Ainda me lembro de quando me pediu para o avisar quando "as coisas começassem a ficar sérias".
E eu avisei.
Ainda me lembro de quando nos separámos porque "as coisas começaram a ficar sérias".
E de como sofri.
Ainda me lembro de termos tentado ser apenas amigos.
E de como não o conseguimos.
Ainda me lembro de todas as vezes que reatámos.
E vejo agora que talvez tivesse sido melhor parar logo naquela primeira altura em que "as coisas começaram a ficar sérias".
E agora?
Depois do amor?
Depois do adeus?
Será possível voltar a conviver sem mágoa, sem saudade, sem ciúme?
Compartilhar conquistas, derrotas, momentos bons e maus?
Assistir de uma posição privilegiada à vida do outro, com alegria, sem sofrimento?
Apoiar nas dificuldades, exultar com a sua felicidade?
Será possível querer estar e conversar, como quaisquer dois bons amigos fariam?
Ouvir desabafos e confissões sobre uma paixão que, já não sendo nossa, pertence agora a outra pessoa?
Esquecer o desejo e amarfanhar o despeito e o próprio coração em nome de um passado em comum?
Ou será isto, apenas e simplesmente, a prova final de que já nada resta?
Ou de que nada existiu, afinal?
9 de junho de 2005
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