Vivo para o dia em que vou saber quem és, mas temo com igual intensidade esse primeiro encontro... quererei, afinal, que os nossos destinos se unam?
Invejo os casais apaixonados que se cruzam comigo na rua, mas olho-os igualmente com extremo cepticismo e descrença... até quando se amarão?
Recebo de braços abertos atenções, carinho, paixão, mas fecho definitivamente o meu coração a maiores avanços, a sentimentos mais profundos... para quê tentar?
Suspiro, agradecendo a paz solitária do meu lar, mas anseio pela invasão desse meu espaço... quem o conseguirá?
Recosto-me confortável, aconchegada e segura, fechada na minha concha, no meu castelo de altas muralhas mas sinto falta de alguém que entre e fique lá comigo... será que não me sentiria claustrofobicamente sufocada?
Sou tão feliz assim!
Porque rezo, então, tanto pela mudança??
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