5 de abril de 2006

O maior defeito do homem

Sou capaz de perdoar faltas de educação, outros descuidos e deslizes.
Quando gosto, fico cega a faltas de gosto, corpos menos perfeitos ou caras menos bonitas.
Fico surda a sotaques, calinadas e pontapés na gramática.
Permaneço muda perante maus feitios, teimosias e outros maus hábitos.
Brinco com ciúmes e possessividades.
Perdoo brigas, discussões e sinceridades brutais.

Mas não sei viver sem atenção.
Não suporto sentir que não sou especial.
Abomino a sensação de ser apenas mais uma entre mil.
Odeio sentir-me menos, só porque alguém não me distinguiu.
Detesto sentir-me relegada para segundo plano, esquecida e chutada para escanteio.

E isso, até hoje, foi a única coisa que nunca consegui perdoar.

Ainda estou à espera de quem me diga, sentindo:
"Et si tu n'existais pas, dis moi pourquoi j'existerai"

Até lá, sigo viagem, deixando escombros de ilusões e destroços de paixões.
E parto sempre sem olhar para trás...