Gosto de conhecer os homens.
Por dentro e por fora.
Gosto de assistir (de camarote) às suas 'habilidades'.
Gosto de saber o que esperar em cada situação.
É um estudo interessante.
A fauna masculina é extensa e diversificada mas, bem lá no fundo (ou nem tanto assim) toda igual.
Não quer isto dizer que eu seja uma mulher muito vivida.
É tão simplesmente uma questão de não haver melhor altura para conhecer um homem do que quando se está sozinha.
Nestas alturas, ouvimos todos os desabafos, tudo nos é confessado e recebemos as mais indecentes e estapafúrdias propostas.
Confirmo (para quem ainda tivesse alguma dúvida) que os homens comprometidos são os mais sem-vergonha.
Não contentes com o que têm 'em casa', atropelam sentimentos, espezinham entes queridos, esquecem direitos e deveres, ignoram obstáculos, calam consciências e avançam, 'livremente', para renovadas conquistas e para a tentativa de satisfação de desejos inconfessáveis às suas parceiras ou irrealizados por elas.
O fascínio pelo desconhecido, pelo distante e difícil de alcançar devem ser, ainda e com certeza, reminiscências da época áurea dos descobrimentos... digo eu.
Sei, no entanto, que não é o homem que decide a conquista.
É a mulher que lança, quase sempre, o engodo e é ela, única e exclusivamente, que deixa (ou não) que o mesmo seja mordido.
Como mulher, gosto de poder ser má...
Actualmente, gosto da superioridade e do poder que me dá não gostar de ninguém a não ser de mim mesma.
Gosto da sensação de não ter que agradar a ninguém e pensar: "Se não gostares de mim como sou, azar... o teu!"
E vou assistindo de camarote... sem pagar bilhete!
26 de agosto de 2005
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