20 de junho de 2007

Tudo...

... o que escrevo perde imediatamente a sua importância.
Tudo o que guardo, pelo contrário, cresce em intensidade.

Se escrevo é dique que rompo.
Se calo sou bomba-relógio,
corpo que vai rasgando a roupa pela costura.

O que escrevo não me pesa, não arrasto.
Não me persegue ou assombra.
O que escrevo é lixo que reciclo.

O que oculto agiganta-se, desproporciona-se.
Perturba, molesta, distrai.
O que escondo é desastre à espera de acontecer,
alarme subindo infinitamente de tom.

E agora só tenho uma questão...
Será que fiz bem em escrever sobre ti?