16 de maio de 2005

E agora?

Quando eu pensava que já não podia sofrer mais, dizem-me que já não estás sozinho.
Sinto o chão fugir debaixo dos meus pés e a terra engolir-me em náusea, nojo e ânsia.
Não durmo nessa noite e não como no dia seguinte.
Sinto-me verdadeiramente a morrer.
Nada para lutar, nada para viver.

Como é possível que continues a viver, quando eu não vejo existência para além de ti?
Como é possível amar-te para toda a vida, se não me amas da mesma maneira?
Como é possível que voltes a ser feliz, se eu me afogo em lágrimas e desespero?

O sono não é alívio.
Acordo de hora a hora durante a madrugada e sonho contigo, comigo, com ela.
Choro alto e grito: “Eu só quero que passe... eu só quero deixar de sentir esta dor... eu só quero não me importar...”

Como acreditar, agora, quando alguém me disser: “Amo-te”?
Como confiar em outro alguém que afirmar: “És a minha cara-metade”?
Como deixar envolver-me noutros braços com a mesma intimidade e convicção?

Há uns meses partilhei convosco este pensamento:

"A ausência diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes,
assim como o vento apaga as velas, mas atiça as fogueiras."

Quando irei conseguir apagar a merda desta fogueira???