22 de março de 2005

Quando for grande...

... quero ser neurótica depressiva!
Ultimamente, tem vindo a tornar-se o meu sonho de vida.

Isto de ser independente e auto-suficiente não está com nada!
Descobri que as mulheres frágeis, delicadas, um feixe de nervos, são pessoas muito mais amadas, muito mais mimadas, muito mais apoiadas, muito mais apaparicadas, muito mais protegidas.
Se não guiarmos e precisarmos do 'nosso homem' para nos levar a todo o lado, eles sentir-se-ão os nossos heróis e salvadores.
Se detestarmos futebol, então, se adorarmos falar de crianças e roupa e se trocarmos receitas e truques para tirar nódoas, chegaremos mesmo a ser eleitas como a 'mulher ideal'.

Cada vez mais, a depressão é a 'doença' do Mundo.
As neuroses, a falta de vontade de viver, a montanha russa de emoções, os anti-depressivos... o pão nosso de cada dia.
O equilíbrio, o bom senso, a inteligência e a sensatez não são qualidades bem vistas numa mulher.
Uma mulher deve ser volúvel e caprichosa, ter alterações de humor e nervos... muitos nervos!
Deve chorar e perder a vontade de viver a cada 15 dias.
Deve ter medo de ratos, insectos e filmes de terror (desculpa, Carlota, não resisti! :)).

O que tenho visto, no entanto, é que este tipo de pessoas, instável, dependente, inconstante (feminina?) tem sempre a 'sorte' de ter a seu lado quem suporte, dia após dia, este leque de problemas e ainda faça de tudo para os combater, desde surpreender a cara-metade com uma viagem, até organizar jantares românticos, passando mesmo por contratar uma empregada... tudo o que facilite e anime a vida da sacrificada e desequilibrada companheira... pobre vítima.

Maldita estabilidade psicológica e emocional!
Maldita aversão à cozinha!
Maldita paixão pelo futebol!
Maldita mania de ser dona do meu próprio nariz!

E porque será que isso ainda assusta tanto um homem, hoje em dia?!?!