5 de agosto de 2004

Lisboa, velha Lisboa



Pois é, Lisboa está velha... a cair aos bocados mesmo!
Olhem o que aconteceu há dias em Campo de Ourique. :(
E não é só Campo de Ourique.
Passo todos os dias por prédios decrépitos (quem sabe, não representam perigo real para quem lá habita?) e por verdadeiras ruínas dos 'tempos modernos' (edifícios abandonados que revelam sinais de grandiosidade e prosperidade de outros tempos).

Só reparo nelas porque, como sabem, agora ando mais a pé.
Mas tal facto também me permite reparar na quantidade de monumentos, curiosidades e preciosidades espalhadas por esta cidade.
Ele é patrimónios culturais e arquitectónicos, ele é casas onde viveram nomes importantes da nossa história urbana, ele é antigos palácios e palacetes (verdadeiras obras de arte)...

Se num outro post tinha dito que o metropolitano de Lisboa era um Mundo, então Lisboa é, no mínimo, uma Galáxia inteirinha! Só não lhe chamo Universo porque estou a guardar esta palavra para, sei lá, Portugal, por exemplo...

Trabalho no Bairro Alto, ou melhor, no Bairro de Santa Catarina, para ser mais exacta.
E adoro! :)
Prédios velhos, altos e estreitos, com as suas escadas íngremes, cafés e esplanadas boémias, os eléctricos e os elevadores (o da Bica, aqui tão perto), artistas e turistas, vizinhas a conversar à janela, mercearias à moda antiga ('lugares', como se dizia antigamente), o comércio tradicional, o Chiado, os teatros e as agências de modelos, os vasos com flores a enfeitar as varandas e as ruas ("...um craveiro numa água furtada..."), cianças que ainda brincam nas ruas, pombos e melros que tomam banho em fontanários (que os há em Lisboa!) ou numa poça de água resultante de algum problema não resolvido pela Câmara, cães pachorrentos que dormem à sombra das árvores (não vou nem referir a porcaria que deixam nos passeios...), pássaros que cantam nessas mesmas árvores, o rio...

Que linda é Lisboa!

Das janelas da sala onde trabalho vejo o rio (o Tejo, para quem tiver dúvidas...), os cacilheiros que o cruzam diariamente, os enormes barcos de recreio de onde os turistas nos observam, a ponte 25 de Abril, o Cristo-Rei.

Dá vontade de cuidar desta cidade.
De limpar as suas ruas, de restaurar os seus prédios, de manter as suas 'jóias'.
Muita pena terei se, algum dia, o meu local de trabalho mudar.

Afinal, Lisboa, apesar de velha, está bem viva!