Revelei, há pouco tempo, 2 rolos fotográficos com imagens da minha última viagem de férias.
Como já perceberam, "eu ainda sou do tempo" em que se tinha que esperar, pacientemente, o fim de um rolo e a respectiva revelação para ver, finalmente, o tão desejado output.
O curioso é que continuo a gostar do processo!
A surpresa de descobrir, num rolo antigo, fotos que já nem me lembrava que tinha tirado ou o prazer de descobrir uma fotografia bem conseguida... daquelas que fazemos questão em emoldurar ou colocar em algum local de destaque.
E o termos de esperar por isso (lembram-se da "adrenalina da antecipação"?).
A esperança de um bom resultado que dura, desta forma, mais do que alguns segundos: os necessários para ver uma foto em formato digital.
Mas porque será tão difícil tirar uma boa foto?
Porque é raríssimo conseguir captar a beleza que os nossos olhos vêem?
Porque é que a imagem fica quase sempre aquém da realidade?
Porque é o resultado final tantas vezes uma desilusão?
Porque será a fotogenia uma qualidade tão difícil de atingir?
Quando vejo, numa fotografia, uma linda paisagem ou um retrato favorecedor, interrogo-me se esse resultado terá sido conseguido 'ao natural'?
Os artistas ou os talentos inatos sabem jogar com a luz, com os ângulos, com a cor.
Sabem descobrir pormenores e captar o momento em que os detalhes se conjugaram numa imagem para recordar.
No entanto, também sabem dissimular defeitos e ocultar imperfeições.
E conseguem, por vezes, criar o que, para um olho menos 'clínico', nem sequer estava lá.
Os restantes mortais sujeitam-se à sorte do instante.
Pessoalmente, acredito que não nasci para fotógrafa.
São mesmo muito raras as fotos que considero terem valido a pena.
Se bem que admito que seja algo que se pode aprender, a arte da fotografia é um talento que nasce (ou não) connosco.
E, nesse aspecto, nasci sozinha. ;)
10 de novembro de 2004
Subscrever:
Comment Feed (RSS)
|