11 de agosto de 2006

Palavras

Nunca acreditei muito em palavras.
Não confio em discursos, nem grandes declarações.
E, em tantas situações, sou quase indiferente a mensagens e conversas por escrito.

Desconfio de euforias.
E custa-me suportar verborreias efusivas.

Espero atitudes, aguardo comportamentos.
Avalio gestos e olhos.
Comparo discurso e semblante.
Ouço silêncios.

Se a palavra é bonita mas vazia, não me dou.
Se o texto é romântico mas o gesto frio, arrefeço.
Se a afirmação é eloquente mas a paixão ausente, controlo-me.

Mas se o toque arrepia, se os olhos queimam, se o coração sente, ofereço-me.
Ainda que a boca o conteste, ainda que o discurso o desminta, ainda que a palavra o negue.