9 de agosto de 2004

E a Morte aqui tão perto

De vez em quando, apercebo-me como estamos sempre tão na iminência de deixar de existir.
Tal como hoje, quando vinha trabalhar, e vi um carro a galgar quilómetros na minha direcção... na minha faixa de rodagem!!

Ontem, ao ouvir aquela notícia horrorosa sobre as 3 pessoas que faleceram no acidente do IC6, quando elas nem sequer transitavam na referida via, pensei que o destino é mesmo algo incontornável.

"(...) Pouco depois das 12h00, um automóvel despistou-se no IC6, em São Pedro de Alva (Penacova), e foi embater noutro veículo que circulava numa estrada paralela, causando a morte de três pessoas e ferimentos em mais quatro - dois dos quatro feridos encontram-se em estado considerado grave. As três vítimas mortais do sinistro pertenciam todas à mesma família. (...)" (in Público, 08-08-2004)

Mas o português é terrível.
A primeira coisa que sai da sua boca é:
"Se a autoestrada tivesse raides de protecção..."
(acho que 'raides' se escreve assim e quer dizer aquele tipo de separação e protecção usado nas autoestradas)
Porque é que não diz:
"Se o carro que se despistou fosse dentro dos limites da velocidade..."?

"(...) A última semana foi palco de 2.705 acidentes rodoviários dos quais resultaram 31 mortos, 73 feridos graves e 962 feridos ligeiros, anunciou esta segunda-feira a Brigada de Trânsito (BT) da Guarda Nacional Republicana (GNR), em comunicado (...)" (in Diário Digital, 09-08-2004)
"(...) Na semana passada, a fiscalização rodoviária da BT registou ainda 2.282 infracções graves e 394 muito graves. Foram detectados 605 condutores com taxa de álcool positiva, dos quais 164 foram detidos por apresentarem valor igual ou superior a 1,20 gramas por litro de sangue. O máximo permitido por lei são 0,5 gramas.Outros 45 condutores foram detidos por não terem carta, enquanto 2.050 foram autuados por excesso de velocidade. As patrulhas da Brigada de Trânsito da GNR detectaram ainda 637 automobilistas e passageiros sem cinto de segurança. (...)" (in Público, 09-08-2004)

Quando será que vamos começar a demonstrar algum respeito pela vida humana (a nossa e a dos outros)?
Quando será que a educação, o respeito e o civismo vão surgir como valores intrínsecos à nossa condição humana?

"(...) Primeira semana de Agosto foi a mais mortífera (do ano) nas estradas portuguesas (...)" (in Público, 09-08-2004)

Parece que ainda vamos ter que aguardar algum tempo... :(