Concordo que agimos, em muitos aspectos, por pressões externas.
E acredito que o mesmo acontece com muito do que sentimos.
Queremos o que nos é incutido como desejável.
E negamos o que nos é vendido como errado ou vergonhoso.
Por algum motivo (provavelmente por ser tão cabeça dura) o caminho mais trilhado sempre me causou alguma aversão.
Quando as meninas da minha idade sonhavam com vestidos brancos e igrejas românticas, eu dizia que queria ir viver sozinha aos 18.
Quando fumar era sinal de ser 'in', de estar na moda, lembro-me da Mafalda, de cigarro em punho, tentando enfiá-lo na minha boca... e de nunca o ter conseguido.
Quando a moda não me favorece, não a sigo.
E quando algo que eu gosto sai de moda, mantenho-lhe a minha fidelidade e dedicação... seja roupa, calçado, móveis, carros, pessoas e/ou atitudes.
Talvez, por tudo isto, me tenha perdido algures.
Com os amigos bem lançados na auto-estrada da vida... casamento, filhos, carreira, dinheiro... algo me diz que eu devia ter conseguido o mesmo.
Em vez de me ter metido em estradas secundárias que chegarão (ou não) ao mesmo destino, talvez tivesse feito bem em pagar algumas portagens.
E, mesmo sabendo que é a antipática da peer pressure que mo segreda e atazana, a influência que não lhe permito nas minhas acções, continua a fazer-se presente em relação ao que sinto...
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