25 de maio de 2005

Sexo, mentiras e... muito mais

Tenho dias melhores e noites piores.
E, se há alturas em que me sinto francamente 'melhor', existem outras em que vejo que não saio do maldito buraco onde me enfiei.

Sinto que ele conseguiu estragar-me para a Vida.
E até penso que não fui a primeira com quem ele conseguiu essa 'proeza'.
Sempre consegui ser feliz sozinha, mesmo enquanto namorávamos.
Apreciava os momentos pacatos, a reclusão e o silêncio da minha casa.

Agora estou sempre sôfrega por companhia, tenho pânico dos serões em casa, sinto medo do escuro e de dormir.
Agora entendo algumas atitudes que me surpreendiam de quem tudo fazia para não estar sozinho.
Agora entendo como, ao funcionar como 'tapa-buraco' de alguma agenda pude, de certa maneira, estar a contribuir para atenuar algum tipo de sofrimento, alguma forma de carência.

Desde que acabámos, e por incrível que pareça, o único acontecimento que me fez vibrar verdadeiramente e com entusiasmo foi a vitória da SuperLiga pelo meu SLBenfica.
Nada mais.
Nem mesmo o Natal, a passagem de ano, o meu aniversário, fins de semana prolongados, eventos, festas, jantares, ... nada!
Tudo vivo como uma zombie.

Dou por mim a questionar-me repetidamente:
Como é possível que alguém que me tenha proporcionado tantos momentos tão bonitos, tão repletos de felicidade possa ter provocado toda esta corrosão da minha personalidade?
Como é possível que alguém que afirmou (há pouco mais de um mês) que era a minha cara-metade e que um dia ainda iria casar comigo, tenha conseguido roubar toda a minha alegria de viver?

Talvez a resposta resida no facto de que, menos de um mês depois de repetir até à exaustão que me adorava e que sofria pela distância e pelas saudades que tinha de mim, eu ter descoberto que ele se 'envolveu' com alguém que eu considerava minha amiga (alguém que até comentava este meu blog com mensagens de apoio e solidariedade).

A opinião dos outros

"Eles não merecem o teu sofrimento"
"O que eles fizeram, não se faz"
"Eles nem pararam para pensar em ti, foi de um egoísmo atroz"
"Eu nunca dei nada pela vossa relação"
"Avança e esquece"
"Sê feliz sem ele... ele é feliz sem ti"
"Há muitos homens na terra"
"Caga nisso!"

A minha opinião

São ambos livres, desimpedidos, jovens, saudáveis, maiores e vacinados.
Na teoria, não traíram, nem prejudicaram ninguém.
It's their lives.

Mas talvez (só talvez) se me tivessem em melhor conta, se o seu respeito por mim não fosse tão diminuto, se não tivessem sido tão egoístas, pensando exclusivamente neles e no seu prazer, pudessem ter evitado esta situação.
Talvez, se tivessem esperado algum tempo, para se aperceberem melhor dos seus sentimentos e os avaliarem à luz do coração e não da tesão, conseguissem não provocar embaraços a todas as partes envolvidas.
Talvez tudo tivesse sido diferente se ela tivesse estado à altura do que escreveu um dia, aqui, no diário: "Não significa com isto que viva um dia de cada vez sem pensar nas consequências dos meus actos no dia seguinte".
Talvez...

No entanto, quem sou eu para impedir ou mesmo entravar a possibilidade de uma linda história de amor que começou desta forma?
Às vezes, neste tipo de sufoco, surge, inesperadamente e de onde menos se imaginaria, o ar.
E eu própria já me tinha interrogado... será...?

No fundo, para quê complicar?
Parece que, nesse dia, ela tinha bebido demais.
E ele? O que terá usado como 'desculpa'?
Como homem, e lembrando a anedota, deve-se ter limitado a preferir a gaja com as mamas maiores...

Já soube de maneiras piores de começar uma relação.
Infelizmente, não consigo é desejar de coração que sejam felizes.