28 de novembro de 2006

"Fiz asneira", diz-me um amigo com ar contrito (ou mesmo inocente) com um vago encolher de ombros como quem pensa que, apenas por o ter confessado, tudo se lhe perdoa, tudo é justificado.

"Não consigo estar sozinho", continua à laia de explicação.

Não que me deva justificações ou explicações.
Tenho a sorte de nunca me ter envolvido nas suas 'confusões'.

Mas estas frases são-me familiares.
Sim, já as ouvi mais vezes.

"Não a estou a usar"
Claro que estás, quem estás a tentar enganar??

Talvez seja a (des)vantagem de não me assustar com a minha própria companhia, mas continuo sem perceber porque se insiste em estar com uma pessoa que se sabe não nos preencher, não nos inebriar, não nos conquistar profunda e irremediavelmente.

Deixei de ter complacência com o pedido de desculpas por não ser suficiente o quanto se consegue gostar de outrém.
Deixei de acreditar que não se sabe desde o início.
E deixei de perdoar o que se faz sofrer por este encolher de ombros, esta displicência com que se brinca com outras vidas.

E tive que to dizer...