21 de abril de 2006

Todos os dias...

...passo por um homem, um velhinho com ar desamparado e doente.
Magro e encolhido, treme de frio, fraqueza ou vício... vá-se lá saber.
Recolhe as moedas de quem é generoso o suficiente para lhas ofertar e, no seu silêncio devastador, parte o coração dos incautos que com ele se cruzam.

Eu também já tive pena.
Também eu já me senti incomodada e culpada da minha abundância.

Até ao dia em que o vi a correr, atravessando uma das ruas da capital, fumando um cigarro e guardando o maço de Marlboro no bolso do seu casaco...