"Os colaboradores do Metropolitano de Lisboa interromperam hoje, temporaria e voluntariamente, o seu serviço... coisa pouca, só entre as 6h30m e as 10h30m (avisando, no entanto, que a circulação só regressaria à normalidade por volta das 11h).
Disponibilizaram, entretanto, transportes alternativos gratuitos.
Já vos disse, eu sei... eu nasci para ser rica!
Esperar na rua com uma ventania descomunal e desagradável por mais de 45 minutos pelo transporte alternativo que já chega semi-cheio, ter a sorte de ainda conseguir arranjar um lugarzito que entretanto fica completamente 'inundado' por braços, malas de senhora, barrigas e rabos que tentam equilibrar-se e chegar ao destino intactos e de saúde, suportar os cheiros, as conversas e as músicas dos outros, demorar mais de uma hora na viagem, presa no trânsito infernal da cidade, perfeitamente 'entalada' no ambiente descrito... definitivamente não é a minha cara!"
Escrevi isto no fim de Junho, por ocasião da greve do metro.
Mas a greve foi pontual... não acontecia há 10 anos e até hoje não voltou a acontecer.
Já as interrupções do serviço 'por motivos de ordem técnica' (pelo menos, na linha azul) são o pão nosso de cada dia.
Provocam atrasos para os empregos, forçam a procura de meios alternativos para conseguir chegar em tempo útil, arranham nervos e arriscam rebeliões.
Hoje foi mais um desses dias.
Depois de 15 minutos a aguardar a resolução do problema, o metro lá arranca.
Apenas para parar minutos depois na estação do Colégio Militar, com a informação de que a circulação só se processaria até à estação das Laranjeiras.
Foi ver-nos a sair, rebanhinho bem comportado, em suspiros e desalento.
Apanho um autocarro que me obriga a pagamento extra (claro!) e desaguo no Campo Grande onde a linha verde parece continuar a funcionar.
O português não reclama, desabafa... de preferência com o vizinho do lado.
Suporta serviços sem qualidade, resigna-se à impassibilidade dos responsáveis e engole o pagamento do prejuízo que daí lhe advém.
Mas 'Nós, os Pobres' não podemos queixar-nos, realmente.
Quando os nossos pedintes fumam Marlboro, usam gel no cabelo e se atrevem a mendigar enquanto os seus telemóveis tocam, quem acreditaria que quem trabalha tem alguma necessidade de reembolso ou compensação??
31 de agosto de 2006
30 de agosto de 2006
Chico e Bethânia
Teresinha
by Chico Buarque/Maria Bethânia
"O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e, assustada, eu disse não
O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e, assustada, eu disse não
O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito posseiro, dentro do meu coração"
Bom Conselho
by Chico Buarque
"Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade"
by Chico Buarque/Maria Bethânia
"O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e, assustada, eu disse não
O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e, assustada, eu disse não
O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito posseiro, dentro do meu coração"
Bom Conselho
by Chico Buarque
"Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade"
29 de agosto de 2006
A felicidade dos outros
Ouvi-te por duas horas.
Contaste-me como estás feliz e como nunca te sentiste assim antes.
Mostraste-me as mensagens que ele te enviou.
Disseste-me que te lembra que te ama várias vezes ao dia.
Os teus novos 'sogros' adoram-te e ele demonstra em cada acção o quanto está apaixonado por ti.
Há dias vi na televisão o episódio de uma série onde uma mãe esconde o seu próprio romance por receio de melindrar a filha que tinha acabado há pouco tempo com o seu namoradito de liceu.
Dizia ela à filha que não havia nada pior do que ouvir alguém a transbordar de felicidade quando nós próprios atravessamos períodos menos bons ou mais carentes.
Não é inveja, amiga, acredita.
Sei que mereces cada pedacinho de paraíso que te calhou nesta terra.
E fico muito feliz por ti, sinceramente.
Mas nada do que me contaste me fez ficar mais feliz por mim.
Entendes-me?
Perdoas-me?
Contaste-me como estás feliz e como nunca te sentiste assim antes.
Mostraste-me as mensagens que ele te enviou.
Disseste-me que te lembra que te ama várias vezes ao dia.
Os teus novos 'sogros' adoram-te e ele demonstra em cada acção o quanto está apaixonado por ti.
Há dias vi na televisão o episódio de uma série onde uma mãe esconde o seu próprio romance por receio de melindrar a filha que tinha acabado há pouco tempo com o seu namoradito de liceu.
Dizia ela à filha que não havia nada pior do que ouvir alguém a transbordar de felicidade quando nós próprios atravessamos períodos menos bons ou mais carentes.
Não é inveja, amiga, acredita.
Sei que mereces cada pedacinho de paraíso que te calhou nesta terra.
E fico muito feliz por ti, sinceramente.
Mas nada do que me contaste me fez ficar mais feliz por mim.
Entendes-me?
Perdoas-me?
28 de agosto de 2006
O meu blog...
... tem-me trazido alguns dissabores.
Há quem não me fale pelo que já escrevi aqui.
Outros há que interpretam tudo o que escrevo como lhes sendo dirigido.
E existe mesmo quem, pura e simplesmente, se tenha (auto)proibido de o ler.
Na minha humilde opinião, não considero possível conhecer alguém apenas pelo que escreve e lança 'aos lobos'.
E também não me parece muito sensato interpretar desabafos, sonhos ou desilusões como um todo completo e transparente.
Mas, mais uma vez, volto a ter receio de escrever.
Receio de magoar, receio de ofender.
O anonimato é tentador, mas soa a fuga.
E a ideia de começar de novo é fastidiosa.
Um blog é apenas isso... um blog!
E como dizia um professor meu:
"Isto vale o que vale e não vale nada!"
P.S. Não, não o encontrei... Eu bem tenho a minha razão em não acreditar em horóscopos... hmpf!! ;)
Há quem não me fale pelo que já escrevi aqui.
Outros há que interpretam tudo o que escrevo como lhes sendo dirigido.
E existe mesmo quem, pura e simplesmente, se tenha (auto)proibido de o ler.
Na minha humilde opinião, não considero possível conhecer alguém apenas pelo que escreve e lança 'aos lobos'.
E também não me parece muito sensato interpretar desabafos, sonhos ou desilusões como um todo completo e transparente.
Mas, mais uma vez, volto a ter receio de escrever.
Receio de magoar, receio de ofender.
O anonimato é tentador, mas soa a fuga.
E a ideia de começar de novo é fastidiosa.
Um blog é apenas isso... um blog!
E como dizia um professor meu:
"Isto vale o que vale e não vale nada!"
P.S. Não, não o encontrei... Eu bem tenho a minha razão em não acreditar em horóscopos... hmpf!! ;)
25 de agosto de 2006
Bom fim de semana!
Segundo o meu horóscopo é este fim de semana que vou encontrar o Amor da minha vida!
Não sabia que o Brad estava em Portugal.
Conto-vos como foi na segunda-feira... ;)
24 de agosto de 2006
Quando desliguei...
... fiquei por muito tempo a pensar nas tuas palavras.
Homem diferente, época diferente, situação diferente.
Atitude semelhante, sentimento idêntico.
Não me parece assim tão complicado o que peço.
Não acho assim tão difícil o que espero.
Quero apenas alguém com quem passar bons momentos.
Alguém que não me veja como uma obrigação, um compromisso, mas como uma vontade, um prazer.
Quero um bom amigo, o melhor.
O companheiro para todas as ocasiões.
Não quero mais sacrifícios e indecisões, incertezas e outras dúvidas.
Não quero mais sentir-me preterida, ignorada, esquecida, cansada.
Porque insisto, então, em esperar quem não prometeu?
Homem diferente, época diferente, situação diferente.
Atitude semelhante, sentimento idêntico.
Não me parece assim tão complicado o que peço.
Não acho assim tão difícil o que espero.
Quero apenas alguém com quem passar bons momentos.
Alguém que não me veja como uma obrigação, um compromisso, mas como uma vontade, um prazer.
Quero um bom amigo, o melhor.
O companheiro para todas as ocasiões.
Não quero mais sacrifícios e indecisões, incertezas e outras dúvidas.
Não quero mais sentir-me preterida, ignorada, esquecida, cansada.
Porque insisto, então, em esperar quem não prometeu?
23 de agosto de 2006
Here we go!
Uma alegria assim, enche-me o coração.
3 golos de três dos meus jogadores favoritos.
E o Rui Costa 'one man show'... inenarrável.
Para o melhor (e para o pior) lá estaremos de novo.
Cantaremos, sofreremos... mas apoiaremos... sempre!
Será que de um mau ensaio pode, mesmo assim, surgir uma boa peça?
Força, Glorioso SLBenfica!
Queremos acreditar!
Força, Glorioso SLBenfica!
Queremos acreditar!
22 de agosto de 2006
Incómodo...
... o interesse indesejado.
... a mensagem não pretendida.
... o galanteio insistente.
Pensas que qualquer mimo é querido.
Qualquer atenção é sumo.
Qualquer olhar aquece.
Desengana-te...
Não há outro carinho que preencha.
Não há outro olhar que perturbe.
Não há outras mãos que queimem.
Assusta-me que o duvides...
... a mensagem não pretendida.
... o galanteio insistente.
Pensas que qualquer mimo é querido.
Qualquer atenção é sumo.
Qualquer olhar aquece.
Desengana-te...
Não há outro carinho que preencha.
Não há outro olhar que perturbe.
Não há outras mãos que queimem.
Assusta-me que o duvides...
21 de agosto de 2006
O cavalo errado
Apostei no cavalo errado.
Em detrimento de outros potros e garanhões, elegi-o, investi.
Prometia, dava bons sinais.
Daí a desilusão...
Nunca se mostrou à altura da prova.
Não correu, nem se esforçou.
Perde, desiste... impávido, indiferente.
Não choro o tempo, o dinheiro.
Lamento apenas outras oportunidades...
... tão desperdiçadas como o dinheiro da aposta.
Em detrimento de outros potros e garanhões, elegi-o, investi.
Prometia, dava bons sinais.
Daí a desilusão...
Nunca se mostrou à altura da prova.
Não correu, nem se esforçou.
Perde, desiste... impávido, indiferente.
Não choro o tempo, o dinheiro.
Lamento apenas outras oportunidades...
... tão desperdiçadas como o dinheiro da aposta.
18 de agosto de 2006
Esta coisa...
... de balançar entre extremos é extenuante.
A menina bem comportada (que vence quase sempre) em permanente combate com a diabinha tagarela e inquieta.
Os escrúpulos, a consciência, o bom senso e a esperança de um lado.
Os devaneios, as promessas, o desassossego e a devassidão do outro.
Conflito ensurdecedor.
Porque é que não se pode ter tudo?
A menina bem comportada (que vence quase sempre) em permanente combate com a diabinha tagarela e inquieta.
Os escrúpulos, a consciência, o bom senso e a esperança de um lado.
Os devaneios, as promessas, o desassossego e a devassidão do outro.
Conflito ensurdecedor.
Porque é que não se pode ter tudo?
17 de agosto de 2006
Não sou...
... uma mulher bonita.
Há dias em que me sinto bem, capaz de olhar de frente o mundo e quem nele vive.
Nesses dias, caminho segura, confiante e sinto-me igual, pertença.
Nesses dias, a beleza de outra mulher não me assusta.
Nesses dias, mereço cada olhar que recebo.
Mas quando estou contigo...
... toda a confiança se esvai.
... nenhum olhar é bastante.
... qualquer mulher é melhor.
Quando me olhas quero ser top-model, Jolie e J'Lo.
Quando me sentes quero ter pele de veludo e cheiro de flores e mar.
Quando te toco quero ter mãos de feiticeira e lábios com sabor de vício.
Resigno-me.
Contigo já seria bom conseguir ser eu em dia bom.
Há dias em que me sinto bem, capaz de olhar de frente o mundo e quem nele vive.
Nesses dias, caminho segura, confiante e sinto-me igual, pertença.
Nesses dias, a beleza de outra mulher não me assusta.
Nesses dias, mereço cada olhar que recebo.
Mas quando estou contigo...
... toda a confiança se esvai.
... nenhum olhar é bastante.
... qualquer mulher é melhor.
Quando me olhas quero ser top-model, Jolie e J'Lo.
Quando me sentes quero ter pele de veludo e cheiro de flores e mar.
Quando te toco quero ter mãos de feiticeira e lábios com sabor de vício.
Resigno-me.
Contigo já seria bom conseguir ser eu em dia bom.
16 de agosto de 2006
Dança da Chuva
Ou seria melhor chamá-la de 'Dança do Chove Não Molha'?
Ou ainda de 'Dança da Chuva Molha Tolos'?
Eu reconheço que quase todos os inícios são titubeantes.
Há muita aprendizagem envolvida, muito ajuste, muito encaixe.
Mas também tem que haver progresso, avaliação, sucesso.
Senão de que serve? Para quê insistir?
A falta de comunicação tem limites.
As más interpretações começam a soar a falso.
E os mal entendidos existem apenas para ser esclarecidos.
Cá eu devo ser mesmo tola porque, a mim, a chuva molha!
Ou ainda de 'Dança da Chuva Molha Tolos'?
Eu reconheço que quase todos os inícios são titubeantes.
Há muita aprendizagem envolvida, muito ajuste, muito encaixe.
Mas também tem que haver progresso, avaliação, sucesso.
Senão de que serve? Para quê insistir?
A falta de comunicação tem limites.
As más interpretações começam a soar a falso.
E os mal entendidos existem apenas para ser esclarecidos.
Cá eu devo ser mesmo tola porque, a mim, a chuva molha!
14 de agosto de 2006
...
Apercebo-me de que o caminho mais rápido para a insatisfação é a idealização de um objectivo.
Nunca encontrei a roupa que desenhei na minha mente.
Nunca desempenhei a tarefa que imaginei à minha medida.
O carro dos meus sonhos é apenas um protótipo.
Da mesma forma, acredito que a relação que procuro só existe nos meus sonhos.
Convenço-me que o segredo para a felicidade não é a persecução de ideais mas sim a melhor escolha possível entre as alternativas disponíveis.
Nunca encontrei a roupa que desenhei na minha mente.
Nunca desempenhei a tarefa que imaginei à minha medida.
O carro dos meus sonhos é apenas um protótipo.
Da mesma forma, acredito que a relação que procuro só existe nos meus sonhos.
Convenço-me que o segredo para a felicidade não é a persecução de ideais mas sim a melhor escolha possível entre as alternativas disponíveis.
11 de agosto de 2006
Palavras
Nunca acreditei muito em palavras.
Não confio em discursos, nem grandes declarações.
E, em tantas situações, sou quase indiferente a mensagens e conversas por escrito.
Desconfio de euforias.
E custa-me suportar verborreias efusivas.
Espero atitudes, aguardo comportamentos.
Avalio gestos e olhos.
Comparo discurso e semblante.
Ouço silêncios.
Se a palavra é bonita mas vazia, não me dou.
Se o texto é romântico mas o gesto frio, arrefeço.
Se a afirmação é eloquente mas a paixão ausente, controlo-me.
Mas se o toque arrepia, se os olhos queimam, se o coração sente, ofereço-me.
Ainda que a boca o conteste, ainda que o discurso o desminta, ainda que a palavra o negue.
Não confio em discursos, nem grandes declarações.
E, em tantas situações, sou quase indiferente a mensagens e conversas por escrito.
Desconfio de euforias.
E custa-me suportar verborreias efusivas.
Espero atitudes, aguardo comportamentos.
Avalio gestos e olhos.
Comparo discurso e semblante.
Ouço silêncios.
Se a palavra é bonita mas vazia, não me dou.
Se o texto é romântico mas o gesto frio, arrefeço.
Se a afirmação é eloquente mas a paixão ausente, controlo-me.
Mas se o toque arrepia, se os olhos queimam, se o coração sente, ofereço-me.
Ainda que a boca o conteste, ainda que o discurso o desminta, ainda que a palavra o negue.
10 de agosto de 2006
Depois do Adeus
Quando o meu último namoro acabou, demorei 'séculos' até me permitir qualquer tipo de 'intimidade' com outro homem.
Mas o que representa 'séculos' para mim pode ser apenas um 'instante' para outra pessoa.
Ou vice-versa...
E o que entendo por 'intimidade' pode ter um significado completamente diferente para outrem.
Os ritmos de cada um e as suas formas de lidar com a dor não são assuntos discutíveis.
Quanto muito, a nossa maledicência, inveja, rancor, ciúme, preconceitos podem permitir-nos comentários e opiniões... mas nunca juízos ou condenações.
Por cada corpo que se oferece para atordoar a mente, existe um outro que se recusa para conservar o coração.
Por cada coração que se abre 'instantes' depois de ter sido ferido, existe uma alma sepultada fugindo de novas mágoas.
Uma coisa é certa...
... depois do Adeus, por 'séculos' ou 'instantes', ficamos sós.
Mas o que representa 'séculos' para mim pode ser apenas um 'instante' para outra pessoa.
Ou vice-versa...
E o que entendo por 'intimidade' pode ter um significado completamente diferente para outrem.
Os ritmos de cada um e as suas formas de lidar com a dor não são assuntos discutíveis.
Quanto muito, a nossa maledicência, inveja, rancor, ciúme, preconceitos podem permitir-nos comentários e opiniões... mas nunca juízos ou condenações.
Por cada corpo que se oferece para atordoar a mente, existe um outro que se recusa para conservar o coração.
Por cada coração que se abre 'instantes' depois de ter sido ferido, existe uma alma sepultada fugindo de novas mágoas.
Uma coisa é certa...
... depois do Adeus, por 'séculos' ou 'instantes', ficamos sós.
9 de agosto de 2006
A sina
Intrigava-me esse teu karma.
Ouvia perplexa as tuas histórias.
Sempre o mesmo fim, o mesmo desfecho.
Sofria por ti, claro.
Mas não conseguia entender.
Seria incapacidade de ajuizares caracteres?
Escolhas sistematicamente erradas?
Ou, pura e simplesmente, falta de sorte?
Finalmente, entendi.
A tua insegurança inicial transforma-se rapidamente em confiança excessiva.
Deixas de prestar atenção, de te fazer presente.
Assumes a conquista como um fim... quando, bem pelo contrário, é precisamente nessa altura que tudo começa.
Ninguém é 'garantido', ninguém fica se não se sentir querido.
E tu ignoras sinais e alarmes, sirenes e avisos.
Surpreendes-te quando acaba, carpes mágoas.
E segues, resignando-te à tua 'sina'.
Ouvia perplexa as tuas histórias.
Sempre o mesmo fim, o mesmo desfecho.
Sofria por ti, claro.
Mas não conseguia entender.
Seria incapacidade de ajuizares caracteres?
Escolhas sistematicamente erradas?
Ou, pura e simplesmente, falta de sorte?
Finalmente, entendi.
A tua insegurança inicial transforma-se rapidamente em confiança excessiva.
Deixas de prestar atenção, de te fazer presente.
Assumes a conquista como um fim... quando, bem pelo contrário, é precisamente nessa altura que tudo começa.
Ninguém é 'garantido', ninguém fica se não se sentir querido.
E tu ignoras sinais e alarmes, sirenes e avisos.
Surpreendes-te quando acaba, carpes mágoas.
E segues, resignando-te à tua 'sina'.
8 de agosto de 2006
Velocidades do Amor
A que velocidade nos podemos apaixonar?
Uns minutos, umas horas, dias, semanas, meses, anos?
Alguém escreveu sobre o assunto?
Existirão regras, manuais, compêndios, directrizes?
Porque será o amor 'instantâneo' olhado de lado, encarado com desconfiança?
Porque temos dificuldade em acreditar no romantismo exacerbado, desavergonhado?
Um "amo-te" ouvido dias após o primeiro contacto terá menos valor do que o dito meses mais tarde?
Um "casa comigo" será menos crível num relacionamento imberbe?
E um "vamos com calma"?
Terá o poder de travar sentimentos, abrandar emoções?
Qual é, afinal, a velocidade máxima permitida ao amor?
E, já agora, se souberem, qual é a mínima?
Uns minutos, umas horas, dias, semanas, meses, anos?
Alguém escreveu sobre o assunto?
Existirão regras, manuais, compêndios, directrizes?
Porque será o amor 'instantâneo' olhado de lado, encarado com desconfiança?
Porque temos dificuldade em acreditar no romantismo exacerbado, desavergonhado?
Um "amo-te" ouvido dias após o primeiro contacto terá menos valor do que o dito meses mais tarde?
Um "casa comigo" será menos crível num relacionamento imberbe?
E um "vamos com calma"?
Terá o poder de travar sentimentos, abrandar emoções?
Qual é, afinal, a velocidade máxima permitida ao amor?
E, já agora, se souberem, qual é a mínima?
7 de agosto de 2006
Sim, é complicado
Imagina o seguinte...
A tua vida traçou linhas, construiu trilhos, desbravou silvas e limites.
Meio perdida, recolheu flores ao longo do caminho, magoou mãos e canelas, caiu, mas nunca desistiu.
Vislumbrando o horizonte, reconheceu cores e cheiros, estabeleceu metas, reiniciou por várias vezes a jornada.
Sem esperar, sugerem-lhe que pare de caminhar, que desista de trilhos e atalhos.
Acenam vagamente a oportunidade de seguir pela estrada principal.
Em veículo motorizado, climatizado.
GPS com destino definido e já inserido.
Terá que abandonar flores e sandálias.
Privar-se de cheiros e terra.
Perder cor e (m)ar.
Que fazer, então?
Chegar depressa, em conforto?
Ou continuar a vogar contra a corrente?
Abraçar estrada e oferta?
Ou manter a crença que grandes felinos (ou simples gazelas) pertencem, impreterivelmente, ao seu percurso?
A tua vida traçou linhas, construiu trilhos, desbravou silvas e limites.
Meio perdida, recolheu flores ao longo do caminho, magoou mãos e canelas, caiu, mas nunca desistiu.
Vislumbrando o horizonte, reconheceu cores e cheiros, estabeleceu metas, reiniciou por várias vezes a jornada.
Sem esperar, sugerem-lhe que pare de caminhar, que desista de trilhos e atalhos.
Acenam vagamente a oportunidade de seguir pela estrada principal.
Em veículo motorizado, climatizado.
GPS com destino definido e já inserido.
Terá que abandonar flores e sandálias.
Privar-se de cheiros e terra.
Perder cor e (m)ar.
Que fazer, então?
Chegar depressa, em conforto?
Ou continuar a vogar contra a corrente?
Abraçar estrada e oferta?
Ou manter a crença que grandes felinos (ou simples gazelas) pertencem, impreterivelmente, ao seu percurso?
4 de agosto de 2006
E quando a bota...
... não bate com a perdigota?
Quando se ouve algo de beltrano e, sobre o mesmo acontecimento, se percebe algo diferente nas palavras de sicrano?
E quando o que os olhos dizem não corresponde ao que os lábios proferem?
Quando o que o corpo cala grita mais alto do que o silêncio obstinado?
Em que(m) acreditar nessa hora?
Quando se ouve algo de beltrano e, sobre o mesmo acontecimento, se percebe algo diferente nas palavras de sicrano?
E quando o que os olhos dizem não corresponde ao que os lábios proferem?
Quando o que o corpo cala grita mais alto do que o silêncio obstinado?
Em que(m) acreditar nessa hora?
3 de agosto de 2006
Nota mental
Tentar ser mais educada aqui no blog!
Quem comenta há-de dizer que me são indiferentes as suas opiniões, quando é precisamente o contrário.
Anseio por cada nova perspectiva que me oferecem, por cada ralhete dado com boa intenção, por cada visita apenas para 'saber as últimas', por cada 'olá' deixado ao acaso num post.
Portanto, aqui ficam algumas respostas atrasadas...
Cerejinha, gostei muito da tua visita que retribuí :)
Curiosamente, temos mais em comum do que à primeira vista me pareceu... ;)
Musician, a vida dá muitas voltas, realmente... mas em tantas ocasiões traz-nos ao ponto de partida ;)
Sinal de quê, gigas? ;)
Gostei muito do teu 'world'.
Gosto de saber que continuas a acompanhar-me, miguel :)
E, claro, critica sempre que achares necessário ;)
Gostei das tuas palavras, Nuno (e agradeço, realmente, que não faças comentários sobre o meu Benfica... LOL)
Obrigada, Rui :)
Vou ficando... ;)
Sim, E.A., na maioria das vezes também defendo que 'devagar se vai ao longe' ;)
E eu que gosto tanto de dançar, José :)
Coccinella, somos bastante parecidas... já reparei nisso mais vezes :)
Vontade própria, sf?
Sim, acho que se pode arranjar aqui qualquer coisa... ;)
Obrigada a todos... voltem sempre! :)
Quem comenta há-de dizer que me são indiferentes as suas opiniões, quando é precisamente o contrário.
Anseio por cada nova perspectiva que me oferecem, por cada ralhete dado com boa intenção, por cada visita apenas para 'saber as últimas', por cada 'olá' deixado ao acaso num post.
Portanto, aqui ficam algumas respostas atrasadas...
Cerejinha, gostei muito da tua visita que retribuí :)
Curiosamente, temos mais em comum do que à primeira vista me pareceu... ;)
Musician, a vida dá muitas voltas, realmente... mas em tantas ocasiões traz-nos ao ponto de partida ;)
Sinal de quê, gigas? ;)
Gostei muito do teu 'world'.
Gosto de saber que continuas a acompanhar-me, miguel :)
E, claro, critica sempre que achares necessário ;)
Gostei das tuas palavras, Nuno (e agradeço, realmente, que não faças comentários sobre o meu Benfica... LOL)
Obrigada, Rui :)
Vou ficando... ;)
Sim, E.A., na maioria das vezes também defendo que 'devagar se vai ao longe' ;)
E eu que gosto tanto de dançar, José :)
Coccinella, somos bastante parecidas... já reparei nisso mais vezes :)
Vontade própria, sf?
Sim, acho que se pode arranjar aqui qualquer coisa... ;)
Obrigada a todos... voltem sempre! :)
2 de agosto de 2006
De bem...
... com a vida.
Pelo menos foi isso que me disseste... que eu parecia "de bem com a vida".
Percebi-te... o optimismo transparecia em cada palavra que te dizia.
Às tantas perguntaste: "E não achas pouco, o que tens?"
E eu respondi apenas: "Acredita... é suficiente"
Como se prolonga este sentimento?
Pelo menos foi isso que me disseste... que eu parecia "de bem com a vida".
Percebi-te... o optimismo transparecia em cada palavra que te dizia.
Às tantas perguntaste: "E não achas pouco, o que tens?"
E eu respondi apenas: "Acredita... é suficiente"
Como se prolonga este sentimento?
1 de agosto de 2006
Já vi!
Sim, foi ontem.
Já me tinhas falado neste episódio e a seguir tinha lido sobre ele aqui.
Mas nada como acompanhar a Carrie 'em pessoa'.
Este ano, no meu círculo de família e amigos mais chegados (ou seja, para os quais devo contribuir com uma lembrança) nasceram/vão nascer 11 crianças.
Nos últimos anos, tenho passeado entre casamentos e divórcios, baptizados, nascimentos e aniversários de rebentos e crias.
Com alguns amigos, chegámos mesmo a firmar o pacto de não dar prendas a adultos, apenas a crianças... que actualmente nos suplantam largamente em número.
Habituei-me a não conseguir conversar por mais de 2 minutos seguidos sem ser interrompida por uma queda, uma gracinha, uma birra ou um choro.
Posso dar palestras sobre a gravidez... problemas, complicações, sintomas, sinais, infertilidade, tratamentos, enjoos, alimentação...
Adaptei-me às saídas de adultos que têm de acabar antes das 23h.
E resignei-me à exclusão de certas reuniões em que, inevitavelmente, destoo.
Mas isso não é, realmente, o pior.
O pior é mesmo quando alguém me faz sentir fútil ou inútil, apenas porque não procriei.
O olhar de comiseração, o abanar de cabeça condescendente, a mão que aperta o meu braço em sinal de apoio e confiança no 'futuro'.
Não compro sandálias de 400 euros mas não deixo de me rever na Carrie.
E acreditem, tal como ela, acredito que a minha vida faz todo o sentido.
Já me tinhas falado neste episódio e a seguir tinha lido sobre ele aqui.
Mas nada como acompanhar a Carrie 'em pessoa'.
Este ano, no meu círculo de família e amigos mais chegados (ou seja, para os quais devo contribuir com uma lembrança) nasceram/vão nascer 11 crianças.
Nos últimos anos, tenho passeado entre casamentos e divórcios, baptizados, nascimentos e aniversários de rebentos e crias.
Com alguns amigos, chegámos mesmo a firmar o pacto de não dar prendas a adultos, apenas a crianças... que actualmente nos suplantam largamente em número.
Habituei-me a não conseguir conversar por mais de 2 minutos seguidos sem ser interrompida por uma queda, uma gracinha, uma birra ou um choro.
Posso dar palestras sobre a gravidez... problemas, complicações, sintomas, sinais, infertilidade, tratamentos, enjoos, alimentação...
Adaptei-me às saídas de adultos que têm de acabar antes das 23h.
E resignei-me à exclusão de certas reuniões em que, inevitavelmente, destoo.
Mas isso não é, realmente, o pior.
O pior é mesmo quando alguém me faz sentir fútil ou inútil, apenas porque não procriei.
O olhar de comiseração, o abanar de cabeça condescendente, a mão que aperta o meu braço em sinal de apoio e confiança no 'futuro'.
Não compro sandálias de 400 euros mas não deixo de me rever na Carrie.
E acreditem, tal como ela, acredito que a minha vida faz todo o sentido.
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