5 de agosto de 2005

Da minha janela...

... avisto o Tejo.
Não raro, observo a passagem de embarcações de grande porte, escoltadas por outras bem menores... a lembrar gigantes prisioneiros de liliputianos.
É, habitualmente, uma paisagem límpida que mistura os azuis do rio e do céu, separados apenas pela pequena faixa verdejante da outra margem.

Hoje não consigo ver o outro lado.
Há pouco tive a sorte (e a dificuldade) de acompanhar com os olhos um submarino que vogava à superfície.

Hoje o céu e o rio estão cinzentos.
O cheiro a queimado paira no ar, entranha-se na roupa e no cabelo.

No Inverno, por vezes, também é impossível divisar o lado sul.
Nessas alturas, ouvem-se as sirenes dos navios, comunicando através do nevoeiro.
No Inverno, por vezes, também o rio reflecte o cinzento do céu.

Mas hoje não é Inverno...