25 de novembro de 2004

"Breakup Babe"

Nos últimos dias, ao aceder ao Dashboard dos Bloggers, percebi que Breakup Babe é um blog que acaba de ser publicado em livro.
Sem o ter lido exaustivamente, mas tendo dado uma vista de olhos, acredito que a autora do mesmo partilhe a sua história pessoal de rupturas, reatamentos, as suas tentativas de "esquecer e avançar", as variadíssimas formas utilizadas para afogar a dor e o eventual aparecimento de novos relacionamentos.
E porque é que acredito nisto?
Porque, tal como outros temas já aqui debatidos, acredito que o fim de uma relação também é um acontecimento altamente padronizado.

Assim sendo (e não sendo propriamente uma perita na matéria... mas para lá caminhando), consigo identificar, numa primeira olhadela, 4 fases principais numa Separação:
- A Negação
- A Raiva
- A Aceitação
- A Renovação

A Negação
Na primeira fase, a esperança resiste estoicamente.
Perdemos a conta das vezes que confirmamos as chamadas, os mails e as mensagens no telemóvel.
Pensamos que a separação será apenas temporária e que ambos os lados irão, mais cedo ou mais tarde, cair em si e retomar o fio da meada, exactamente onde ele foi interrompido.
Tentamos, por todos os meios, continuar a acompanhar os passos do outro (onde foi?, com quem esteve?, o que fez?,...) não resistindo a falar-lhe ou a encontrá-lo sempre que possível, mesmo que isso dilacere e faça retroceder tempos infinitos no processo de cura e recuperação.
No fundo, não queremos acreditar que tenha realmente acabado.
"Isto é apenas um pesadelo do qual vou acordar muito em breve."

A Raiva
Na fase seguinte, e quando acompanhámos à distância os passos do outro, apercebemo-nos de quão bem ele parece estar a recuperar.
Afinal, não está a sofrer como nós (aliás, nunca niguém sofre como nós!).
Não se arrasta pelas vielas, não se tornou alcoólico, nem tentou o suicídio!!
Mas, a bem dizer, nós também não...
Provavelmente até já encontrou o consolo necessário nos braços, no colo ou na cama de outro alguém.
O desplante, a insolência, o atrevimento, a cobardia!!
"Ora, muito bem, quem fica a perder é ele!"

A Aceitação
Mais calmamente, começamos a tomar consciência que a coisa não tem mesmo volta.
Conseguimos consertar a torneirinha que teimava em abrir-se, por tudo e por nada, e engolimos finalmente a bola de trapos e recordações que se tinha instalado na nossa garganta e não nos deixava respirar correcta e livremente.
"It's time to move on!"

A Renovação
É a fase mais desejada.
É quando o Mundo readquire as suas verdadeiras cores.
Provavelmente porque encontrámos um novo outro.
Mas, mesmo que não tenhamos encontrado, sentimo-nos bem outra vez (pareço o anúncio da Aspirina).
Sozinha ou acompanhada, é o conseguir olhar para trás, sem mágoa e com muita paz e pensar:
"Como foi possível ter deprimido e desesperado tanto???"

Não sei a duração de cada fase.
Aliás, é impossível sabê-lo.
Elas dependem de nós, do outro e da intensidade da relação terminada.

Quanto a mim, sinto-me a esbracejar desesperadamente para conseguir ultrapassar, sã e salva, a Raiva.
Se bem que, às vezes, não tenho assim tanta certeza de já ter vencido a Negação.
No entretanto, vou pedindo:
"Que chegue depressa a Renovação!!"