15 de fevereiro de 2005

Moral da História



Ainda sobre o "Fantasma da Ópera" há algo que me ficou a incomodar um bocadito.
Aliás, já me tinha acontecido o mesmo quando vi o primeiro "Shrek".

Porque é que a 'menina bonita' não fica com o 'menino feio'?!?!
Qual é a moral da história, afinal??

Nos dias que correm, é bem verdade que mais vale parecê-lo do que sê-lo e nunca a imagem foi tão forte como na época que temos a 'sorte' de viver.

Mas passar o conceito de que os feios devem ficar com os feios e os bonitos só devem acasalar com os bonitos é chegar perto demais (para o meu gosto) da filosofia do Hitler da pureza da raça.

No caso do "Fantasma da Ópera", a história nem é recente e, com certeza, o seu final apoia-se muito na natureza selvagem do protagonista.
Mas essa natureza provém, a meu ver, exactamente do conceito de beleza imposto pela sociedade e da revolta sentida por alguém que não é 'perfeito' aos olhos da mesma, sendo por isso rejeitado e desprezado por ela.
Ora, o que poderia salvar a situação?
O Amor 'cego' de alguém que fosse 'perfeito', não acham?
Mas não. Neste caso, o Amor não vence tudo. Aliás, não vence nada.

Já no "Shrek", o que dirá às crianças o facto da princesa ter escolhido a sua forma de 'ogresa', de modo a poder ficar com o amor da sua vida?

É bem certo que um homem raramente se aproxima de uma mulher (muito ou pouco atraente, não importa) com a intenção de descobrir a sua beleza interior.

Mas, pelo menos nos filmes, deixem-me sonhar!
Deixem-me acreditar que o Amor existe... e é cego! :)