16 de janeiro de 2009

As pessoas...

... são como ruas.

Algumas são grandes avenidas, amplas e arborizadas.
Centrais mas de fácil acesso, têm sempre muitos lugares para estacionar.
Gostamos de as percorrer e é sempre um prazer lá voltar.

Outras são vias rápidas, movimentadas e caóticas.
Fugimos delas sempre que podemos mas, por vezes, não temos alternativa e vemo-nos mesmo obrigados a usá-las.
Aguentamos estoicamente filas e faltas de civismo apenas porque o fim parece justificar a via.

Depois existem as que são estradas nacionais.
Procuramo-las quando queremos fugir ao stress diário.
Permitem-nos alguma margem de manobra e não nos pressionam, nem constrangem.
Nem sempre mais lentamente, com elas chegamos igualmente ao nosso destino.

E ainda há as que são vias reservadas.
Acessíveis mediante pagamento e/ou autorização.
Sossegadas e residenciais.
Privadas e restritas.
Fechadas e luxuosas.
Geralmente, a sua companhia é um privilégio que se lutará eternamente por conquistar.

Mas, por vezes, deparamo-nos com as que são becos e vias esconsas.
Gente escura, mal iluminada.
De vistas estreitas e sem horizontes.
Não oferecem saída, nem primam pela hospitalidade.
Quando caímos no erro de lá entrar, não descansamos enquanto não conseguimos de lá sair.
Em fuga das sombras... em busca do Sol.

Porque "enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar"...