Lembram-se do 'Barco do Amor'?
Na altura em que era novidade, não perdia um episódio.
Mesmo agora, ainda acho graça quando revejo um ou outro na SIC Gold.
Porque será que me lembrei disto?
Ah, já sei...
Por causa do 'Barco do Aborto', pois foi. :(
Hesitei em escrever sobre este tema e, mesmo agora que já comecei, não sei muito bem como continuar.
É que este deve ser um dos temas mais polémicos de sempre. E eu nem percebo muito bem porquê...
Há coisas que, na minha cabeça, não são nada confusas, não têm zonas de cinzento... ou são pretas ou são brancas! E o Aborto é uma delas.
Para mim, um aborto é a morte de um filho... provocada por um progenitor.
Não condeno quem o pratica (quem sou eu para o fazer?).
Mas não compreendo quem o defende.
Nunca tive filhos.
Talvez por isso não seja a pessoa mais indicada para falar sobre este assunto.
Se me visse numa situação 'complicada', que faria eu?
Independentemente da minha decisão, o que me 'aflige' é que, apelando a situações que 'legitimam' esta decisão, se tente generalizar esta 'legitimidade' a todos os casos onde, em primeiro lugar, imperou uma grande falta de responsabilidade e grandes lacunas em termos de educação.
Quando penso em tantos casos de infertilidade que conheço, casais com tanta aptidão e tanto desejo de serem finalmente pais, quando testemunho a tristeza de uma gravidez que, por infelicidade, se interrompeu espontaneamente, não compreendo como se justifica o aborto com a frase: 'O corpo é da mulher!'.
O corpo é, mas a vida que ele carrega, não!
Além disso, se é assim tão simples, porque continuamos a tentar salvar a vida de suicidas?
Se o corpo é deles, deixemo-los, pura e simplesmente, morrer.
Que direito tem um ser humano de matar ou deixar morrer outro ser humano?
Gosto da frase: 'O futuro a Deus pertence'.
Nem sempre entendemos o 'mal' que nos acontece hoje, mas acredito que nada é por acaso.
Quem sabe as consequências de não ter um filho hoje, simplesmente porque hoje ele não é desejado?
Amanhã talvez venha a ser a nossa fonte de juventude e alegria ou o nosso apoio na velhice...
Quem sabe?
'O futuro a Deus pertence'!
26 de agosto de 2004
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