Quando terminámos, elogiei, a quem me quis ouvir, a nossa coragem em dizer ‘não’ a algo menos que perfeito.
O ditado “Quem está mal, muda-se” sempre fez, para mim, muito sentido e admiro quem é capaz de chegar ao beco sem saída da resignação, fazer meia-volta e descobrir uma nova rua, uma nova direcção ou, pelo menos, um novo sentido.
Sempre me pareceu de uma tremenda coragem conseguir evitar e interromper o comodismo de uma relação estável, segura, mas estagnada ou insatisfatória.
Por tudo isto, pareceu-me fazer todo o sentido lutar pela possibilidade de ser realmente feliz.
Procurar alguém que me amasse sem dúvidas, sem 'mas', sem percalços, sem contrariedades.
Tentar encontrar quem me achasse a melhor coisa que aconteceu na sua vida (e vice-versa).
Descobrir quem me dissesse "És a mulher da minha vida" e o provasse todos os dias da nossa vida.
Sinto que não chegámos, no entanto, a lutar um pelo outro...
De vez em quando penso... o que será a verdadeira coragem, afinal?
Será coragem perceber que a Felicidade é algo a ser construído e alimentado diariamente e fazê-lo?
Será coragem ter a consciência de que a Felicidade não é uma linha constante de bem estar e boa onda mas antes um 'gráfico cardíaco' com enormes altos e baixos e lutar, dia após dia, contra a rotina, a monotonia e o desgaste provocado pelo convívio com a mesma pessoa?
Ou será coragem virar as costas a algo muito bonito porque se continua a acreditar que a Felicidade perfeita está ao virar da esquina?
Afinal, fomos corajosos ou... cobardes?
9 de março de 2005
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