22 de abril de 2005

Olhando para trás

Pela primeira vez, dei por mim a olhar para trás.
Até agora sentia sempre a nossa história como presente, algo em curso, a decorrer... algo ainda por (de)terminar.

Repudiaste-me.
Ao contrário de tantas outras histórias que 'conheço', deixaste-me 'em paz', nunca me procuraste, nem sequer sentiste realmente a minha falta.
Antes pelo contrário, deixaste claro que precisavas de ficar sozinho... ou acompanhado por outras pessoas que não eu.
No entanto, não houve lugar a despedidas.
Na perspectiva, talvez (inconsciente, quem sabe?) de me manter expectante, suspensa de uma decisão tua.

Talvez esteja a ser injusta, não sei.
Só sei que, ontem, dei por mim a ver-nos à distância, a reconhecer situações passadas como passado.
A perceber que partilhamos amigos, locais e momentos intercaladamente e que isso permite-nos não interferirmos nas vidas um do outro.
Melhor ainda... apercebi-me de que isso já não me magoa como antes (mesmo que continue a entristecer-me).
A ausência de 'notícias' tuas, a ausência de mensagens e/ou telefonemas, a tua própria ausência vão matando, a pouco e pouco, a esperança.

Não tenho a ilusão de estar finalmente 'curada'.
Sei que o caminho é longo e que estou apenas a iniciá-lo.
Mas tenho que admitir que, cada minuto que passa, me leva mais e mais para longe de ti.