29 de junho de 2005

Talvez...

Preciso de encontrar o ponto de equilíbrio.
É necessário voltar a nivelar os pratos da balança.
Qual iô-iô na mão de uma criança, oscilo, rápida e livremente, entre o verdadeiro bem-estar, a esperança optimista e o desalento realista.

Mantenho uma curiosidade quase científica (e principalmente invejosa) sobre a facilidade com que algumas pessoas conseguem encontrar alguém neste mundo... alguém que os completa, alguém a quem se moldam como barro na mão do oleiro, em quem se encaixam como peças do mesmo puzzle, alguém que os faz feliz.
Não, isto não é um deslize para o capítulo anterior.
Conheço várias pessoas e já ouvi os relatos de quem recuperou extraordinariamente bem e em tempo record de corações partidos e sonhos desfeitos.

Mas cada vez percebo melhor a A.
"Tem um sorriso feio", "Está a começar a ficar careca", "Fuma", "É gordo", "Veste-se mal", "Tem barriga", "Parece um anormal a dançar", "É simpático, mas", ....

Inconscientemente (digo eu) sinto-me atraída por homens comprometidos, pelos que não me ligam absolutamente nenhuma ou pelos que têm idade para serem meus sobrinhos (nos tempos que correm, se dissesse filhos, levavam-me presa na certa).
Vejo-os como 'investimentos seguros' e representam, tão-somente, um desafio ao meu poder de sedução, um entretém que não me exige profundidade de sentimentos.

Mas interrogo-me...
Talvez se não me esforçar tanto por esquecer...
Talvez se deixar de tentar, se torne mais fácil acontecer...
Talvez se não te procurar, tu resolvas dar-te a conhecer...
Talvez...