28 de janeiro de 2005

Visão de mim

Sem modéstias, nem pretensões.

Sou como um dia de Primavera.
Sou como a brisa que não refresca ou o sol que não aquece.

Ofereço um (sor)riso fácil.
Quase nunca falso.

Tão surpreendente como a Primavera, transformo-me, vezes demais, num dia nublado, cinzento e chuvoso.
O frio consegue mesmo enregelar-me a alma e, nessas alturas, corto relações com o Mundo.
Como se fosse culpa do Mundo...

Assim mesmo, nada disto provoca mossa ou causa impressão.

As minhas palavras não mudam, nem têm o poder de mudar.
O que escrevo não comove, nem repele.
O que sou não seduz, nem prejudica.

Para os colegas sou (são-me?) indiferentes.
Para os amigos distantes sou uma estranha.
Para os estranhos sou invisível.

E vou atravessando a Vida sem deixar rasto.