"Fiz asneira", diz-me um amigo com ar contrito (ou mesmo inocente) com um vago encolher de ombros como quem pensa que, apenas por o ter confessado, tudo se lhe perdoa, tudo é justificado.
"Não consigo estar sozinho", continua à laia de explicação.
Não que me deva justificações ou explicações.
Tenho a sorte de nunca me ter envolvido nas suas 'confusões'.
Mas estas frases são-me familiares.
Sim, já as ouvi mais vezes.
"Não a estou a usar"
Claro que estás, quem estás a tentar enganar??
Talvez seja a (des)vantagem de não me assustar com a minha própria companhia, mas continuo sem perceber porque se insiste em estar com uma pessoa que se sabe não nos preencher, não nos inebriar, não nos conquistar profunda e irremediavelmente.
Deixei de ter complacência com o pedido de desculpas por não ser suficiente o quanto se consegue gostar de outrém.
Deixei de acreditar que não se sabe desde o início.
E deixei de perdoar o que se faz sofrer por este encolher de ombros, esta displicência com que se brinca com outras vidas.
E tive que to dizer...
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