uma confissão.
Gosto da sinceridade da intimidade.

Gosto de falar da vida, como ela é.

Falta-me paciência para o ligeiro.
E sobra-me, em egoísmo, o silêncio.

28 de novembro de 2006

"Fiz asneira", diz-me um amigo com ar contrito (ou mesmo inocente) com um vago encolher de ombros como quem pensa que, apenas por o ter confessado, tudo se lhe perdoa, tudo é justificado.

"Não consigo estar sozinho", continua à laia de explicação.

Não que me deva justificações ou explicações.
Tenho a sorte de nunca me ter envolvido nas suas 'confusões'.

Mas estas frases são-me familiares.
Sim, já as ouvi mais vezes.

"Não a estou a usar"
Claro que estás, quem estás a tentar enganar??

Talvez seja a (des)vantagem de não me assustar com a minha própria companhia, mas continuo sem perceber porque se insiste em estar com uma pessoa que se sabe não nos preencher, não nos inebriar, não nos conquistar profunda e irremediavelmente.

Deixei de ter complacência com o pedido de desculpas por não ser suficiente o quanto se consegue gostar de outrém.
Deixei de acreditar que não se sabe desde o início.
E deixei de perdoar o que se faz sofrer por este encolher de ombros, esta displicência com que se brinca com outras vidas.

E tive que to dizer...

27 de novembro de 2006

Não deixa...

... de ser curioso que pessoas que me conhecem pessoal mas superficialmente, me tenham descrito como divertida e engraçada.

E também foi engraçado perceber a ideia que o meu blog dá de mim a pessoas que nunca me viram mais gorda.

Mas surpreendente mesmo foi constatar que pessoas que supostamente me conhecem bem tenham falhado tão redondamente.

23 de novembro de 2006

Numa palavra

Gostei deste jogo... simples mas que, no entanto, nos obriga a pensar.
Outra hipótese (melhor ainda) é dizermos a primeira coisa que nos ocorrer e depararmo-nos com algumas surpresas.

Portanto, pedi aos meus amigos que me descrevessem numa única palavra.

Adorei a tua resposta... "Saudade".
E surpreendi-me com tantas outras... como é possível existirem tantas 'Teresas'?
A "Determinada' e a "Tímida"? ;)
A "Irreal" e a "Carinhosa"? :)

E tu?
Que palavra escolherias para me descrever?

22 de novembro de 2006

É 'matemático'!

Mais cedo ou mais tarde, a 'nuvem' surge.
Num dia como os outros, a cegueira passa.
Assim, sem mais nem menos, a máscara cai.

E fico assim, nua a teus olhos.

Vês agora o vazio da alma que me abandonou.
À vista, o negro do abismo onde mergulho.
Manifesta, a fealdade da indiferença.
Patente, o egoísmo da ausência e do descrer.

Sim, esta sou eu!
Desculpa...

21 de novembro de 2006

Talvez...

... fosse mais fácil escrever sobre o tempo.

Talvez...

20 de novembro de 2006

E agora...

... que já me decidi, só me resta esperar que esteja certa, lúcida e perfeitamente esclarecida.

Sim porque isto roubou-me anos de vida, horas de descanso e muita paz de espírito!!

Não vou olhar mais para trás (nem para os lados, já agora).

Sorte e muita calma é o que me desejo ;)


Porque o caminho é em frente mas está apenas a começar...

Há dias...

... no jornal "Metro" (essa referência jornalística distribuída gratuitamente à população) li a seguinte notícia:
Título
"Maioria da população revela-se insatisfeita com os seus salários"
E no desenvolvimento:
"Maioria da população revela-se satisfeita com os seus empregos"

Será que percebi mal??
Em que ficamos?

17 de novembro de 2006

"O Medo do Grande Amor"

É o título do livro que estou a ler actualmente.
Não é ficção, nem romance (como se poderia pensar à partida).
É um livro escrito por uma psicóloga que analisa os diferentes perfis femininos e masculinos e seus comportamentos típicos quando numa relação.

Não sei porquê, uma amiga insistiu em emprestar-mo...

E quanto mais leio, mais me convenço.
Uma relação bem sucedida é uma questão de sorte, uma possibilidade num milhão, um verdadeiro milagre.
A quantidade de síndromas, complexos, traumas, recalcamentos... de parte a parte.
A junção dos mesmos e respectivos resultados... quase sempre desastrosos.
Sei que ainda não cheguei ao fim mas, até agora, devo dizer que o livro não oferece uma perspectiva muito animadora.

No meio de todos os 'bonecos' que a escritora identifica (vários dos quais parecem, aliás, descrever-me na perfeição) há um que parece verdadeiramente escrito para mim... a Bela Adormecida.

A Bela Adormecida é o tipo de mulher que espera um Príncipe Encantado que a desperte para a vida... e acredita sinceramente que só conseguirá ser feliz com ele.
Não fiquei nada satisfeita por me rever neste perfil que, no entanto, me é fiel.
Até porque a autora ainda refere que, com expectativas tão elevadas, este tipo de mulher salta de desilusão em desilusão e cria um mar de frustrações nos homens que com ela se cruzam, uma vez que lhes exige algo que eles não conseguem proporcionar-lhe... a sua própria felicidade!

Haverá destino mais risonho? ;)

16 de novembro de 2006

Ah, pois é...

Apercebi-me de que o post anterior se poderia aplicar a três momentos diferentes da minha vida.
Três pessoas diferentes.
Três circunstâncias díspares.
Três situações completamente diversas.

Compreendi, então, o único ponto em comum... eu!

Acho que acabei de responder à questão que me coloquei ali em baixo.

15 de novembro de 2006

"Mudasti"

Eu sabia que ia acontecer.
Já não era a primeira vez.

Mas incomodava-me a sensação de não fazer, não falar.
Fugir, então, incomodar-me-ia para sempre.

E assim, permiti... aliás, procurei, quis!

Mas tudo muda a seguir.
Tudo fica diferente.

A intimidade, curiosamente, diminui.

Já não falamos como antes.
As brincadeiras cessaram.

E agora, a única questão que me coloco é...
... foste tu que mudaste?
... ou fui eu?

14 de novembro de 2006

Ironia

Os 'homens da minha vida' achavam que eu era a mulher ideal para eles... até me perderem.
Já eu sempre achei que nenhum era o homem certo para mim... até o perder.

13 de novembro de 2006

O que será pior?

Olhar à volta e não ter ninguém?
Ou olhar à volta e não ver ninguém que eu queira ter?

10 de novembro de 2006

Ai ai ai



Está-me cá a parecer que é areia demais para a minha pequena camioneta.

Porque insisto em mandar-me para fora de pé?!?

Porque hei-de dar sempre o passo maior que a perna?!?

Raio de sina!

Infernal tentação...

9 de novembro de 2006

Quase...

... 35 anos!!
Sim, confirma-se... o BI é como o algodão, não engana!

Porque, então, não me sinto adulta?
Porque continuo a ver-me como uma miúda de 20 e poucos?
E porque permito que os outros continuem a tratar-me como tal??

Com esta idade já devia estar casada (ou divorciada), ser mãe de família.
Aos 35 devia chefiar uma equipa, ganhar o dobro.
A caminho dos 40 devia guiar um carro de empresa ou um que me tivesse custado, pelo menos, 40000 euros.
34 going on 35 devia estar a estourar o cartão de crédito do marido em roupa e tratamentos de beleza.

Em vez disso...
Mantenho a ausência de deveres e obrigações que tinha aos 25.
Conservo em banho-maria as metas e os objectivos.
Guardo no coração as mesmas esperanças e sonhos.

E não envelheci um dia...

8 de novembro de 2006

O fim das coisas

Conheço a moral dessa história.

A espera idílica do príncipe perfeito.
A espera que (re)compensa.
O fim que tudo apaga, tudo justifica.

Também defendo que o que tem de ser, será.
Que a vida dá muitas voltas.
E que as coisas acontecem quando menos se espera.

Parece-me, no entanto, que já chega de clichés.

Vivemos as aventuras que buscamos.
Arrependemo-nos das que desprezamos.
Suportamos quando nos arrependemos.
O remorso quase sempre o calamos.

Mas o desfecho somos sempre nós que o desenhamos.

7 de novembro de 2006

Good girls

Digam-me a recompensa.

Esclareçam-me a vantagem de ser sincera, dedicada, leal.

Expliquem-me o que se ganha com simplicidade, candura, humildade.

Justifiquem-me a rectidão, a integridade, o equilíbrio.


Não me vendam 'paz de alma' ou 'consciência tranquila'.

Vejo vidas fáceis, espertezas saloias com resultados.
Observo esquemas bem sucedidos, sucessões de enganos sem castigos.
Mentiras impunes... vidas podres com finais felizes.

"Good girls go to heaven, bad girls go... everywhere!"
Right?

Há poucas frases nesta vida com tanto fundo de verdade...

6 de novembro de 2006

Não sei...

Não sei porque sou mais desejada quando não quero.
Não sei porque sou desprezada quando desejo.

Não sei porque corre um homem atrás do que lhe foge.
Não sei porque não abraça um homem aquilo que se lhe entrega.

3 de novembro de 2006

...

Sim, eu sei que às vezes só apetece fugir.
Pegar na trouxinha e migrar.

Esperamos que nos esqueçam.
Rezamos para que sintam a nossa falta.

Mas queremos distância.
Precisamos da sensação de começar de novo.

Acredita no que te digo.
Fugir nunca foi solução.

Encontrarás apenas as mesmas coisas com outros nomes em outros lugares...
Mas acabam por ser sempre e apenas as mesmas coisas.

Porque tu serás sempre o mesmo!

2 de novembro de 2006

Adivinha

Que nome se dá a uma pessoa rodeada de grávidas por todos os lados?



TERESA!!!!!

31 de outubro de 2006

Os eixos da Vida

Há dias obriguei-me a olhar para a minha vida como se de uma roda com 5 eixos se tratasse.

Dividi-a em Amor, Saúde, Família, Amigos e Carreira.

Depois de olhar para as diferentes fatias, agradeci a Deus a saúde, os Amigos e os Pais que tenho.
Já quanto às fracções relativas à carreira e ao amor...

Nunca fui daquelas crianças que sabiam: "Quando for grande quero ser..."
E ainda hoje a minha vocação é escusa, dúbia, secreta, (inexistente?).
Não tenho uma carreira aliciante, plena de desafios, enriquecedora e preenchida.
Não antevejo grandes possibilidades de progressão e, nos últimos tempos, sinto mesmo um crescente desânimo e falta de confiança nas minhas capacidades.

E o Amor... esse grande monstro alado e prodigioso.
É ser cujo sopro brando e morno nunca senti.
É abrigo que nunca me serviu de protecção.
É eixo desalinhado no meu coração.

3 em 5 não é um mau resultado, pois não?
60% é positivo, não é? ;)
Quem dera a muitos, right? :D

30 de outubro de 2006

O Clássico...

... fim de semana no Porto.

Um calor abrasador, inusitado.
A roupa desapropriada, a companhia certa.

Recebes-nos sempre assim.
Doce, mãe, meiga, Amiga.
Não porque o mereçamos.
Não porque sejamos especiais ou diferentes mas apenas porque tu o és.

Desta vez, transcendeste-te.
Sem esperar, sem prever, sem contar, sem querer... vi-me no Dragão, Sábado à noite, lugar cativo de um sócio azul e branco que não pôde comparecer.
Estádio cheio, vislumbro (lá ao longe) apenas um cachecol vermelho e branco.
1º golo do Porto, 50000 pessoas em pé, ao rubro... e eu bem sentadinha no 'meu' lugar cativo.
2º golo do Porto, 50000 pessoas em pé, em êxtase... e eu a pensar "ai que vergonha! O meu 1º clássico no dragão e vamos ser trucidados"
Olho cem mil vezes para o relógio... mas o intervalo não há meio de chegar??
2ª parte
1º Gooooooolo do Benficaaaaaaaaaa!!!! (tão caladinho cá dentro)
2º GOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLOOOOOOOOOOOOOOO do BEEEEEEEEEENNNNFFIIIIIIIIIIIICAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!! (que sufoco! Ai como custa não saltar, como é duro não gritar... pisco o olho ao Dragãozinho que me acompanhava... e sorrio por trás das mãos com que tapo a cara)
3º golo do Porto, 50000 pessoas em pé gritam a plenos pulmões, apenas os meus ouvidos vibram (a culpa foi minha, eu sei! Devia ter gritado, mostrado a minha alma encarnada... dei azar, só pode! Não mostrei o orgulho que me enchia o peito)

E agora que tudo acabou...

Estou de volta, feliz.
Já com saudades.

Até breve...
... e Muito, Muito Obrigada!! :)

27 de outubro de 2006

Nada como...

... uma meia dúzia de aftas para perder o apetite.

É, sem dúvida, das soluções mais eficazes para perder peso.

Só há um senão...
Quem é que disse que eu queria emagrecer??


Bom fim de semana! :)

26 de outubro de 2006

Paixão

Poucas coisas nesta vida me apaixonam como o meu Clube.
Poucas coisas no meu dia a dia vivo com o mesmo entusiasmo.

Afino quando me picam, inflamo-me quando o defendo, transcendo-me quando o apoio.
'Equipo-me' em dias de jogo, faço todas as mezinhas supersticiosas.
Vou ao estádio sempre que posso... grito e barafusto, canto e aplaudo... mesmo quando vejo em casa... sozinha ou acompanhada, tanto faz.
E, em algumas ocasiões, prefiro mesmo não ver e forçar desinteresse por achar que azaro quando assisto.

Mas também sou a primeira a criticar o que não aprovo, a primeira a condenar aquilo com que não concordo.
E nunca fui apologista da desculpa "fomos roubados" ou "o árbitro estava comprado".

As disputas devem resolver-se exclusivamento dentro das 4 linhas.
É aí que temos de provar a nossa superioridade, contra ventos e marés.
E é aí que temos a obrigação de calar o adversário.

No Sábado vou estar no Porto.
Feliz ou infelizmente (nem sei) não estarei no Dragão.

Mas quero acreditar que a 'falta de adeptos no estádio', a 'corrupção instalada no futebol' ou a 'ausência de uma peça-chave como o Miccoli' não vão ser usadas como desculpas para uma má exibição ou um mau resultado.

Independentemente das circunstâncias ou do ambiente, o meu Clube tem a obrigação intemporal e eterna de ganhar!
E é apenas com isso que conto... sempre!

25 de outubro de 2006

Gostava...

... de guardar no peito estes momentos.

Os momentos em que me apercebo que serei sempre sozinha e em que não o sinto como um problema ou uma tragédia.

Os momentos em que antevejo um futuro a um e não o acho ensombrado.

Gostava de assumir essa responsabilidade.
E guardar a paz desses momentos.

A paz que nos dá aceitar uma verdade inegável.
A sabedoria de reconhecer uma realidade cada vez mais incontornável.

24 de outubro de 2006

Recado 5


Tu és paz, retiro, confidente.

Para ti vou quando me perco.

De ti sou quando me desvendas.

Saberás que falo de ti?

23 de outubro de 2006

Recado 4

Quero ralhar-te, chorar-te.

Cobarde, perito em fugas, esconderijos.

Não vives para não sofrer.

Recuso-me a morrer contigo.

20 de outubro de 2006

Recado 3

A ti pouco mais que desprezo.

Tanto medo já enjoa.
Tanta desconfiança já enoja.

Lerás aqui as certezas que duvidavas.
Confirmarás assim o que desconfiavas.

Ledo engano...

19 de outubro de 2006

Recado 2

Tu és loucura...
... livre, descomplicada.

O antes não existe.
O depois não importa.

És amigo, irmão, amante.
Ternura, paixão, imprudência.

Não és meu.
Mesmo não sendo de mais ninguém.

18 de outubro de 2006

Recado 1

Quero dizer-te que não me podes prender.
Não se tem o direito de exigir quando nada se dá, nada se promete, nada se sonha.

Não sou tua.
Mesmo não sendo de mais ninguém.

17 de outubro de 2006

Noto...

... que já não estás só.
Vejo-o no sorriso, na roupa, na boa disposição.

Coisa estranha esta frustração.
A ideia de que não fomos o que podíamos.

E até acredito que não eras para mim.
Mas falta-me a certeza, a convicção.

Queria perder o gosto com que te olho.
Gostava de ter podido cansar-me das tuas mãos.
E lamento não ter tido a chance de me enjoar de ti.

Em vez disso, ficou...
... a saudade do teu carinho.
... a nostalgia do teu toque.
... a ausência do teu beijo.
... a lembrança da tua paixão.

E a ilusão incomodativa de que podia ter havido um 'nós'.

16 de outubro de 2006

Encruzilhada

Ontem parecia-me tão certa a decisão...

Cortar, desta forma, com uma atitude, um comportamento, uma maneira rebelde (foi assim que me chamaste?) de encarar a vida.

Tracei o plano, desenhei a acção, calculei todos os passos.
Deixaria para trás o passado que não me dava futuro.

Não sei porque é que hoje a decisão me parece tão dúbia.

O que pensei deixar para trás é uma parte de mim.
Uma de que não me orgulho mas que, ainda assim, faz de mim quem sou.

Será que dizer a mim própria que vou mudar é suficiente?

Afirmar que vou esquecer uma faceta minha acabará com ela?
Ignorar um apelo será o bastante para o calar?

E depois...
... serei mais feliz por o ter feito?

13 de outubro de 2006

Ocorreu-me que...

... se fosse homem, teria muita dificuldade em escolher uma mulher apenas.

Todos os dias me cruzo com mulheres deslumbrantes.
Todas elas com o seu 'quê' especial.

A mulher aprendeu a valorizar o que tem de bonito.
Desfilam pelas ruas usando bonitos decotes, saias e tops curtos mostrando barrigas bronzeadas e pernas bem torneadas, calças justas delineando rabos firmes.

Se uma mulher tem um cabelo magnífico, a do lado pode ofuscar com o seu sorriso.
Se uma tem razões para se orgulhar do seu decote, outra veste-se absolutamente para matar.

Como consegue um homem limitar-se a desejar apenas uma mulher??
Como consegue um homem ser fiel a uma 'mulher' quando lhe entram 'mulherões' pelos olhos adentro em cada esquina?

Como resiste um homem à sedução latente nos olhares?

E porque acha a mulher de hoje que tem de seduzir todo o homem que lhe surge no caminho?

12 de outubro de 2006

"Não há coincidências!"

(já há dias o dizia a um colega)

Isto porque o comentário do Fausto me levou directamente ao post que tinha começado a escrever na véspera.
E rezava assim...

«Às vezes não gosto do meu blog.
Culpo-o por mal-entendidos, pequenos desentendimentos e alguns 'mal-estares'.

Por vezes, acredito que transmite uma ideia algo errada de mim.
E estou convencida que provocou o teu afastamento.
E o teu...

Mas o diário é terapêutico.
A palavra é catártica.

Posso ser feia e má.
E sou, com certeza, mesquinha e ressabiada.

Posso ser livro aberto, desprezado, riscado, amarrotado.
E sou, sem dúvida, pobre, banal.

Mas não me coibo na sinceridade do meu egoísmo.
E gosto de ser livre quando escrevo.»

Engraçado ter escrito isto um dia antes de ler o referido comentário.

É que aqui escrevo o que bem entendo.
E também não me importo que outros o façam neste meu espaço.
(É, aliás, das coisas que mais aprecio nesta coisa dos blogs... a falta de censura)

Choro baba e ranho, rio, piso, tripudio, brinco, sonho, engano...
Para mal dos meus pecados, raramente páro para pesar o efeito que isso terá em quem me vai ler.
Não obrigo ninguém a tal e sei que já perdi 'amizades' à custa deste meu mau feitio.

Mas querer que me compreendam quando escrevo não é essencial para mim (desde que leiam ;)).
E não sinto a necessidade de ser aceite como igual ao resto do mundo.

Sei que, mais uma vez, o presente post vai ser mal-entendido.
Vai ser encarado como um texto ofendido de resposta a um comentário pouco abonatório, quando é apenas a constatação de uma coincidência engraçada... o facto de ter escrito sobre mim exactamente o mesmo de que fui 'acusada' um dia depois.

Também tenho a consciência de que quem não gosta do que lê, não volta.
E por isso, desconfio que o Fausto nem sequer vai tomar conhecimento desta coincidência e do quanto concordamos na nossa opinião sobre a minha pessoa.

But I couldn't care less. ;)

P.S.
Já agora, Fausto, por acaso não fazes parte de uma tuna? :)
A isso é que eu chamaria de uma senhora coincidência!!!!

11 de outubro de 2006

Se há frase...

... que me custe a acreditar é "Só sou assim contigo" ou qualquer outra com o mesmo significado.

Sempre que a ouço tocam sirenes de alarme na minha cabeça.

E que barulheira que vai aqui dentro agora...

10 de outubro de 2006

Adoro...

... a adrenalina de um projecto que corre bem.


Claro que não estou a falar de trabalho...

9 de outubro de 2006

Estado de Choque

Juro que me desiludi comigo própria.

Fiquei mais chocada por saber que o meu ex-namorado vai casar com a actual namorada do que ficaria se soubesse que ela esperava um filho dele.

O que se passa, afinal, com o meu conceito de Amor?!?!


4 de outubro de 2006

Já o ouvi...

... vezes demais para ser uma mera coincidência.

Ele é o meu telefone que não pára... os meus contactos no Messenger que são inúmeros... a minha vida social que é agitada... a certeza de que tenho mais do que um namorado em simultâneo...

Começo a convencer-me que é esta a imagem que os homens têm de mim.
A de uma 'teaser', devoradora de homens.
A de alguém que não se deve levar a sério porque ela própria não leva nada nem ninguém da mesma forma.

Gero insegurança, atraio inconsequência.
Ofereço sinceridade, mas recebo superficialidade.
Porque será tão difícil acreditar em mim?

Acredito que perco carinho quando escolho a indiferença sobre a opinião alheia.
Que deito fora amizade quando deixo que pensem o que bem entenderem.
Que consinto quando calo.

Mas quem não se esforça por saber a verdade, não a merece.

3 de outubro de 2006

Deixem-me...

... contar-vos uma pequena história.

Era uma vez, há algum (não muito) tempo atrás, num reino perto de nós, 5 casais muito amigos entre si.

O A era casado com a B.
A C namorava com o D.
A E vivia com o F.
O G namorava com a H.

E a I tinha uma relação conturbada com o J.

Já o L e a M iam tendo, despreocupadamente, algumas relações inconsequentes.

Hoje, tudo mudou!
Mas mantém-se a amizade.

O A namora agora com a M.
O F está apaixonado pela B.
O D, depois de ter namorado com a M (e comigo) vive agora com a H.
A E namora com o L.
A I e o G vão ser papás.
O J vive com uma 'desconhecida'.
A C casou com um 'desconhecido'.

E foram todos felizes para sempre... eu, inclusivé!
Pelo menos, são estes os meus votos.

Ocorre-me apenas perguntar...
... não existiria mais ninguém naquele reino???

2 de outubro de 2006

'amizade'

Fi-lo uma só vez na minha vida.
A dor foi insuportável, o convívio completamente inadmissível.

Afastei-me de tudo o que me fizesse recordar.
Ainda hoje evito sítios e pessoas.

Fi-lo para o meu próprio bem.
Acredito que me ajudou a esquecer e superar.

Fi-lo porque sofria porque amava.
Fi-lo porque vê-lo magoava.

Não aceito, no entanto, que o faças.
Não o entendo quando não há amor, nem paixão.
Não o compreendo quando não há sofrimento, nem dor.

Assim, a amizade devia ser possível.
Desta forma, a afeição devia ser permitida.

Porque, então, não podemos ser amigos??

28 de setembro de 2006

O teu nome...

... é um beijo.
Doce, fundo, sensual.

Junto os lábios, pronuncio-o.
Murmúrio baixo, gutural.

Fecho os olhos, saboreio-o.
Carícia leve, intemporal.

Sonho acordada,
Soprá-lo na tua pele.

Digo-o, som inaudível,
E beijo-te sempre que te chamo.

27 de setembro de 2006

Fujo de ti



Efeito estranho, este que tens em mim.
Desafiador, provocante.

Cru nas palavras, rude nos gestos.
Instigas o meu lado grosseiro, vulgar.

Gosto da decisão, da vontade.
Aprecio a falta de rodeios, de cerimónias.

Mas fico com medo de mim.
E, portanto, fujo de ti...

26 de setembro de 2006

Somos...

... tão deliciosamente semelhantes.

E isso é tão genuinamente reconfortante.

25 de setembro de 2006

É quando...

... vivo mais que sofro menos.

Ou quando vivo menos que sofro mais...

22 de setembro de 2006

Passas por mim...

... sem me olhar.

A indiferença é ostensiva.
A espontaneidade prontamente censurada.

A cordialidade é ilusória.
O cumprimento obrigação.

A distância seria bálsamo.
A frieza conforto e alívio.

Mas adormeço na estupidez deste embalo.
E acordo embriagada de cansaço e tédio.


21 de setembro de 2006

O concerto

Queria ir, sem dúvida!
Gosto do som, da música, do ambiente que se gera.

Este ano, no entanto, em oposição a anos anteriores, resisto às companhias do costume.
Percorro mentalmente os nomes, as várias 'hipóteses'... e perco a vontade.

Os amigos 'grávidos' ou com crias pequenas.
Os amigos apaixonados e idilicamente saturantes.
Os amigos distantes e indisponíveis.
Os candidatos a 'amigos'...

Não me apetece servir de pau-de-cabeleira.
Também não tenho paciência para ouvir desabafos e confissões.
E não estou com disposição para andar a fugir de ataques e dentadinhas.

Queria ir, sem dúvida!
Ouvir o som, escutar a música, sentir o ambiente.

E por isso... acabo por sentir a tua falta.
A companhia certa.
O peito no qual apoiar as minhas costas.
A boca que se encosta no meu cabelo.
As palavras de silêncio no meu ouvido.

Só isso... o som, a música, o ambiente...
... e tu.

20 de setembro de 2006

Sinto...

... que fiz algo errado.
Ou melhor, sinto que nada do que fiz foi acertado.
Que a culpa foi minha, exclusivamente minha.

A falta de acusação não minimiza o sentimento.
Pelo contrário, amplia-o, dá-lhe a dimensão da dúvida, da suspeita.

E é apenas isso que me atormenta.
A ausência de palavras, a inexistência de diálogo.

Sinto que fui eu que ofendi, que feri.
Mas é a sensação de 'assunto proibido' que me incomoda.
E é este silêncio que me mata.

19 de setembro de 2006

Um homem...

... é fácil de ler.

Se quer, procura.
Se gosta, aproxima-se.
Se deseja, demonstra-o.

A mulher também é legível.
Mas de uma leitura difícil, rebuscada, cifrada e encriptada.

Se quer, atrai.
Se gosta, esconde.
Se deseja, disfarça.

O silêncio de um homem é indiferença.
O da mulher, sedução.


Mas quando a distância da mulher é chamamento, a de um homem torna-se apenas despedida...

18 de setembro de 2006

Não gosto...

... de falar dos temas do momento.
Por hábito, recuso-me a falar do óbvio.
Olho para o meu umbigo (lindíssimo, por sinal!) confirmo o piercing do dia e escrevo exclusivamente sobre mim ou o que me rodeia.
E isso costuma ser suficiente.

Mas uma vez por outra, esses 'temas do dia' aborrecem-me sobremaneira.

Como é agora o caso do pedido de desculpas EXIGIDO ao Sumo Pontífice ou a indignação sportinguista por ter sofrido um golo ilegal.

O primeiro porque vai contra o que mais defendo que é a liberdade de viver como bem se entende, desde que isso não prejudique terceiros.
Live and let live!
O fanatismo cego aliado invariavelmente à violência complica-me seriamente com o sistema nervoso.
Se são contra o Ocidente e tudo o que ele representa, reneguem-no, mantenham-no fora de portas e de corpos, mas não o tentem destruir.
Eu não entendo a sua religião obtusa e redutora mas não tento exterminá-la, nem convertê-la àquilo que eu própria acredito.
O Papa limita-se a proclamar a não violência.
Alguém me explique como é que isso pode ser errado??

O segundo porque a falta de coerência e honestidade no futebol português é vergonhosa.
Um erro que nos beneficia é displicentemente perdoado enquanto que uma falha que nos prejudica é gravemente condenada.
Sinto-me à vontade para falar, uma vez que por várias vezes já o disse em relação ao meu próprio Clube:
"Se querem ganhar jogos, marquem golos!"
Um resultado não pode estar exclusivamente dependente de um penalty que o árbitro não marcou ou de um golo mal validado.
Não se pode exigir a um árbitro que seja infalível, além de que não vejo ninguém condenar um jogador perdulário.
Mas o que é certo é que este último é bem mais gravoso para uma equipa e, na maioria das vezes, muito mais prejudicial.

15 de setembro de 2006

Agora sei...

... o que sentiu a Meryl Streep no "África Minha".

Ter um homem a massajar-nos a cabeça por mais de 10 minutos enquanto lava o nosso cabelo é decididamente, absolutamente, profundamente e inequivocamente delicioso!

É fechar os olhos e desfrutar a viagem...

(Bom fim de semana!)

14 de setembro de 2006

Orgulho é Preconceito

No fim, o orgulho é pedra filosofal.
Transforma mágoa em riso, pranto em festa.
Impede que se suspeite da nossa dor, esconde do Mundo (a todo o custo) o nosso sofrimento.
Mascara-nos a alma e polvilha-nos de brilho o semblante.

Depois do fim, o orgulho é íman natural.
Atrai atenções, angaria adulação.
Obriga-nos (sob pena de morte emocional) a viver intensamente cada novo minuto.

Na realidade, o orgulho é apenas preconceito.
Evita confissões e partilha, afasta colo e carinho.
Cria fossos e muralhas, impõe defesa e distância.

Na vida, o orgulho é perda de tempo.
Desperdício, esbanjamento.
De laços, afectos, abraços e ternura.

13 de setembro de 2006

Hoje viajei...

... no tempo.
A chuva levou-me, fez-me sonhar.

Vi-nos lá, lareira acesa.
O nosso calor, a casa acolhedora.

A noite cerrada, o silêncio da aldeia.
A intimidade boa, o aconchego do teu colo.

Sei que existes.
Encontramo-nos lá?

12 de setembro de 2006

"I'm too sexy for my shirt...

... so sexy it hurts"

Há dias li numa revista que a melancolia é um repelente natural.
Isto porque, segundo esta revista, estar triste não é sexy.
Os blogs são um bom suporte desta teoria.
Textos bem dispostos, humorísticos, transbordantes de alegria de viver angariam leitores, suscitam comentários.
Todos querem fazer parte, todos querem ser contagiados!

Pelo contrário, posts deprimidos e lúgrubes atraem apenas (e por pouco tempo) simpatia e alguma solidariedade, muitas vezes de quem se identifica com as queixas e os lamentos.
Não há paciência para mais, ninguém tem pachorra para aturar!

Portanto, tem lógica, realmente.
Verifica-se.
Na procura desenfreada da sensualidade, nada como ser, em primeiro lugar, feliz!

Que fazer, no entanto, quando não se é assim e não se sabe fingir?
Que fazer quando o desabafo é forma de sobrevivência?
Quando a própria respiração é suspiro?

Ups, já estou a ver.
Nesses casos é melhor estar calado...

11 de setembro de 2006

Às vezes...

... dói ter razão.
E a lucidez nem sempre compensa.

Por vezes, preferia o ledo engano, a credulidade infantil.
Tantas vezes seria melhor a ignorância, a inépcia.

Mas a clarividência mostra-me o fundo do mar antes do mergulho.
E os pés assentes na terra apenas me impedem de voar.

8 de setembro de 2006

Disseste adeus...

... e aos poucos abandonas-me.

Sais de mim todos os dias.
Fragmentado, esfumado no silêncio das horas.

Sinto que partes.
Vejo-te ir.

E eu... esqueço-me de ti.

7 de setembro de 2006

Tão bom...

... que nem parece português ;)

Este, sim, seria um excelente pai para os meus filhos!!

6 de setembro de 2006

Silêncio!

O rumor dos dias ensurdece.
O silêncio dos dias iguais.

O peso do nada.
O grito da ausência.

A ilusão de perda.
A dor dramatizada.

Sem remorso, nem arrependimento.
Sshhh... é segredo!

O rumor dos dias ensurdece.
O silêncio de cada dia igual.

5 de setembro de 2006

És...

... o mistério que não desvendei.
O livro que auto-censurei.
O filme que exceptuei.

És o joker do baralho.
O jogador suplente, o treinador de bancada.

És a montanha que se recusa a Maomé.
A bola que evita o golo.

Mas eu sou ovelha do rebanho.
Peixe bem integrado no cardume.


Não compreendo capas e máscaras.
Não aceito manhas e duas caras.

Sigo a corrente, ouço o vento.
Cumpro regras, pertenço.

Fartei-me de jogos e esquemas.
Cansei-me de provas e dilemas.

Desprezo tanta insegurança.
Repudio semelhante desconfiança.

Não quero a excepção como regra.
Anseio pelo normal como diferença.

4 de setembro de 2006

Pormenores

"Beijo" não é o mesmo que "Beijinhos".

Um "amigo" não é um "Amigo".

"Quando combinamos?" é muito diferente de "Sim, um dia temos de combinar".

"Como estás tu?" nada tem a ver com "Tudo bem?"

Quando comunico, o texto importa.
Poucas letras são ao acaso.

Quando falo, faço-o nos espaços entre palavras.
Quando escrevo, deleito-me nas entrelinhas.

Portanto...
... ouve-me nos silêncios e nas pausas...
... e lê-me sempre no que não está escrito.

1 de setembro de 2006

Deixo-vos...

... as palavras de um amigo.

"Se houver amor não há desculpas esfarrapadas da necessidade de espaço e outras tretas. Não as há porque cada um sente a coisa de igual modo.
Julgo que não deve haver regras para uma relação. Se se sente necessidade delas é porque não há amor.
Mas apesar de sabermos tudo isto também temos que considerar os que não querem amor.
Os que não querem nem amar nem ser amados."


Bom fim de semana para vocês também! ;)

De que me queixo, afinal??

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Roubado daqui

P.S. O fantástico é que, à medida que ia respondendo, ia percebendo que tenho mesmo uma vida acima da média ;)