6 de fevereiro de 2009

"Vem ver-me"...

... pediste-me, "Sinto-me em baixo".

É do Inverno, eu sei.
Este ar gelado que nos descora.
A chuva cinzenta que nos rouba a luz.

Mas também o sinto.
O cansaço que se entranha e permanece.
O sentido de vida que se desvanece.

Tudo parece meio morto, meio inerte.
Arrasto-me e vou, autómato ao mando dos dias.
Estou sem ser, sou sem estar.

Ainda assim, as horas correm velozes.
Próprias de quem é ditoso.

Passam por nós sem esperar.
Troçam de nós ao passar.

"Vem ver-me", sussurro a rogar.
Faz o tempo parar!