14 de janeiro de 2005

Perspectivas

É a velha história do copo meio cheio ou meio vazio.
Do cinto de segurança poder ser a salvação ou a morte de uma pessoa.

No caso, o que se comentava era a minha coragem.
E eu ri-me (pateticamente, mas ri-me).
Defendi que coragem seria não me esconder, enfrentar e não me deixar afectar.
Mas recebi respostas que me fizeram pensar.

Talvez seja mais cobarde, realmente, insistir.
Perseguir algo que nos foi negado, recusando-se a aceitá-lo.
Aproveitar qualquer desculpa, agarrar-se a qualquer oportunidade para falar, ver e estar perto.

Sempre pensei que cobardia era fugir e proteger-me do que me magoa.
Mas talvez revele mais coragem deixar o passado lá atrás e forçarmo-nos a olhar só para a frente.

Fico deprimida quando leio uma Ritinha ainda a chorar passados 8 ou 9 meses.
Será que me vai acontecer o mesmo?
Assusta-me pensar que se chegam a perder anos da nossa vida, esperando quem não nos quis da mesma maneira que o quisemos.
Pior do que um amor não correspondido é a esperança infundada de que ele o venha a ser.