10 de janeiro de 2008

Chateia-me...

... acreditar nesta filosofia da Vida ser um eco, pelo que só recebemos o que emitimos.

Mas acredito.
É a velha história de semear ventos para colher tempestades.
E chateia-me!

Impede-me de culpar os outros.
E aumenta a minha própria culpa.

Porque o meu respeito não gera som.
Mas o meu comodismo (egoísmo?) grita.

Porque o meu sonho é contido.
Mas o meu anseio alarido.

Porque o meu afecto é cuidado.
Mas o meu desejo estouvado.

Sou sempre derrubada pela força do eco que gero.
Mas suporto a culpa e engulo os queixumes.

Porque o meu reflexo, projectei-o.
A ausência de carinho, granjeei-a.
A conversa que ouço, procurei-a.
E as lambadas que recebo, mereço-as.

E isso chateia-me!