30 de janeiro de 2008

"Tu...

... não dás hipótese... não deixas acontecer!", disse-me ela, em tom de ralhete.
O mesmo ralhete repetido vezes sem conta, até à exaustão... por várias pessoas.

Mais uma vez, falei-lhe no click, no interesse pelo outro que surge quase de imediato.
Pode ser a vontade de perceber o que uns olhos dizem.
Ou o arrepio provocado por uma mão.
Pode ser a beleza de um pescoço ou de um queixo.
Ou um conjunto que atrai sem nenhuma explicação.

Mas tem de existir a luz que tenta e consegue ofuscar defeitos.
E o desejo de ir conhecendo (sempre) mais, mergulhar mais fundo.

Tem de existir a mão estendida que quero agarrar.
E a intenção caprichosa de nunca mais a largar.

Tem de existir o espicaçar de um anseio.
E a adrenalina de um "Será?", de um "Talvez...".

Tem de surgir o sorriso fácil quando penso nele.
E a lágrima presa se julgo não tê-lo.

E tudo isto acontecer num instante, num momento.
E tudo isto querer (sempre) mais espaço para crescer no tempo.

E eu sei porque quando gosto é de repente.
E, assim mesmo, quando amo é para sempre.