Imagina o seguinte...
A tua vida traçou linhas, construiu trilhos, desbravou silvas e limites.
Meio perdida, recolheu flores ao longo do caminho, magoou mãos e canelas, caiu, mas nunca desistiu.
Vislumbrando o horizonte, reconheceu cores e cheiros, estabeleceu metas, reiniciou por várias vezes a jornada.
Sem esperar, sugerem-lhe que pare de caminhar, que desista de trilhos e atalhos.
Acenam vagamente a oportunidade de seguir pela estrada principal.
Em veículo motorizado, climatizado.
GPS com destino definido e já inserido.
Terá que abandonar flores e sandálias.
Privar-se de cheiros e terra.
Perder cor e (m)ar.
Que fazer, então?
Chegar depressa, em conforto?
Ou continuar a vogar contra a corrente?
Abraçar estrada e oferta?
Ou manter a crença que grandes felinos (ou simples gazelas) pertencem, impreterivelmente, ao seu percurso?
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