... três dos meus avós já haviam falecido há muitos anos.
E aos 5 anos, perdi o avô que me restava.
Como última resistente, guardo apenas alguma lembrança de uma bisavó que viveu ainda até aos meus 12 anos.
Não sei se consequência destes factos, tenho grande estima pelos velhos de uma forma geral (foi propositada a fuga às palavras 'idosos' ou 'velhotes') e pelos da minha família, muito em particular.
Ouço-lhes as histórias, bebo-lhes os mimos, rio com eles.
Aprecio-lhes o passado longínquo e o presente por ele marcado.
Não sei se consequência destes factos, não consigo perceber o desrespeito pelos mais velhos.
Não atinjo a má educação, a rudeza de maneiras, a crueza das palavras.
Não compreendo que não se proteja a sua fragilidade, que não se preserve a sua sabedoria, que não se absorva a sua experiência.
Não sei se consequência destes factos (e de outros que vou tomando conhecimento) neste país, neste mundo, fico com medo de envelhecer...
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