15 de dezembro de 2005

Que sorte!

Lembro-me distintamente de, uma vez, ter ouvido o seguinte comentário dirigido ao meu namorado na altura:
"Tens mesmo sorte da Teresa gostar de futebol!"
Estávamos num casamento e uns quantos de nós (onde eu era a única mulher) tínhamos 'fugido' para assistir a 4 horas seguidas de futebol!

Na altura concordei intimamente.
Eu nunca chatearei um homem por querer ver um jogo na televisão em vez de uma novela. Pelo contrário, serei eu própria a dar essa ideia e assistirei com agrado ao lado dele.
Eu serei a primeira a pressionar a próxima ida ao Estádio da Luz e podem contar comigo para fazer claque, entoar cânticos, disparatar com o árbitro e vaiar o adversário.
A nossa Selecção também pode contar sempre comigo.
O futebol para mim é mesmo paixão, admito.

Actualmente, no entanto, deparei-me com a sensação de que esta minha 'doença' nem sempre é assim tão agradável ao sexo masculino como fazia crer o comentário com que comecei este post.
Por vezes, sinto que nem sequer sou bem vista por isso.
Torna-me masculina e desagradável aos olhos de um homem.

Há cada vez mais homens a afirmar orgulhosamente: "Eu não ligo nenhuma a futebol!"
E há sempre o machismo típico dos que gostam de futebol e que não hesitam em dizer: "Não discuto futebol com gajas. Vocês não percebem nada disto!"

Não que tudo isto me preocupe sobremaneira.
Há realmente muito poucas pessoas neste mundo cuja opinião sobre mim consegue 'roubar-me o sono à noite'.
Como diz um amigo recente:
"Eu sou como sou! E quem não gosta que ponha para o lado!"