... gosta de ser a outra.
Aquela a quem nada se deve.
Aquela que nada exige.
Algo em mim aprecia ser amante e não mulher.
Confidente mas não vigilante.
Amiga mas não companheira.
A que é procurada por gosto.
A que se encontra só por prazer.
A que ouve o que mais ninguém sabe.
A que conhece o que mais ninguém vê.
A outra dentro de mim dispensa os deveres, as chatices, o desgaste e os ciúmes.
A outra que me possui agradece a ausência, o sossego, a liberdade e a surpresa.
A outra (que respeito) prova-me que um homem nunca será só meu...
... porque a outra (em que acredito) continua a mostrar-me que um homem nunca é só teu.
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